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Soul Calibur

Regresso de uma lenda nunca esquecida.

Um videojogo para além da diversão que nele se procura, é também uma fonte de emoções e existem jogos com a capacidade de nos marcar para toda a vida. Recuando no tempo, podemos dar o exemplo de quando jogamos Sonic the Hedgehog, quando ouvimos pela primeira vez o magnífico “Game Over Yeah” de SEGA Rally, sim neste jogo perder é tão bom quanto ganhar, ou quando jogamos pela primeira vez WipEout 2097 e uma voz gritava “I`m a firestarter, twisted firestarter”. Também não nos podemos esquecer da primeira vez em que entramos em Midgar e após vermos uma vendedora de flores vemos um soldado loiro saltar de um comboio, sem qualquer noção da aventura que se iria desenrolar ou também quando nos é pedido para infiltrar a base em Shadow Moses. Enfim, uma variedade de momentos marcantes que ficam connosco e que de várias maneiras nos definem como jogadores.

Um desses momentos chegou graças a Soul Calibur, um jogo que se tornou num sucesso imediato e ainda hoje continua firme como um dos mais poderosos jogos algumas vez lançados para a consola da SEGA, a Dreamcast. Para muitos, é ainda um dos melhores jogos de sempre e não só do seu género. Completamente acima de qualquer outro do género na altura, apresentava uma jogabilidade fácil de assimilar e imediatamente divertida mas ao mesmo tempo com um grande nível de profundidade para todos aqueles que quisessem nele investir o seu tempo. A sua jogabilidade tornou-se num dos aspectos mais aclamados, junto com o agradável e carismático elenco, elementos seguidos fielmente nas sequelas.

Uma espada grande não é tudo!

Dito isto, não é difícil adivinhar que foi com estrondoso entusiasmo que foi recebida a noticia de que a Namco Bandai iria trazer para o Live Arcade um dos melhores jogos de sempre. Soul Calibur foi uma paixão imediata, amor à primeira vista, um verdadeiro doce para os amantes do género e agora está de volta.Várias melhorias foram prometidas mas para cada uma delas ficou também algum receio. Para os mais puristas este tipo de medida pode representar quase que uma afronta mas a verdade é que quantos mais tiverem acesso a clássicos como este melhor é.

Soul Calibur chega em boa altura, o mais recente título está quase a chegar e nada melhor que regressar ás origens. Foi em Soul Calibur que praticamente toda as características amadas da série nasceram e é agradável notar que continua tão brilhante quanto no primeiro dia. Quase como se tratasse de vinho do Porto, o jogo parece nada ter perdido com a idade e o mérito vai para a Namco Bandai.

As melhorias para a alta definição dão-lhe um aspecto o mais próximo possível da actualidade, e por vezes até parece que Soul Calibur não tem quase 9 anos. Os personagens principalmente beneficiam das melhorias e apresentam-se a um bom nível. Aspecto que não é partilhado pelos cenários de menor qualidade e já com alguns problemas. No geral quase que consegue enganar e parece que estamos a recuar no tempo mas existe um aspecto que imediatamente nos traz de volta à realidade. Durante o processo de melhoramento para a alta definição, a Namco Bandai manteve o aspecto 4:3 original e como tal, o jogo apenas preenche uma parte do ecrã ficando duas enormes barras pretas nas laterais. É o único aspecto menos positivo que afecta o visual do jogo pois senão estaríamos perante um resultado praticamente perfeito.