Splatoon 2: balas trocadas por jactos de tinta - Antevisão
Sequela maior e melhor de um belíssimo original de 2015?
Antes de passar à antevisão da demonstração de Splatoon 2 que a Nintendo preparou no evento de apresentação da Switch, uma breve história. Era suposto acompanhar este texto com uns 10 a 15 minutos de gameplay capturado, tal como sucedera quando experimentei The Legend of Zelda: Breath of the Wild. No entanto, depois de me certificar que na ronda seguinte poderia instalar-me junto a uma Switch com comando Pro disponível para jogar através da TV e que poderia ligar o aparelho de captura ao computador, um problema por apurar impediu a obtenção de sinal no televisor, como se os cabos não estivessem conectados.
Em pouco tempo tinha alguém ao meu lado a ajudar-me na medida do possível e dois japoneses, não sei se ligados à produção do jogo ou não, tentando encontrar uma solução, numa conversa quase triangular. De acordo com o parecer de um deles, talvez o cabo demasiado comprido de HDMI fosse a razão pela qual o sinal não passava. Pareceu-me um tanto estranho. De qualquer modo a dificuldade não foi superada e depois disso acabaram por desligar e voltar a ligar todos os aparelhos.
Numa extensa mesa para oito jogadores, a Nintendo dividiu as consolas por dois grupos de quatro, sendo também quatro as consolas que operavam em modo portátil, enquanto os restantes seguiam o jogo pelo televisor segurando o comando Pro. Na primeira ronda instalei-me junto de um destes, enquanto ao meu lado se sentou Archarom (Alexandre Maia) do RTP Arena, ele que estava mortinho por jogar a Splatoon, e calhou-lhe logo uma Switch em formato portátil.
Refira-se que Splatoon foi um dos jogos mais refrescantes publicados pela Nintendo. Um jogo que polarizou imenso os combates multiplayer, pela forma especial como o fez, sem sangue ou abate de humanos, em favor de esguichos de tinta como faz o polvo quando é atacado e procura atrasar a ameaça. O objectivo passa por conquistar mais território ao adversário, cobrindo-o de tinta. Poderá Splatoon 2 continuar a cavalgada do original e até incrementar a vertente competitiva multiplayer na transição para a Switch? Muito pode jogar a favor desta produção que foi uma das mais importantes de 2015, mas será importante descobrir até que ponto esta sequela realmente difere da anterior e que sinais de avanço consolida.
Por enquanto, a demonstração proporcionada assente nas Turf Wars não correspondeu a uma ideia de abertura completa. Talvez por mostrar um aperitivo do jogo, baseado nos combates até oito jogadores, muito ficou por ver, embora tenha sido adiantado que haverá uma campanha "single player" maior que a de Splatoon e uma nova área central na qual se agregam novas lojas e espaços de reunião. Mas enquanto que ainda falta descobrir toda essa parte, as novidades por enquanto cingiram-se ao equipamento, a começar pelas Splat Dualies.
Podendo efectuar movimentos evasivos, as habilidades são talvez o seu ponto mais interessante, com possibilidade de se transformarem num "jetpack", num movimento algo próximo do visto em Super Mario Sunshine. Só que aqui ainda podem lançar uma bomba de tinta sobre os adversários, situação típica de um bombardeamento bem sucedido. Outras opções contemplam um lança mísseis que faz "lock on" nos adversários e canos duplos para disparos mais regulares. Destaque ainda para o "Splashdown", uma nova manobra muito eficaz que consiste numa projecção e consequente queda, como se fosse um relâmpago, propagando tinta. As restantes armas receberam pequenos ajustes e alterações, mas a dinâmica do combate mantém-se e a estrutura também. Os mapas continuam como que perfeitos para este tipo de combate mais próximo, sendo que agora sem o segundo ecrã terão de o abrir enquanto jogam (pressionando X), enquanto que no GamePad bastava uma deslocação dos olhos. O sistema de mira por giroscópio mantém-se e funciona bem no comando Pro. Na Switch em modo portátil o sistema é o mesmo, com resultados semelhantes.
Não sendo uma versão Deluxe como chegou a ser ventilado antes do anúncio, Splatoon 2 é uma sequela do original que será lançada no segundo trimestre de 2017, alguns meses depois do lançamento da Nintendo Switch. Ainda queremos ver mais até formarmos uma convicção mais firme sobre os méritos desta sequela. Por enquanto o que vimos e experimentámos é ainda uma evolução do original, um pouco do mesmo segmento, mas se o jogo se mostrar amplo na versão final, poderá muito bem ser-lhe reconhecida parte da justiça que ficou por atribuir no original numa consola que não chegou às massas. Para muitos Splatoon 2 poderá ser uma nova oportunidade para descobrir um muito divertido "shooter" na terceira pessoa.