Star Ocean: The Last Hope International
Exploração espacial...m'kay!
Com os inimigos visíveis a todo o tempo no cenário, quando efectuado o contacto passámos para um cenário de batalha, no qual os confrontos são efectuados em tempo real e com o jogador a controlar livremente o seu personagem seleccionado, não fosse este um RPG de acção numa série de total tradição nesse campo quanto esta. Como já referido, este é o elemento que vai certamente viciar o jogador que sem dar por isso está entregue ao desejo de mais batalhas não só pela diversão mas também pelo melhoramento das personagens. Convém referir que o jogo pode tornar-se bastante difícil caso o jogador não se comprometa a desenvolver os seus personagens e a obter melhores armas e itens. O grande mérito deste sistema de batalha é a forma como nos apela a melhorar a nossa prestação e se vai tornando mais recompensador consoante isso. Ao contrário dos anteriores, aqui temos quatro personagens em combate e a cada uma podemos atribuir um estilo de luta diferente, que serve para controlar a forma como a inteligência artificial actual, consoante os seus atributos.
O sistema B.E.A.T. ajuda ainda a distinguir quais as habilidades que o personagem vai desbloqueando e consoante o jogador as melhora, mais combinações vai abrir e mais devastadores se tornam os seus ataques. Combates rápidos podiam tornar o jogo numa espécie de hack 'n' slash mas toda a gestão da equipa e forma de actuar dos diferentes personagens oferecem um pouco de estratégia. Para isso em muito contribui a presença dos blindsides, uma técnica que permite ao jogador contra-atacar contornado rapidamente o inimigo que o está a atacar e aplicar um golpe mais forte. Alguns inimigos de maior porte, os chamados bosses requerem formas de actuar específicas e para os que vão tentar a sua sorte na conquista de tudo o o jogo tem para oferecer, dominar esta e outras técnicas assim como encontrar a melhor equipa e forma de actuar vai ser imperativo. Não deixem que o alto ritmo e facilidade do sistema de batalha vos engane.
Tecnicamente a versão internacional de The Last Hope consegue ser ao mesmo tempo superior e inferior à versão disponível na Xbox 360. No que ao som diz respeito, a versão PlayStation 3 é um vencedor por natureza pois contém as vozes originais Japonesas que conferem toda uma nova personalidade às personagens. Jogado com as vozes em Inglês, The Last Hope pode assumir-se como ridículo, execrável e insultuoso, um completo contraste com o trabalho efectuado pelos actores Japoneses. Se a eterna questão relacionada com a presença das vozes originais nos RPGs continua, The Last Hope é um exemplo fácil a aplicar na discussão argumentativa dos puristas. Já no aspecto visual, a versão PlayStation 3 consegue estar uns furos abaixo do produto Xbox 360. Maior aliasing e o efeito de névoa são os principais problemas na versão da consola Sony aos quais se junta ainda uma inferior prestação no que ao brilho diz respeito. Naturalmente, os que apenas tem contacto com esta versão vão ficar completamente alheios a estes detalhes e vão na mesma ter um jogo com bons momentos graficamente mas que no seu geral pouco faz para se destacar. De referir ainda que nesta versão é possível optar entre os menus originais Japoneses, com as personagens a assumir uma aparência anime, e entre os menus das versões Ocidentais Xbox 360, com um tom mais sci-fi e personagens em CG.
Em termos de longevidade, The Last Hope é o que se pode chamar de RPG à séria. No nível de dificuldade normal, aqui chamado de Galaxy e o mais difícil inicialmente acessível, foram precisas 40 horas com um personagem a nível 73 para o terminar. No entanto isto é apenas arranhar a superfície pois para retirar proveito de tudo o que o jogo tem para oferecer, serão precisas não o dobro mas muito provavelmente o triplo das horas. Os troféus a isso o incentivam e para além de dois níveis de dificuldade adicionais, temos tarefas como criar itens ou receitas, obter todos os itens, ou até mesmo completar todos os desafios relacionados com as batalhas. Se procuram uma boa relação entre preço e longevidade, este é sem dúvida um bom exemplo, se bem que nem todos vão ter paciência ou vontade para todas as tarefas pedidas.
Star Ocean: The Last Hope International é o que de certa forma se pode considerar como um RPG old school. Um bom sistema de combate, mundos interessantes de explorar, uma boa longevidade e grandes desafios são os atractivos que contrastam com uma história e personagens banais. Algumas novidades tornam-no num produto superior aos olhos dos puristas e somente aos mais fanáticos do género deve ser aconselhado. O certo é que The Last Hope poderia ter sido algo muito melhor do que é.