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Tales of Berseria mostra a série a seguir em frente

O novo jogo na série icónica chega em 2017.

Yasuhiro Fukaya, produtor em Tales of Berseria, viajou até à Europa para promover o novo jogo na famosa série de JRPGs da Bandai Namco e confirmar que a Europa deixou de ser um outsider que recebia os jogos por acréscimo, sendo agora um território rentável e aliciante. A própria Bandai Namco revelou recentemente que os jogos Naruto Shippuuden vendem mais na Europa do que em qualquer outro território, por isso estamos a conquistar o seu respeito. Talvez por este e outros motivos, não seja de admirar que a companhia Japonesa esteja a procurar mais visibilidade para alguns dos seus títulos menos conhecidos, e os fãs certamente só terão que agradecer.

Entre os títulos promovidos pela Bandai Namco num evento promocional dedicado aos seus RPGs, Tales of Berseria não é nenhum desconhecido, muito menos um título pequeno. Pelo contrário, é um colosso numa série que frequentemente conquista lugares cimeiros nas tabelas de vendas no Japão e consegue boas prestações no Ocidente. Depois de Tales of Zestiria em 2015, a série regressa em 2016 ao Japão e entrará na comemoração dos 20 anos da série Tales of. Claro que um novo lançamento num espaço tão curto de tempo, pode representar limitações no que é possível em termos de avanços, especialmente quando os estúdios Japoneses parecem ficar atrás dos Ocidentais, e foi isso que mais curiosidade nos despertou nesta apresentação.

Tal como Zestiria, também Berseria será lançado para PlayStation 4 e Steam, mas ao contrário do que foi originalmente anunciado, não chegará em 2016, antes sim algures no início de 2017. É uma pequena nota mais triste que ficou desta apresentação mas que poderá ter o seu lado positivo, existirá um maior intervalo entre os dois lançamentos mais recentes. Um dos pontos mais importantes assim que se entra em contacto com Berseria é que pela primeira vez temos na série uma personagem principal feminina, Velvet. Todos os jogos na série Tales of têm um tema central e para este novo jogo foi escolhido um tema que coloca a emoção em rota de colisão com a razão.

Mais especificamente a luta entre a razão e a emoção num mundo ameaçado por algo inesperado. Como isto será representado em Berseria ainda não sabemos mas a base é um mundo assolado por uma doença, Demonblight, que varre este mundo. Velvet Crowe, anteriormente uma mulher meiga e pacata, irá transformar-se radicalmente quando sofre directamente as consequências deste drama. Também ela entrará numa jornada protagonizada por elementos que ou lutam com toda a sua emoção ou que pelo contrário, erradicaram por completo todo o tipo de sentimentos e são conduzidos unicamente pela razão. Por mais perigoso que isso possa ser.

Aqui conheceremos um enredo entre os que lutam pela emoção e outros que erradicaram todo o tipo de sentimentos e são conduzidos unicamente pela razão. Demonblight é o nome de uma doença que varre este mundo e Velvet Crowe terá que usar o extraordinário poder na sua mão esquerda, que estará ligada ao sistema de batalha e ao enredo.

Velvet é ainda uma personagem muito misteriosa mas aos poucos a equipa está a revelar pequenos detalhes que cimentam a sua personalidade. Altamente interessante diga-se. Ela enverga uma intensa emoção contra a pessoa que lhe roubou tudo, há três anos atrás, e agora irá persegui-la por todo o mundo. Descrita como uma mulher de olhar intenso, Velvet Crowe carrega no seu braço esquerdo a responsabilidade de salvar ou destruir o mundo. Mais do que isso até, nesse mesmo braço esquerdo poderemos encontrar a explicação para o nome do jogo. O braço demoníaco de Velvet enverga um grande poder e o seu nome, Berserker, é referido nesta mitologia como Berseria, explicando a origem do nome, e a importância, dele neste novo conto.

Um dos elementos que os mais atentos já descobriram, e a equipa fez questão de o referir, é que Berseria decorre no mesmo mundo de Zestiria, muitos anos atrás quando esta terra se chamava Wasteland. Mais tarde, um continente no meio de Wasteland seria chamado de Glenwood e nele iria começar a aventura de Sorey. Como é habitual nesta série, Wasteland será composta por diversos cenários, completamente diferentes uns dos outros para que o jogador sinta as diferenças entre cada um deles. Fukaya disse mesmo que pretende criar personalidades distintas para as diferentes cidades.

Na demonstração em tempo real que foi preparada para esta apresentação, vimos uma cidade de grande escala, foi referido que teremos ambientes de uma escala nunca antes vista na série, e planícies verdejantes também elas de uma escala impressionante. Decididamente superior ao que vimos em Zestiria, tanto em qualidade gráfica como em tamanho, mas sempre reminiscente do estilo visual da série. Se tivermos em conta que este é o mesmo motor de jogo que foi estreado em Tales of Vesperia, facilmente encontram muitos aspectos similares partilhados entre os jogos ao longo destes anos todos.

Algo que é partilhado mas cada vez mais aprimorado e afinado é o sistema de combate nos jogos Tales of. Apesar das bases serem as mesmas, existem continuadas melhorias, alterações e ajustes que parecem revelar evolução. Em Berseria, o sistema de combate terá o nome de Liberation Linear Motion Battle System. Referido como uma evolução ainda superior ao que tivemos em Zestiria, o foco está na liberdade que é concedida ao jogador, permitindo movimentos mais fluídos e um melhor ritmo nos combates. Quase como se fosse uma espécie de brawler, cada botão frontal corresponde a um golpe específico e o jogador poderá alternar entre eles para criar combos diferentes.

Infelizmente, não foi possível jogar Berseria e atestar a qualidade deste LLMBS mas a equipa assegura que colocou enorme foco na melhoria dos combates e um dos resultados da pesquisa por melhorias foi uma câmara mais fácil de controlar e que nos coloca melhor na acção. Outra das grandes novidades no que diz respeito aos combates é a Soul Rapture, uma nova funcionalidade que aumenta a sensação de euforia e amplia as nossas opções tácticas. Enquanto Berseria se focava na fusão entre personagens para um estado mais poderoso, Berseria permitirá que Velvet fique com mais poder por tempo limitado.

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"Berseria não parece distanciar-se imenso de Zestiria mas a equipa assegura que sim."

Apesar de alguns elementos não o revelarem em pleno, Berseria é um novo passo em direcção ao futuro da série, daí a aposta numa personagem feminina e num sistema de batalha refinado. Velvet é uma mulher forte embrulhada em diversas emoções e o sistema de combate permitirá total liberdade, tornando-se no que a equipa espera ser a mais gratificante proposta jamais vista num jogo Tales of. Tudo em nome da diversão sem a momento algum esquecer o desafio e profundidade. A capacidade para atribuir a cada botão frontal a sua arte favorita e criar combos como desejar é certamente apelativa e mostra um desejo de dar aos fãs mais controlo sobre o que querem fazer nos combates.

Em termos de longevidade, a história principal irá durar muito mais do que a de Zestiria, e isto sem contar com missões secundárias, cenários opcionais e mini-jogos, uma novidade em Berseria sobre a qual Fukaya não tinha liberdade para falar. Será revelado mais sobre isso no futuro mas foi assegurado que teremos muitas horas de jogo pela frente. Antes de terminar, voltamos a falar na componente visual que, como referido, impressiona pela grande escala mas que também apresenta alguns elementos visuais que não parecem mais pertencer a esta geração de consolas, algo que infelizmente manchou em demasia Zestiria.

A Bandai Namco tem uma equipa dedicada somente a série tales of e os fãs vão notar as diferenças em relação a Zestiria. Alguns elementos serão similares e revelam as origens de um motor na anterior geração, mas aspectos como a água e animação dos personagens ou efeitos, estará superior ao que vimos no anterior jogo. Será um aspecto familiar mas que revelará bem cedo as melhorias que a equipa dedicada procurou implementar em Berseria.

Tales of Berseria chegará em Agosto ao Japão, e a Bandai Namco tem quatro meses para colocar o jogo com a qualidade necessária para ser vendido. Pelo que vimos não falta muito pois o jogo já parecia estar completo. Os combates decorriam de forma muito fluída e os cenários que vimos impressionavam. Será interessante ver como a Bandai Namco trata esta historia tão repleta de potencial e como dão os passos necessários para assegurar evolução no gameplay e nos visuais sem a momento algum deixar de ser Tales. Ficamos entusiasmados.

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