Start the Party
Festa curta e sem brio.
Com a chegada do PlayStation Move, a Sony vê-se automaticamente forçada a editar títulos que evidenciem dois dos pontos mais importantes a destacar aquando do lançamento de um produto: a sua qualidade e o quão abrangente este pode ser em termos de público alvo. Entre os títulos de lançamento está Start the Party e apesar do título poder ser altamente apropriado e sugestivo, a sua natureza é a de cumprir para com um dos principais alvos dos controlos por movimento, o público casual ou menos experiente. Mas mais do que esses, Start the Party parece ser aquele título direccionado para a família que é forçosamente chamado ao serviço.
Tendo isto em mente, mais do que qualquer outro título presente no catálogo dedicado ao Move, Start the Party nasce logo com algumas limitações, ou específicas orientações caso o prefiram, está embutido na sua natureza. Este jogo da Supermassive Games chega para tentar expressar de uma forma simples e descomprometida todo um potencial que está inerente ao novo comando, o conceito da "realidade aumentada" que a equipa responsável pelo Move teve como base.
Start the Party pode ser descrito como um conjunto de mini-jogos de apelo para a família, especialmente para as numerosas e com jogadores mais novos. Tudo é muito simples e muito imediato, podemos optar por jogar de forma livre e assim escolher os mini-jogos ou então optar pelo modo de sobrevivência. Aqui temos que executar os mini-jogos, que se vão sucedendo, o mais rápido possível para que a barra lateral não se esgote. Tudo muito simples e intuitivo pois aqui a estrela é a simplicidade que por seu lado serve a diversão.
A diversão é imediata, especialmente se tiverem muitas pessoas em redor do jogo, e cada novo jogo mais do que uma forte constatação das capacidades do Move, é uma vaga de diversão que pode incutir também um certo espírito de competição saudável. Todo o apelo inicial é enorme e conseguimos tirar bons momentos com o jogo. No entanto, consoante o tempo vai passando a diversão vai-se reduzindo, e até rápido demais. Para os solitários é expressamente desaconselhado e mesmo para os que vão jogar a dois as advertências são elevadas pois tudo dependerá da resistência competitiva de cada um.
Start the Party não faz quaisquer reservas em assumir-se como um título para vários jogadores, e até o aconselha desde o primeiro momento. Mini-jogos como aquele que temos que usar uma espécie de ventoinha e redireccionar os pintainhos que caem para os cestos, aquele que temos que cortar cabelo, ou aquele em que temos que rebentar balões são muito divertidos mas a maioria deles parecem focar-se unicamente nos movimentos físicos e ao único teste que é feito é à velocidade do jogador. Nenhum jogo aqui desafia o jogador a nível mental(talvez o mini-jogo o dos robôs) e nenhum deles enverga uma inteligência ou até irreverência para que se façam marcar.
A maioria deles parecem mesmo ter como base o propósito de mostrar o que se pode fazer com o Move e se por um lado quase parece ser uma espécie de disco de demonstrações tecnológicas, por outro lado reforça em demasia a ideia que nada de novo tem para oferecer. Claro que para os que vão pela primeira vez ter contacto com os controlos por movimento este é um título que ganha alguma justificação, mas mesmo assim não serve como desculpa para a falta de ideias, algo ainda mais grave para os que já desde 2006 tem contacto com a Wii.
Start the Party tem então, como referido, duas estrelas, o Move e a família. Como tal não é de estranhar que todo o visual seja altamente colorido e que tudo parece ter vindo de um daqueles desenhos animados feitos para a pequenada que ainda nem teve direito a ir à escola. Serve o seu propósito e não seria de esperar que fosse de outra forma. Como vem sendo tradição na casa PlayStation Portugal, tudo está traduzido para Português, tanto texto como vozes. É o toque final que já vai sendo característico e que em muito ajuda a que os títulos sejam amigos da família.
Start the Party é provavelmente a melhor forma de as famílias terem o primeiro contacto com o Move mas esse é mesmo o único elogio que lhe podemos dar, se é que chega a ser um. O apelo e diversão são imediatos mas desaparecem a curto prazo e nada de novo é aqui feito, aliás, para o potencial trazido pelo Move, sentimos que nem a superfície chegou a ser tocada.