Super Pokémon Rumble - Análise
Monstros de bolso em formato brinquedo.
A razão para o sucesso de Pokémon nas consolas está longe de ser este tipo de spin-offs, geralmente lançados em períodos que intercalam a aparição dos grandes títulos da série. Aquilo que faz dos jogos ao bom estilo RPG um sucesso tendem a ser premissas aqui descartadas, para dar lugar a jogos de natureza casual, sem grandes enredos ou mecânicas que convidem a um enorme dispêndio de tempo. Super Pokémon Rumble é mais um desses jogos que, face à falta de um grande lançamento com a marca Pokémon na 3DS, aparece aqui como título de estreia da série na mais recente portátil da Nintendo.
A premissa aqui adotada até já nem é novidade para quem andou atento aos lançamentos na plataforma Wii Ware, uma vez que o universo dos Pokémons brinquedos foi introduzido no serviço em 2009 com Pokémon Rumble. Esta nova versão segue a mesma ideia, com o mesmo estilo e jogabilidade, com a pequena diferença de incluir Pokémons até à quinta geração. Super Pokémon Rumble coloca o jogador num mundo diferente, onde os Pokémons são hipotéticos brinquedos controlados pelo Mii do jogador. Poder-se-ia, portanto, dizer que tudo não passa de um recreio, onde as aventuras recriadas são nada mais do que uma fantasia e aquilo que procuram nada é senão brincar.
E essa é mesmo a melhor forma de olhar para Super Pokémon Rumble. Não vão encontrar aqui um enredo que apele à progressão e muito menos uma jogabilidade plena de opções. Este é um jogo simples, onde aquilo que encontram nos primeiros minutos é, em grande parte, aquilo que vão obter durante as restantes horas que dedicarem a esta experiência. O jogador começa por controlar um Pokémon brinquedo, com o objetivo de se tornar o campeão num mundo dos Pokémons. Mas essa meta é rapidamente alcançada e num abrir e fechar de olhos estarão metidos numa encruzilhada na qual deverão perseguir Pokémons tiranos que procuram desequilibrar o mundo dos Pokémons brinquedos.
Na prática, isto significa que vão andar de terra em terra a derrotar e criar amizades com novos Pokémons, de forma a criar uma equipa forte. Mas também significa que isto é tudo aquilo que vão fazer, num constante recorrer a mecânicas de esmagamento cego de botões. Os cenários e os Pokémons mudam, mas tudo o resto se mantem inalterável. Ao visitarem uma terra deverão derrotar todos os Pokémons que se colocarem no caminho até alcançar a batalha final, com um Pokémon de tamanho aumentado que provoca uma batalha geralmente mais complicada. Consoante os vão vencendo é dada, de forma aleatória, a possibilidade de juntar os Pokémons derrotados à equipa.
Isto faz com que num instante criem uma enorme equipa, cheia de Pokémons que rapidamente deixarão de utilizar. Até porque não existe a possibilidade de os evoluir - o nível em que o encontram é aquele que para sempre irá manter, independentemente de ser utilizado ou não. O máximo que poderão aqui conseguir é comprar um novo ataque para um determinado Pokémon, mas até isso é aleatório, já que pagam por um sorteio.
O jogo utiliza uma falsa apropriação do dinheiro ganho para regular toda a mecânica de jogo. Ao vencerem outros Pokémons ganham dinheiro, bem como ao ganhar torneios ou vender Pokémons. No entanto esse dinheiro para pouco ou nada serve já que, como disse, apenas o poderão utilizar para comprar ataques; e mesmo isso é quase inútil já que a impossibilidade de evoluir os Pokémons adquiridos fará com que os troquem constantemente por outros encontrados. É frustrante encontrar um daqueles que mais gostamos e rapidamente ter de o trocar, pois num só segmento de combate dentro de uma nova terra é possível encontrar pelo menos uns 10 melhores que esse.