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SpeedThru: Potzol's Puzzle - Análise

Entre a espada e a parede.

O nome deste jogo é estranho e será complicado que o memorizem à primeira, o que é desde logo um obstáculo se o quiserem recomendar a algum amigo. Se vos faltarem as palavras corretas lembrem-se sempre que o podem encontrar exclusivamente na eShop para a Nintendo 3DS. Apesar da designação pouco peculiar, Potzol's Puzzle (vamos designar assim o jogo daqui por diante para não complicar), da KeysFactory, esconde uma fórmula altamente viciante e gratificante. Este é daqueles jogos que ficam marcados pela simplicidade e desafio constante na resolução dos puzzles. De tal modo ficamos embrenhados no ritmo constante destes que nem damos conta da passagem do tempo. Isto faz deste jogo um dos parceiros privilegiados para viagens de longa distância.

O conceito do jogo é tremendamente simples. Envolve o controlo de umas peças tridimensionais muito parecidas com as exibidas no Tetris. Mas o objetivo é outro. Aqui terão de transportar essas peças, conhecidas como "guardians", ao longo de uma série de portais. Cada portal apresenta uma abertura com desenho diferente. Devem então rodar a "peça" em altura mas também sobre si mesma para que possa passar pelo orifício. Jogos desta natureza não são inéditos. O seu conceito passou pela televisão através de programas de entretenimento, mas adaptado a videojogo permite que se faça algo mais e que sejam adicionadas mais algumas condicionantes para não tornar a experiência tão básica.

Não foi há muito tempo que a Nintendo editou SpeedTruh para o WiiWare, um jogo que seguiu o mesmo conceito. Com Potozl's Puzzle é notório o empenho da produtora em tornar especial e mais apelativo um modelo de jogo que resulta bem, conciliando-o com um pequeno arco narrativo e um design oriundo das civilizações astecas. O resultado final é de um produto que apesar de dar continuidade às mesmas regras do jogo anterior e se assumir bastante simples, oferece mais algum conteúdo para satisfazer os olhos de quem joga. Os corredores contam com mais caracterização, diferenciam-se em função das áreas exploradas e os blocos emanam mais alguma personalidade que lhes vale a designação de guardiões.

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Até vão encontrar diferentes segmentos de aprendizagem à medida que percorrem novas áreas. Bem vistas as coisas e ainda que o domínio das regras de jogo aconteça bem cedo, mais lá para a frente o desafio aumenta e terão de ser lestos a manipular as peças. Tal como já dissemos, a jogabilidade é semelhante ao jogo anterior. Essa peça, denominada "guardian", começa por gravitar no começo de um nível e avança na direção de uma primeira parede ou portal. O reflexo da peça manifesta-se na parede e a partir daí deverão usar o d-pad para a fazer subir ou descer e usar os outros botões para rodar sobre si a peça, até que ela esteja em condições de passar pela abertura.

Este é o contexto mais básico do jogo e podem completá-lo sem terem qualquer preocupação pela pontuação obtida no final do nível. Mas os mais experientes quererão maximizar os pontos e conseguir as tão apetecidas medalhas douradas em todos os níveis. Para obterem mais pontuação terão de premir o botão L para fazer circular a peça mais depressa em direção à próxima parede, mas certifiquem-se que passa pela ranhura, caso contrario o ecrã que encontram pela frente é "game over". Depois, ao passarem pelas aberturas nas paredes verão que nalguns espaços existem corações. Estes corações devem ser recolhidos pelos "guardians", pois aumentam o "score". Se quiserem ser ainda mais perfeccionistas, verão que nalgumas aberturas não existem um ou dois corações, mas três ou quatro. Para recolherem todos os corações deverão manobrar a peça na direção em que os corações estão situados e depois atravessarem a parede na posição correta.

Quanto mais avançarem no jogo mais complicada fica a tarefa. Os "guardians" têm maior dimensão, os painéis ganham mobilidade e alguns perigos são colocados ao longo do percurso, o que significa mais imponderáveis e menos segurança para pôr em tempo útil a peça na posição certa. Potzol's Puzzle é um jogo que apela sobretudo à coordenação rápida de movimentos e um domínio completo dos movimentos dos "guardians". Ainda que saibam tudo, algumas sequências mais demoradas de painéis acabam por nos vencer devido ao cansaço e aparecimento de perigos.

Outro ponto que valoriza Potzol's Puzzle é a existência de vários modos de jogo. Nos níveis da torre devem conduzir a peça unicamente por uma abertura, enquanto que nos níveis dos túneis terão várias aberturas para a mesma parede. Isto obriga-vos a colocar a peça dentro da posição destinada a gerar reconhecimento e escolher a outra abertura para saírem. Esta sequência gera mais alguma aflição e será ainda mais complicado pontuarem para o ouro se tentarem passar entre os painéis a grande velocidade.

O jogo é constituído por três mundos, que se dividem por áreas, onde encontram os níveis. Se completarem as três porções do jogo terão acesso a uma quarta zona secreta que vos oferece mais alguns níveis. Não é um jogo longo. A única forma de operar algum aumento da longevidade será pela repetição dos níveis até alcançarem a medalha de ouro, caso contrário poderão abandonar o jogo ao fim de poucas horas.

Potzol's Puzzle representa um bom avanço para o jogo anterior editado para a WiiWare. O seu grafismo, apesar de mais evoluído para criar mais estímulos visuais, não é surpreendente . Consegue ganhar mais algum destaque principalmente por força do 3D, convencendo pela ideia que transmite de profundidade. Este é um daqueles jogos muito simples, que se aprende e se joga depressa em pouco tempo que gratificam depressa embora tenham uma longevidade reduzida. Ideal para jogar em longas viagens mas também nas pausas do trabalho, vale a pena tê-lo por perto.

6 / 10

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