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Super Mario Party Jamboree Review - Insanidade da competição em tabuleiros e fora deles

Experiência multiplayer alargada em modos de jogo

Crédito da imagem: Nintendo
Fortalecido em modos de jogo, desenvolve não apenas os jogos de tabuleiro como acrescenta novas opções para jogo multi competitivo. Todos podem jogar mas jogadores mais afoitos não vão querer perder, nem que seja a feijões.

Super Mario Party Jamboree é editado na Nintendo Switch, na fase derradeira da máquina híbrida da Nintendo. Não obstante ser este o terceiro jogo editado na Switch, de uma já longa série com quase uma vintena de jogos publicados (entre sistemas domésticos e portáteis), a sensação de que todos podem jogar ainda é uma premissa atractiva. Pensamos no Natal, nos tempos passados em família e de maior próximidade e um dos passatempos que entra facilmente nessa equação é precisamente Super Mario Party. É uma série que dispensa apresentações e facilmente se entende o seu sucesso. Os jogadores seleccionam uma personagem do Mushroom Kingdom e aventuram-se por tabuleiros e minijogos visando a primeira posição.

As regras e as acções primam pela simplicidade, ainda que os melhores queiram sempre executá-las com a brevidade dos campeões. Independentemente das capacidades e conhecimento sobre os videojogos, qualquer pessoa pode pegar num comando - ou num Joy Con - e levá-lo ao extremo, premindo um ou dois botões enquanto movimentam a personagem. Há sempre um breve tutorial interactivo a explicar o funcionamento dos minijogos. Depois a prática faz o resto. Aliás, os mais destemidos neste tipo de experiências, que procuram rivais à altura das suas capacidades, podem servir-se da ligação online para jogar os tabuleiros e outros desafios com mais jogadores oriundos dos territórios do planeta. O online funciona aqui como o sozinho em casa a jogar contra o mundo, não fica refém da existência de mais pessoas naquele dia e naquela hora para desfrutar do jogo.

É um alvo que no caso de Super Mario Party Jamboree torna os desafios mais intensos e ao mesmo tempo uma luta acirrada pelas posições cimeiras. Por vezes a sorte conta, ainda que conquistá-la tenha também o seu preço. Há tabuleiros mais difíceis do que outros e acontece que a sorte tem mesmo um papel relevante no desfecho final, em pequenos momentos que podem ditar o ganho ou a perda de uma estrela indispensável à vitória final. Uma casa à frente ou atrás é suficiente para vencer ou sair derrotado.

Jamboree e uma segunda personagem em auxílio

Um exemplo desse factor sorte acontece quando a dada altura de um jogo de tabuleiro entra em cena uma personagem adicional do universo Mushroom Kingdom (Jamboree). Esta personagem produz uma série de benefícios a quem chega primeiro até ela e vence o seu desafio. No caso de Waluigi há um minijogo muito curioso e divertido. É uma máquina de flipers, na qual o objectivo consiste em fazer mais pontos activando todas as letras do nome. O jogador que vencer terá o acompanhamento desta personagem ao longo de três turnos, podendo receber mais moedas e itens, consoante a sua habilidade. De facto é preciso pensar e usar as casas de venda de itens para conseguir os melhores e depressa chegar às estrelas. A sorte conta mas se existir um planeamento e uma estratégia no avanço pelo tabuleiro é mais fácil concretizar os objectivos.

Image credit: Nintendo

Este modelo estratégico adquire primazia através do modo Pro. Trata-se de uma forma de minimizar as chances de vencer com sorte e premiar quem arrisca. Os tabuleiros podem ser jogados em dois modos: o Clássico e o Pro. Se o primeiro é convencional, o segundo introduz limitações ao nível dos itens vendidos, das casas de sorte e azar, passa de 10 para 12 turnos (no mínimo) e acrescenta um power up ao começo, entre outras regras. No fundo há mais possibilidades estratégicas, o que não quer dizer que o factor sorte seja erradicado. A melhor forma de conseguir chegar até mais estrelas passa por tirar o máximo partido em cada jogada e vencer os minijogos como forma de amealhar mais moedas. Haverá sempre momentos de sorte ou azar, é preciso ter isso em conta.

Os sete tabuleiros presentes no jogo são desbloqueados à medida que progridem de nível, obtendo pontos que permitem atingir as categorias ouro e diamante, as mais altas e com as quais conseguem jogar na fortaleza do Bowser e no castelo sobre as nuvens. A dinâmica dos tabuleiros é uma constante. Na Floresta do Mega Wiggler, assim que é acordado por via de um sino, esta personagem movimenta-se e abre novos atalhos. O Autódromo Lança-Dados é bastante interessante. As personagens movimentam-se numa espécie de circuito, não faltando dados turbo (de 4 dados) para um avanço rápido até à meta. Além disso, um carro desgovernado conduzido por um Boo faz uma entrada em pista arrepiante, abalroando os jogadores à sua frente.

A caça às promoções no Shopping Arco-Íris

Um dos meus tabuleiros favoritos é o Shopping Arco Íris. São 3 pisos de lojas, elevadores, escadas rolantes e promoções a cada 5 turnos. As escadas rolantes e os elevadores servem de atalho. Também há situações de azar, como os preços inflaccionados ou as sempre temíveis casas Bowser. Este tabuleiro prima pelo imenso colorido e pela amplitude do espaço. A ilha Goomba é temível quando entra em erupção, normalmente quando uma personagem passa pelo topo da chaminé. As casas ficam em bolhas de lava e as Gombas tornam-se douradas. A maré alta ou maré baixa também condicionam a passagem por atalhos e zonas distantes da ilha, onde pode estar uma estrela. O Povoado Faroeste inscreve a temática do faroeste. Há comboios (M-fumaça) que atravessam as montanhas e avançam rápido pelo mapa, mas a viagem tem um custo. Há ainda bandidos e um xerife disposto a devolver a ordem ao tabuleiro.

Image credit: Nintendo

O Castelo Arco-Íris do Mario decorre sobre as nuvens e possui o atractivo da estrela na torre. No entanto, também aqui existe alguma dificuldade em colher depressa o maior número de estrelas, podendo a torre mudar de sítio e com isso causar uma maior extensão do percurso para lá chegar. O reduto do Bowser possui um grau de dificuldade elevado, há muitas casas de azar e constantemente as personagens em jogo são assoladas por este poderoso monstro, capaz de roubar as estrelas obtidas. Mas o azar também pode dar lugar à sorte pois poderão ganhar uma estrela se caírem muitas vezes nas casas do Bowser.

De um modo geral estes tabuleiros são bastante divertidos e proporcionam longas horas de jogo e intensa actividade, tanto nos minijogos como a deambular pelo tabuleiro arriscando o máximo para obter as tão almejadas estrelas. A dupla Jamboree funciona como um “power up” momentâneo, com maior probabilidade de vantagem para o jogador que alcançar o estado de dupla.

Há mais modos para lá do Mario Party

Se o modo Mario Party é suficiente para garantir horas de jogo, é imprescindível percorrer os restantes modos de jogo. Por um lado descobre-se a versatilidade de Mario Party ao produzir diferentes desafios a pensar nos comandos por movimento e partilha da experiência, e ao mesmo tempo a garantir pontos imprescindíveis à subida de nível e desbloqueio de todos os tabuleiros, músicas e selos. Nestes modos há uma conjugação de diferentes desafios. Por exemplo, a cozinha rítmica é um jogo no qual os pratos são confeccionados ao ritmo da batida. São desafios simples mas apelativos por força da música e da acção. Seja a cortar alimentos ou a retirá-los do campo, é uma actividade que depende do “timming” e de uma execução perfeitas.

Image credit: Nintendo

A fábrica do Toad oferece um conceito diferente, assente na movimentação de objectos no ecrã através do uso dos Joy-Con. Aqui os movimentos são essenciais para que se desloquem as esferas de um ponto de partida até à meta. A intensidade com que movem os objectos e a força aplicada no toque da bola podem ditar o sucesso ou não. Aqui é um tipo de minijogo cujo grau de dificuldade vai sendo maior à medida que progridem. O conceito é o mesmo, só a configuração e design é que mudam.

As aventuras aéreas, tal como o nome sugere, ocorrem em pleno voo. Os Joy-Con são segurados nas mãos e de braços abertos são efectuados movimentos, podendo virar à esquerda ou direita, mergulhar ou subir num voo. É um processo bastante simples de lograr. Para uma rápida aprendizagem o voo livre é a melhor escolha. Outros desafios são a competição alada ou o táxi alado, neste caso para dois jogadores em que o objectivo consiste em levar até certos pontos do mapa, personagens cujo peso é variável e que por isso requer uma melhor coordenação.

Ainda nos modos de jogo adicionais destaque para a Brigada anti-Bowser. Aqui até 8 jogadores unem esforços, derrubando caixas de madeira que transportam bombas, devendo encaminhá-las até um canhão, onde é disparado um tiro contra o cartaz de Bowser. Existem várias peripécias e tentativas de aniquilamento dos comparsas de campanha mas no fundo o sucesso depende das melhores decisões e de uma rápida actuação. É um jogo que pode ser tão divertido como caótico.

Image credit: Nintendo

O Bowserathlon consiste em amealhar o maior número de moedas nos minijogos para um avanço rápido num percurso específico. Uma volta é dada ao fim de 150 moedas. Os jogos de sobrevivência do Bowser podem custar um retrocesso no número de casas. É um desafio diferente e divertido. Incorpora os tradicionais minijogos. No caso do atraso se tornar considerável há itens que podem ajudar a uma recuperação na classificação. É um modo diferente e bastante apelativo graças às constantes mudanças na classificação. Faz lembrar uma corrida com a particularidade dos jogadores participarem em desafios nos quais o objectivo consiste em recolher mais e mais moedas.

A marina dos minijogos transporta até 4 jogadores para uma ilha na qual se jogam directamente os minijogos. Podem jogá-los de forma livre até lograrem a melhor pontuação, passarem por desafios diários ou seleccionarem um minijogo em específico. Podem jogar em duplas, no modo sobrevivência (o último a ficar ganha) ou efectuar uma batalha de desafios. Esta é a via directa para os pequenos desafios. Com mais de 100 desafios preparados, desde cada um por si, até 1 contra 3 ou a pares, é de apreciável dimensão a quantidade de desafios compactos inscritos.

Image credit: Nintendo

Descrever todos os minijogos é uma tarefa hercúlea mas vale a pena frisar que estes desafios são simples, possuem conceitos precisos e podem ser jogados com apenas um Joy-Con, depedendo de acções básicas e facilmente memoráveis por qualquer pessoa. Os reflexos, rapidez e muitas vezes a agilidade mental é que fazem a diferença. Podem jogar com o Joy-Con na vertical ou de forma horizontal. Há muitas surpresas a descobrir. Com tantos desafios em rotação é difícil jogar o mesmo minijogo num curto espaço de tempo.

Entre cartões, música, fotografia e reacções, existem ainda mais coisas a recolher em termos adicionais. A subida de nível ao completar estes desafios e todos os modos de jogo garante o desbloqueio de todos os tabuleiros, assim como os extras que podem ser contemplados e verificados na praça. Apesar de alguma revisão da matéria que perpassa pela experiência, é inegável o imenso conteúdo presente em Super Mario Party Jamboree. É um jogo cuidado visualmente e esmerado em termos de desafios presentes. Alguns são completados apenas em 20 ou 30 segundos mas são tão diferentes e inesperados que no ritmo da competição podem tornar-se bem desafiantes. Se no geral esta é uma experiência consolidada, é nos detalhes dos minijogos e nos novos desafios que estão as maiores surpresas e se encontra a chave da diversão.

Prós: Contras:
  • Quantidade de tabuleiros
  • Variedade de modos de jogo
  • Abundância de minijogos
  • Comandos por movimentos
  • Detalhe e temática dos tabuleiros
  • Imensos extras
  • Funcionalidades online
  • Apesar do modo Pro factor sorte pode pesar
  • Tabuleiros não inteiramente originais

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