Superstars V8 Racing
Quem ganha a Gianni Morbidelli?
É a partir desta gestão mais “hardcore” da afinação do veículo e dinâmica em pista que V8 Racing se mostra entusiasmante e muito competente. Fica mais perceptível a física e enquanto o indicador dos dados vitais do automóvel mostra que a temperatura dos pneus não chegou ao vermelho podem continuar a “esmagar” o acelerador nas rectas (é tão impressionante a larga recta da meta de Portimão, antecedida pela parabólica feita quase a fundo assim como o pós arranque de Vallelunga, no máximo) e concentrar esforço para travar tarde e segurar o bólide nas curvas rápidas, engrenando mudanças curtas para as lentas, sempre num exercício de trajectórias como pedem os jogos que simulam mais aproximadamente as provas.
Claro que parte deste sucesso na condução mais explosiva, mas também perigosa, nunca seria possível sem a extrema qualidade da animação. Não há mínima nota de abrandamento. A estabilidade é perfeita, mesmo quando se parte no fim da grelha e circulam à frente dezoito lobos. A sensação de velocidade no guarda-lamas, acima do capôt ou atrás é das mais impressionantes e entusiasmantes. Com o silvo causado pelo disparo do turbo e ruído dos gritantes V8, acima dos 200 km/h o ritmo é colossal. As grandes reduções e curvas médias a segunda e terceira velocidades no red line fazem-se com grande grip (desde que tenham o carro afinado para segurar melhor), sempre a malhar. É impossível não tirar dali uns golpes de emoção, tal a rapidez e ruídos emanados.
Em termos de andamento na pista, vertiginoso e entusiasmante, adaptado às exigências de cada um, V8 Racing consegue impressionar e cotar-se como uma das melhores opções do género, mas a seu tempo ficam visíveis as limitações. É patente que para garantir uma grande qualidade na animação, numa impressionante frame-rate, se sacrificou a estrutura adjacente à pista, menos detalhada, com escassos pontos de referência. A utilização abundante de escuros e sombras, para lá de um tom sépia nalguns momentos limitaram na cor e noutros efeitos. Os próprios veículos estão modelados sem grande atenção a detalhes, principalmente quando comparados com os mesmos com os de Forza 3, Need For Speed Shift ou Gran Turismo 5 Prologue. Além disso, foram incluídos danos, mas os embates mesmo a grande velocidade não deformam o carro na proporção do choque.
Por outro lado e excluindo as opções para alguns mini-eventos organizados a partir das licenças de Superstars V8 (recriam alguns momentos das épocas passadas como estabelecer uma volta rápida, fazer uma recuperação assombrosa, ultrapassar determinado adversário), as opções de jogo para lá do fim de semana desportivo e respectivo campeonato deixam muito a desejar. Até ao nível das corridas para vários jogadores on-line são parcas as opções.
Não sobram dúvidas. Superstars V8 Racing não é o jogo que vai mudar o registo do desporto automóvel virtual e acrescentar uma nova trajectória neste género que procura, em tentativas ainda em programação, reformular ideias e atingir novos conceitos. Pese embora as limitações em termos de conteúdo, a verdade é que a Milestone concentrou os esforços em proporcionar um contacto especial e único com o campeonato de turismos italiano e nesse enfoque, do ponto de vista do ataque ao asfalto e da competição obtiveram um resultado bastante competitivo e encorajador para futuras iniciativas.