Starblood Arena - Hands On
Shooter de arena na realidade virtual.
Foi a 11 de Outubro de 2016 que a Sony deu entrada na realidade virtual, quando transformou Project Morpheus num produto real, à venda nas lojas, chamado de PlayStation VR. Esta tecnologia compatível com a PlayStation 4 abria as portas a um novo mundo de oportunidades, um novo conjunto de desafios para vários estúdios em todo o mundo. A possibilidade de começar do zero ou simplesmente tentar converter um género conceituado para a realidade virtual eram dois dos conceitos mais interessantes e assim começamos a assistir à chegada de novidades pensadas no VR. Depois de uma fase inicial marcada pelas já esperadas experiências básicas, quase a roçar o estatuto de demo, o PS VR passou por início de ano mais tranquilo. Algo que a Sony quer mudar.
Lançar jogos não chega, é preciso promovê-los, é preciso mostrar às audiências o porquê destes jogos merecerem o seu entusiasmo. Mai do que nunca, é preciso reforçar a presença do PSVR na vida dos jogadores. A pensar precisamente nisso, a Sony quer liderar uma nova vaga de títulos para a realidade virtual, de forma a validar a compra feita por perto de 1 milhão de consumidores. No evento em que estivemos presentes em Madrid, intitulado PlayStaytion VR Journey, a Sony deu início a uma autêntica jornada para promover dois dos principais lançamentos que prometem liderar essa segunda vaga de software feito a pensar nesta tecnologia. É uma tarefa levada a cabo com imensa seriedade pela Sony, que revelou ter ficado impressionada com as vendas do capacete e ciente da responsabilidade em justificar o investimento dos jogadores.
Entre as tentativas de tornar a realidade virtual mais apelativa para um número ainda maior de jogadores, a Sony aliou-se à White Moon Games para apresentar Starblood Arena. Os jogos de acção na primeira pessoa há muito que se tornaram num dos maiores géneros mas consolas, basta olhar para as listas anuais com os jogos mais vendidos, e este é um dos dois grandes esforços para combinar o PlayStation VR com esse tão importante e desejado género nesta indústria. O conceito é simples e directo: exemplificar de que formas o PlayStation VR pode servir este género tão popular e confirmar a sua validade. Pelo caminho molda-o às suas especificidades e introduz os já esperados acertos para promover as funcionalidades gameplay permitidas por uma interface tão única quanto o PSVR. No papel a ideia parece brilhante e entusiasmante, especialmente quando existem perto de 1 milhão de capacetes vendidos em todo o mundo à espera de videojogos que lhe dêem o seu devido valor.
Tal como o nome indica, em Starblood Arena entras em arenas multijogador para seis jogadores e no modo demonstrado, todos contra todos sem qualquer apelo ou agravo. Após um ecrã de selecção de personagens altamente caricatas, estilizadas e feitas para atrair diferentes gostos ficas prontos para entrar nas arenas e enfrentar os outros jogadores. Escolher uma personagem não é tão simples quanto seleccionar a que mais gostas, a mais fixe, existem elementos gameplay que são afectados por esta escolha. Cada personagem tem o seu próprio mech e armas, e tal como num jogo do género jogado com uma interface clássica, também aqui na realidade virtual precisas de ter em conta todos estes parâmetros da experiência. Assim que todos os jogadores estão prontos, é hora de entrar na arena e dar início ao caos.
David Lee, designer na White Moon Dreams, esteve presente no evento especial para falar sobre como Starblood Arena foi feito a pensar precisamente nas potencialidades do PlayStation VR e nos desafios inerentes a uma nova tecnologia. Existem diferentes modos de jogos, alguns feitos a pensar para quem quer jogar sozinho, mas a grande maioria feita a pensar para sessões com vários jogadores. Existem modos Arena padrão, todos contra todos, e até um modo a lembrar Rocket League, no qual tens de colocar uma bola de râguebi num alvo e celebrar. Apesar de no papel soar perfeito para os eSports, a White Moon não tem quaisquer planos mas ficaria encantada se tal aconteceste. Para os que estão desde já interessados mas ainda intrigados com o apoio no futuro, nada foi dito quanto novos conteúdos adicionais, sejam mapas, personagens ou até modos de jogo.
A White Moon Games apresenta um grupo variado de personagens, com diferentes classes, características e possibilidades imensas. Além das armas, estas diferentes personagens permitem explorar o gameplay e a profundidade da realidade virtual num jogo de acção na primeira pessoa. Diferentes tipos de disparo são apenas um dos diferenciais neste conjunto de pilotos estranhos. Quando as sessões iniciam, entras em arenas construídas com uma incrível sensação de verticalidade, não pudessem os mechs subir e descer. Desta forma podes disparar para um adversário que está por baixo de ti, sem que ele possa sequer responder. Manobrar o mech e disparar dentro de arenas onde o espaço é tão importante quanto o ritmo, especialmente delicado na realidade virtual, mas essa é a essência deste Starblood Arena. Os controlos permitem isto com facilidade mas a adaptação é variável.
Entre os jogadores que estavam presentes, a capacidade de suportar a experiência era altamente variável, mas a acção rápida e frenética, estilo arcade, poderá complicar a vida para alguns. No entanto, o propósito da White Moon parece bem explícito, atestar que um dos géneros mais populares e entusiasmantes da actualidade pode ser convertido na perfeição para a realidade virtual. No entanto, ao estudar como criar um jogo de acção rápida e frenética para a realidade virtual, esta equipa pensou também em formas de aproveitar o capacete como forma de interagir e isso traduziu-se numa das mais importantes funcionalidades do gameplay que marcam Starblood Arena e o tornam mais dinâmico mas talvez mais exigente também.
Em Starblood Arena não tens controlo da câmara, apenas do mech e da mira. O mech é controlado com o DualShock 4, seja para disparar ou para manobrar pelas arenas altamente verticais, enquanto a mira é controlada pela tua cabeça, algo que marca a experiência e sem dúvida alguma aumenta imenso à sua fluidez, mas também torna a experiência inicial mais exigente, no que diz respeito ao hábito à realidade virtual. Para apresentar um esquema de controlo rápido e intuitivo, a perspectiva está fixa consoante o movimento do mech, mas ao movimentares a cabeça com o PSVR equipado, movimentas a câmara e provavelmente consegues assim uma das mais rápidas miras que jamais poderias pedir. Como referido, é preciso hábito nestas arenas frenéticas, mas assim que encaixas no movimento, abres a porta para abordagens praticamente impossíveis em outros jogos do género.
A mais valia deste Starblood Arena parece ser a forma como aproveita a realidade virtual para um jogo de acção rápida e frenética como tradicionalmente é um shooter de arenas. Os controlos são intuitivos mas por enquanto ficam as reservas quanto à sua capacidade para criar uma comunidade. É extremamente vital para um jogo focado na vertente multijogador. Pessoalmente tenho uma grande dificuldade em suportar as exigências da realidade virtual mas se tiverem uma melhor capacidade, podem encontrar em Starblood Arena uma proposta interessante que pega em conceitos existentes e os adapta para a realidade virtual.