Super Smash Bros. 3DS - Análise
Partem a loiça toda!
Quanto a modos de jogo, SSB apresenta quatro grandes blocos. O primeiro é o modo Smash, a componente mais tradicional que vos permite jogar a solo com o computador ou com os amigos, até quatro jogadores em rede local sem fios. Só precisam de escolher um cenário e uma personagem. O quadro de opções - regras - é grande. Podem personalizar diferentes parâmetros como itens, regras de apuramento do vencedor, etc. e etc. Outro modo que vos tomará muito tempo é naturalmente o modo online, que vos habilita a jogar com os vossos amigos mas também com adversários de todo o mundo, da Europa até ao Japão. Com os amigos podem encontrar algum que esteja numa sala online e entrar em combate. Podem também optar por abrir uma sala e esperar que outros jogadores adiram. Enquanto esperam, treinam com o computador. A quantidade de personalizáveis no modo online é muito significativa e existem opções que vos deixam jogar apenas pelo divertimento, se não estiverem dispostos a competir pelo ranking mundial. Podem gravar as vossas vitórias e momentos de sucesso para rever mais tarde, como também podem observar combates internacionais e apostar no presuntivo vencedor, com base numa percentagem de vitórias. Uma opção bastante curiosa.
Assistir aos combates é uma boa opção para aprender técnicas e descobrir como jogar melhor SSB. Afinal, aprende-se sempre com os "pros". Ao tempo da análise, são escassos os jogadores europeus com o jogo, pelo que acabamos por jogar contra japoneses. As ligações operam-se rapidamente e não obstante a existência de algum lag nalgumas partidas, a experiência revelou-se muito positiva, deixando antever uma adesão massiva no acesso aos servidores. Afinal qualquer combate num "fighting game" é muito mais interessante quando jogado contra um humano.
Quem queira uma aventura a solo, a Aventura Smash é a primeira grande opção. Desde logo porque se perfila como um óptimo treino ao permitir que aperfeiçoemos as técnicas da nossa personagem num labirinto, durante cinco minutos. Os inimigos que derrotamos deixam itens e estes melhoram diversos parâmetros da nossa personagem, como velocidade, ataque e defesa. Finda a exploração no labirinto somos levados para um derradeiro combate, lutando contra os adversários controlados pelo computador e num estado de evolução dependente do pecúlio amealhado nos cinco minutos anteriores. A vantagem deste modo é que pode ser partilhado com mais três amigos, através de ligação local.
Este modo de jogo possui uma opção que nos permite personalizar os poderes da nossa personagem, com opções como acessórios e equipamento, como se estivéssemos num jogo de role play. Para além do aspecto podemos tornar a personagem exclusiva e moldada ao nosso gosto, consoante os itens que tenhamos desbloqueado. Por fim, encontramos ainda um quadro composto pelos extras, com mais e diferentes opções de combate a solo ou em grupo, com mais amigos através da rede local. Em primeiro lugar, destaque para a opção clássica, na qual circulamos ao longo de um trajecto onde podemos encontrar diferentes adversários. Nesta opção somos recompensados com moedas em função da dificuldade seleccionada. Do mais fácil, até ao insano, as recompensas são variáveis. Na opção Lendas Smash iremos defrontar vagas de adversários, agregados por geração. O objectivo passa por resistir e completar o significativo périplo.
Existe também uma opção que nos deixa treinar com qualquer um dos lutadores, a partir de diferentes personalizáveis, algo útil para quem pretende saber com exactidão a quantidade de danos que um ataque provoca. Já o modo estádio, é talvez a opção mais criativa e original que vão encontrar. Nele existem diversos modos de jogo, como a luta contra um exército de adversários, a destruição de alvos a partir de uma bomba e o lançamento do saco de boxe com um taco de basebol. São opções interessantes que valem sobretudo pela fuga aos elementos mais tradicionais, ainda que haja uma nota negativa nesta parte. Apesar da existência de regras, demora um pouco até nos acostumarmos às técnicas. Só consegui atirar para mais de 400 metros o saco de boxe depois de meia hora de tentativas e erros. Seria mais fácil se tivéssemos à nossa disposição uma demonstração. Por fim, temos um editor onde podemos personalizar qualquer lutador, inclusive o nosso Mii.
SSB apresenta inúmeros troféus, um quadro de imagens desbloqueáveis, estantes com personagens transformadas em objectos, como se fossem miniaturas de colecção e até uma galeria com as nossas fotografias dos momentos épicos do combate. Nas opções encontram também uma Jukebox, que vos deixa seleccionar temas musicais, oriundos de mais de duas dezenas de produtores. A produtora refez alguns dos temas clássicos mas muitas melodias podem ser escutadas na sua composição original. Uma secção a visitar. Com o StreetPass activado podem desbloquear mais algum conteúdo e ainda existe uma opção para ligar a consola à Wii U, mas com efeito apenas por altura do lançamento da versão SSB da Wii U, o que transforma a 3DS num comando de jogo da consola doméstica da Nintendo. À semelhança de outros jogos lançados em Portugal, a Nintendo localizou totalmente o jogo para a nossa língua, com afectações mais sonantes por exemplo sobre o Villager de Animal Crossing: New Leaf, como começou por ser conhecido, agora traduzido para Habitante. Todos os menus e regras encontram-se em português, sendo mais fácil a leitura pelos mais pequenos e um sinal de compromisso pelo mercado nacional.
Os heróis da Nintendo regressam em grande neste "crossover", o mais importante da companhia. Estreia numa portátil da Nintendo, SSB transporta toda a nostalgia das personagens que tornaram mundiais e relevantes tão diferentes séries, como materializa com sucesso as expectativas dos amantes do género, ao entregar combates fluidos, frenéticos e visualmente marcantes. Numa plataforma que podemos tomar em mão, SSB celebra também a história da companhia, atendendo ao detalhe e dimensão dos elementos incluídos na experiência. Ainda há aspectos que podem ser melhorados, como uma melhor definição do funcionamento das mecânicas de jogo e claro, as dificuldades de acompanhamento dos combates assim que a perspectiva se afasta das personagens. Veremos se a versão para a Wii U, a sair para o final do ano, corrige esses aspectos. Mas tendo em conta os diferentes modos de jogo, os combates online e por meio de ligação em rede local, assim como o fortíssimo conteúdo quanto a personagens, cenários e itens, SSB é o maior encontro de personagens Nintendo disponível para a Nintendo 3DS.