Superstars V8 Next Challenge
Competizione delle auto classe V8.
Onde é mais visível o esforço da Milestone em fazer chegar para a frente esta sequela é desde logo na modelação dos veículos, autenticidade das pistas e atmosfera envolvente. Mais colorido, polido e agradável aos olhos, os belos V8 estão agora mais dinâmicos e credíveis face às velocidades que atingem. As pistas obedecem a uma reprodução mais fidedigna e elaborada, os contrastes são evidentes e as corridas à chuva deixam ficar alguns pontos do asfalto com poças de água, que tende a secar à medida que os pneus vão, volta após volta, afastando a água. Basta voltar a percorrer a pista de Portimão sob céu limpo, para reter a profundidade da pista cada vez que se atinge um ponto alto. Porém, as pistas correspondem na esmagadora maioria às mesmas da época passada (aquelas por onde se disputa o campeonato), apontando-se Imola como novidade.
Quanto às viaturas, a reter desde já a inclusão da perspectiva interior a partir dos olhos do condutor. Ainda que não acrescente nada de novo e a caracterização do interior se reduza a um mínimo, pelo menos acalenta uma boa margem de velocidade e possibilita uma extrema empatia com os motores V8, especialmente dos carros de severa sonoridade. Neste âmbito, os produtores alargaram as opções, contando com as licenças oficiais de todos os modelos, sobretudo o Mercedes, tendo sido acrescentados um Jaguar, um Audi Sport Itália do nosso Filipe Albuquerque, um Chevrolet e até um Maseratti. Novas e interessantes opções para as corridas, cumprindo aqui destacar a autenticidade dos interiores de cada um, a sonoridade e comportamento em pista.
Conduzir à chuva continua a ser uma tarefa para os pilotos que têm mãos. Os novatos não terão problemas em enfrentar o asfalto, desde que para isso activem as habituais opções que tornam a condução mais automática. Dispam o automóvel de assistências e avancem para a dificuldade máxima, mexendo nas definições ao nível da travagem, suspensão, engrenagens e aerodinâmica, puxando para a dificuldade máxima e terão um desafio de piscar o olho. As travagens bruscas e no limite desequilibram o carro e promovem um efeito sonoro bastante realista. No entanto é difícil ver aqui uma propensão para a simulação. A perda definitiva do controlo do carro só ocorre em situações de manifesto excesso de velocidade e ainda que a traseira aponte, nas curvas mais fechadas negociadas acima da velocidade ideal, para sucessivos coices, as correcções permitem retomar depressa o andamento.
Há que contar com uma inteligência artificial dedicada. Alguns camaradas de corrida não querem perder posições e fecham as posições até ao limite, mesmo quando parece abrir um corredor para os passar. É possível forçar o embate e amparar o desgoverno do carro à saída de uma curva à custa do infeliz piloto que segue à frente. Uma batotice praticável que furta o desportivismo em pista. No entanto curvas cortadas e adversários empurrados para fora constituem motivos para penalização imediata de alguns segundos de motor cortado. Esperava-se mais na reprodução dos danos. Mesmo um embate a alta velocidade contra uma barreira de pneus pouco mais provoca que umas consideráveis amolgadelas e riscos fundos na chapa.
Next Challenge é um jogo que do ponto de vista da competição acaba por convencer, propondo novamente um campeonato que se percorre de forma agradável, com melhorias significativas face ao jogo predecessor, redefinindo automóveis, pistas e um pouco o estilo de condução, sobretudo junto das dificuldades elevadas com todo aquele pelotão muito compacto. No entanto não descola o suficiente perante a oferta do produto original. Já para nem referir a escassez de conteúdos e opções perante outros títulos do mesmo género. Talvez o próximo desafio para a Milestone (enquanto empresa europeia dedicada aos jogos de corridas com automóveis e motas) seja agregar esta com outras competições e atribuir mais destaque ao papel do piloto/jogador.