Splinter Cell: Blacklist - Antevisão
O velho Sam, mas com grande estilo.
Já parece ser uma questão incontornável. A ação frenética está cada vez mais a tomar conta dos videojogos, e não parece abrandar. As abordagens mais serenas já não parecem entusiasmar, pois o limite está demasiado alto e se os videojogos de ação quiserem ter o seu espaço, então têm que percorrer o mesmo caminho. Este é o sentimento que se tem ao ver o novo Splinter Cell: Blacklist, que parece misturar um pouco de tudo de outros jogos. E ainda se assemelha a Assassin's Creed.
Sam Fisher parece estar cada vez mais elegante e ágil com a idade. Depois de um Conviction cheio de atividades sujas e mais na margem, Blacklist leva Sam de volta às ordens da Fourth Echelon, tudo para proteger os interesses dos EUA. Isto pelo menos em termos oficiais.
A demo revelada na E3 mostra um jogo mais próximo daquilo que podemos esperar num shooter na terceira pessoa. A série é conhecida pela forma como Sam encara cada combate e adversário, tudo nas maiores calmas, evitando se possível o confronto direto. A nova equipa de Toronto dentro dos estúdios da Ubisoft, acredita que este é o melhor jogo da série, onde acrescenta novas formas de jogar a uma jogabilidade clássica, mantendo o aspeto que marcam a série.
Foi revelado que Sam está numa missão de reconhecimento e bloqueio de diversas ações terroristas levadas a cabo por um novo grupo armado. As ameaças são contra o governo dos EUA, nomeadamente diversos pontos de interesse por todo o mundo.
Na demo vimos Sam atacar uma base de uma das facções do grupo terrorista, entrando no acampamento com um cadáver de um dos terroristas, simulando que era um local. A zona de conflito é a fronteira com o Irão (bem atual), e a missão de Sam é saber qual o próximo alvo a ser eliminado e evitar que tal aconteça.
Uma das mudanças na série que facilmente é reconhecida, é a ausência do ator Michael Ironside, que dava a voz a Sam, sendo agora o papel ocupado por Eric Johnson. Na versão Xbox 360 o jogo terá também uma diferença em contraste com as outras versões, pois podemos usar o Kinect para tácticas furtivas, como chamar um inimigo ou assobiar.
Como referi, apesar de estar mais velho, Sam está mais ágil que nunca. Na segunda parte da demo é perfeitamente notória a troca de tecnologia com a equipa de Assassin's Creed. As escaladas, o parkour e os saltos estão muito parecidos com AC. Apesar de ser uma melhoria face ao aspeto mais "bruto" de Sam, certo é que parece exagerado. Ver Sam a subir uma parede de terra como fosse um macaco e com elevada velocidade, não é algo que se possa esperar na série, que sempre se pautou por uma jogabilidade mais calculista.
De regresso está a mecânica de eliminar inimigos tendo por base uma estratégia de seleccionar antecipadamente. Este formato pareceu demasiado ligado a um sistema fechado, onde após selecionarmos os inimigos desejados, pouco ou nada fazemos senão desencadear a ação. Foi-nos dito pela equipa produtora que tal não será assim tão linear, que existe na verdade jogabilidade no ato. Este sistema levou o nome de "Killing in Motion", que mistura um pouco o efeito Bullet Time com elementos de estratégia.
Mas não podemos deixar de referir que o efeito é bonito. Na verdade Splinter Cell: Blacklist é bonito de se ver. A versão apresentada à porta fechada estava a correr no PC, e para um jogo que apenas sairá na melhor das hipóteses daqui a um ano, está com excelente aspeto. As animações de Sam são extremamente realistas, ajudando e muito às fantásticas cut-scenes, colocando sempre uma tenção no jogo.
Não podia deixar de referir a cena onde Sam tortura um dos terroristas. A sensação de dor é extremamente real, pois Sam espeta uma faca no ombro do terrorista, e temos aí uma pequena QTE de ação e decisão da tortura. Foi referido que estas cenas serão constantes, iremos poder tomar decisões morais no jogo. Não foi explicado se isso terá influência direta no enredo do jogo.
Sobre as influências de outros jogos, ou melhor, a questão de entrar na onda da ação frenética, é algo que poderá dividir os fãs de longa data. Também é certo que o nível mostrado tinha este elemento como estandarte, e não é certo que todo o jogo leve esta onda mais de ação. Queremos pensar que esta demo foi apenas para impressionar a audiência.
Mas indiscutível é a forma como Sam ataca o inimigo. Tem elementos furtivos, mas a ação está lá nas mecânicas de gameplay. Os antigos Sam eram mais brutos, lentos e não tão esguios. Agora passar de uma posição segura encostados numa parede ou muro e atacar, a ação é extremamente mais cinematográfica, coberta de planos próximos e das movimentações dos inimigos. Por outro lado, o aspeto solarengo e arenoso do Irão poderá ter aproximado o jogo a títulos tais como Modern Warfare e Medal of Honor, mas na terceira pessoa.
As primeiras impressões são extremamente positivas. Temos um Splinter Cell que mantém linhas clássicas, mas que pisca fortemente à moda cada vez mais presente nos jogos. Aliás, poderei dizer que poucos são os shooters que não têm a ação Hollywoodesca presente nas suas mecânicas de gameplay. Talvez possamos estar a deixar de ter controlo nos jogos, e equilíbrio é algo que se espera em Splinter Cell: Blacklist.