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Super Mario 3DS

Goombástico.

Terá sido, muito provavelmente, uma das maiores ausências da lista de jogos de lançamento para a 3DS. É verdade que não foram muitas as vezes em que a Nintendo optou por lançar uma máquina tendo Super Mario na lista inaugural. Claro que há aquele momento perpetuado na história dos videojogos quando Mario 64 foi lançado em "bundle" com a N64, num jogo que viria a mudar determinantemente a composição dos jogos em cenários e com perspetivas tridimensionais. Ponto que viria a ser retomado com a mesma escolha para o lançamento do primeiro modelo da Nintendo DS. A recuperação do clássico Mario 64 acomodou as pretensões dos fãs, mas só mais tarde, já no advento da Nintendo DS Lite, a Nintendo abriu as portas para New Super Mario Bros, uma nova engrenagem a partir do clássico.

Agora, três meses depois do lançamento da 3DS, a Nintendo escolheu a E3 para mostrar ao mercado que haverá um Super Mario original sob a forma de jogo portátil até ao final do ano. Numa primeira vista descomprometida alguém ousará dizer que a Nintendo volta ao mesmo. Contudo, a grande especialidade da Nintendo é que para cada novo episódio da aclamada série consegue introduzir modificações e novas perspetivas sem prejuízo dos elementos que fizeram dos jogos passados e presentes autênticos prazeres videojogáveis.

Além disso, Super Mario é talvez a única mascote verdadeiramente representativa de uma marca em exercício, depois do declínio de Sonic, aquele que durante alguns anos foi o seu mais directo rival. Mas a diferença no tratamento entre as duas aclamadas personagens permite perceber o sucesso da Nintendo da e o declínio da Sega , já que isso reside no conhecimento e na capacidade para manter tradição e modernidade. É um risco grandioso para a Nintendo, mas cuja execução só reforça o seu estatuto na medida em que continua a privilegiar as linhas mestras dos seus clássicos com entusiasmantes e fórmulas inovadores.

A Nintendo já tinha explicado que não iria incluir muitos jogos "first party" no ciclo de lançamento da 3DS e que essa escolha visava dar espaço e margem para os produtos oriundos das "third party". Ao mesmo tempo ganhou tempo para cuidar de séries mestras como Super Mario ou Legendo of Zelda. A força criativa por detrás deste Super Mario provém da equipa que nos entregou Galaxy, pelo que Yoshiaki Koizume tem aqui o aliciante de trabalhar com uma nova peça tecnológica que é a 3DS. Há uns tempos perguntaram a Miyamoto como poderia superar a ausência de um segundo analógico para movimentar a câmara em torno de Mario. O giroscópio está lá e muito provavelmente terá aplicação nalgumas áreas de jogo.

Para já pudemos deitar as mãos a quatro níveis de jogo e descobrir como vai funcionar este novo super Mario. É seguro que este lançamento tem significativo interesse adicional para a marca pois é a primeira vez que um jogo proveniente de uma série que há muitos anos triunfou magistralmente ao romper por espaços e mundos totalmente tridimensionais irá ganhar uma composição tridimensional ulterior por força do ecrã superior da 3DS. Estamos assim perante um jogo construído em 3D e que poderá ser jogado ao abrigo de efeitos tridimensionais proporcionados pela consola. Apesar da aproximação a Galaxy em termos visuais e até por se tratar da mesma equipa que fez os dois jogos para a Wii, Super Mario distancia-se em certo modo e figura num ponto intermédio entre Galaxy, Super Mario Bros 3 e até Mario 64, contendo inovações, novos desafios e sobretudo o que é mais aliciante; novos mundos.