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Take-Two envia investigadores a casa de Youtuber e fãs pedem boicote a Borderlands 3

"Invadiram a minha propriedade e fizeram-me perguntas."

Matt "SupMatto" Somers, um popular Youtuber dedicado a Borderlands, afirma que a Take-Two enviou investigadores à sua casa para descobrir mais sobre as informações confidenciais que revelou no seu canal.

Após apresentar o vídeo onde revela o sucedido, surgiu uma campanha #BoycottBorderlands3 no Twitter e a Take-Two foi forçada a falar publicamente sobre a situação, mas os dois lados contam uma história diferente.

Somers diz no vídeo publicado a 25 de Julho que dois investigadores privados, enviados pela Take-Two, surgiram "à porta da minha casa, invadiram a minha propriedade privada e questionaram-me." Os tópicos de conversa foram a sua cobertura dos desenvolvimentos no SteamDB e a raridade Rainbow encontrada no DLC Fight for Sanctuary. No vídeo, Sommers explica ainda como recebeu informação sobre um exploit no Twitch, que permitia aos utilizadores aceder a vídeos gameplay que ainda não foram revelados e procurar por nova informação.

"A 29 de Abril, o canal oficial de Borderlands no Youtube apresentou a revelação da extensão Twitch que indicava a revelação do gameplay...e o nome das contas de teste foram expostas nesse vídeo," disse Somers. "Isto não foi descoberto por mim."

'Como tive tempo para reflectir sobre a situação, diria que me deixei levar pelo entusiasmo,' disse Somers sobre a revelação das informações do Twitch. 'Enquanto adulto, como alguém que pensou nisso...foi algo que não devia ter feito'.

A Take-Two tem outra perspectiva e numa declaração oficial enviada para o IGN, a 2K confirma que Somers foi investigado e que muita da informação que partilhou estava "incompleta e em alguns casos, errada".

"A Take-Two e a 2K levam muito a série a segurança e confidencialidade dos segredos de comércio. A acção que tomámos é o resultado de uma investigação de 10 meses e da história deste criador lucrar com a quebra das nossas políticas, revelando informação confidencial sobre o nosso produto e infringindo os nossos direitos."

"Muitas das acções dele foram ilegais, mas também estavam a afectar negativamente a experiência de outros criadores de conteúdos e fãs entusiasmados com o jogo."

A Take-Two não refere a actividade ilegal, mas a 2K disse ao IGN que os streams Twitch que Somers usou como fonte (e referiu serem públicos) eram na verdade privados. O IGN também foi informado que Somers oferecia mais informações confidenciais de Borderlands 3 em troca de uma subscrição de $5 ao seu canal do Youtube, que por sua vez dava acesso ao seu servidor privado no Discord.

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A comunidade de Borderlands não gostou nada desta situação e muitos decidiram ameaçar a editora com a campanha #BoycottBorderlands3 - actualmente repleta de queixas sobre o uso de investigadores privados, enquanto outros dizem que Somers apenas partilhou informação pública. No entanto, muitos defendem que o boicote ao jogo apenas prejudicaria quem trabalhou nele.

Em 2015, a Take-Two foi igualmente acusada de enviar investigadores privados à casa de um modder de GTA5, que disse ter sido forçado a terminar o seu projecto, que criava um modo online alternativo onde os jogadores podiam jogar à vontade.

No que diz respeito a Borderlands 3, é apenas a mais recente controvérsia em torno do jogo. Além da confusão em torno das micro-transacções, a exclusividade Epic Games Store na versão PC também gerou polémica, num jogo da Gearbox que já estava envolvida noutras polémicas surreais.

Somers removeu muitos dos seus vídeos de Borderlands 3 e o seu servidor e conta Discord foram apagados por "vender, promover ou distribuir batotas, hacks ou contas pirateadas."

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