Super Smash Bros. Brawl
Socii sunt mihi qui olim viri fortes rivalesque erant.
Encarregando-se de relatar a história, e introduzir os vários personagens (quase todos) que participam na história em diferentes momentos e por diversas razões. Um conto que dificilmente será considerado de antologia, é certo. Mas a história de The Subspace Emissary entretém entre as diversas etapas cheias de inimigos específicos deste modo e bosses que compõem este que é quase que um jogo dentro de um jogo. Apesar de se tornar demasiado repetitivo nas ultimas horas, esta é uma iniciativa louvável, que valoriza todo o pacote. The Subspace Emissary, só por si, leva cerca de dez horas a completar.
Os mais diversos mini-jogos, desafios e eventos vêm aumentar a longevidade do jogo, com vários desafios que voltam de jogos anteriores (como o Home-Run Contest) e outros novos; a tudo isto associa-se a possibilidade de experimentar estas diversas opções em co-op.
Tal como acontecia em Melee, ao longo do jogo vão-se coleccionando troféus referentes às diferentes franchises que participam neste título, os quais, apesar de opcionais, são uma bela recompensa para o progressivo avanço no jogo. Outro exemplo da absurda quantidade de opções oferecida pelo jogo é a secção Masterpieces, onde podem experimentar os jogos que celebrizaram os vários personagens presentes. Experimentar é a palavra certa, pois no fundo tratam-se de pequenas demos que apenas podem ser testadas por breves minutos. Mas contra nomes como Legend of Zelda, Starfox 64, Donkey Kong ou F-Zero, qualquer contacto, mesmo que breve, é de louvar.
A tudo isto junta-se a possibilidade de jogar o jogo online, mas que não impressiona pela falta de funcionalidades. Ainda assim, quem procurar jogar o jogo online – especialmente contra conhecidos - não ficará desapontado com aquilo que está implementado, sentirá é o peso da oportunidade que foi perdida. A falta de rankings ou a impossibilidade de ver os nomes dos jogadores com que nos batemos nos modos aleatórios são estranhas decisões. Online, o jogo funciona como seria esperado, apesar de exigir uma boa ligação de ambos os lados (algo fácil de assegurar contra amigos, mas complicado no modo aleatório), caso contrário o lag marcará presença. A possibilidade de assistir a lutas de desconhecidos e apostar no vencedor é também um engraçado modo.
Mais de três dezenas de personagens (das quais fazem parte personagens Nintendo e os convidados Solid Snake e Sonic, não querendo estragar surpresas a ninguém...) e quarenta e uma arenas simbolizam uma variedade que sempre marcou a série e que está associada à “personalização da experiência” que referi anteriormente. Reforçada pelo editor de arenas, que permite desenvolve-las a vosso bel-prazer sem grandes limitações. Tudo isto dá-lhe características ideias para ser jogado em grupo (de dois a quatro jogadores). Algo que continua a ser uma das grandes vantagens deste título.
Outro campo que merece menção é a banda sonora, cuja variedade e quantidade de músicas que a compõe é simplesmente inacreditável. Citando Iwata - presidente da Nintendo - o orçamento deste jogo, no departamento sonoro, foi cerca de trinta vezes o normal. Algo que se vê justificado, pois além dos clássicos musicais de cada franchise, temos algumas verdadeiras pérolas de jogos menos conhecidos e remixes pelos nomes fortes do campo no Japão. Na maioria, músicas que ficam associadas às diferentes etapas, claro. Yuzo Koshiro, Masafumi Takada, Koji Kondo, Yasunori Mitsuda ou Yoko Shimomura (entre muitos outros), todos deram uma "perninha" nesta banda sonora e a qualidade do trabalho final é evidente.
A qualidade do sistema do combate é complicada de negar, e a sua longevidade surpreenderá até os mais optimistas. Mas... Solid Snake acaba de executar a sua combinação de murro, murro, pontapé, projectando Mario para longe, aproveitando a oportunidade Sonic utiliza o seu Spin Atack para apanhar o vulnerável Snake e por sua vez também o lança para longe, tudo isto enquanto que Link ausculta as suas possibilidades e fica numa das pontas do ecrã de bumerangue em punho.
Quem tiver pulsado com esta simples descrição de algo habitual em Super Smash Bros. Brawl tem aqui uma compra certa e muito elogiada. Quem não sofra de nostalgia ou apego aos personagens deve também seriamente encarar este título como uma possível compra, mas apenas após estudar bem aquilo que oferece e a sua excepcional longevidade.