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Tappingo - Análise

Um quebra-cabeças na linha de Picross.

Os jogos de puzzle cresceram imenso após a chegada de plataformas como o IOS e o Android. A massificação dos "smartphones" e dos "tablets" foi o rastilho que muitos pequenos produtores independentes precisavam para dar azo à sua imaginação. Não obstante a quantidade esmagadora de jogos que se equivalem, crescem como cogumelos os interessados em arriscar o seu próprio jogo num tempo de ávida produção, quando as condições de criação nunca estiveram tanto ao alcance do comum dos mortais como agora.

Pelo meio sobram as plataformas dedicadas como a 3DS e a PS VITA, num sector que continua a ser um garante de jogos mais tradicionais, mas que também tem conhecido um crescimento exponencial de jogos independentes, muitos deles de boa qualidade. Embora partilhem o mesmo mercado dos "smartphones", imensos produtores preferem arriscar primeiro nos telemóveis e dar depois o salto para as consolas portáteis. Mas também acontece o inverso, principalmente com aquelas produtoras que apresentam um historial ligado à produção para sistemas dedicados.

Podem voltar a uma das grelhas já preenchidas por forma a melhorar o tempo.

No entanto, existem excepções e a Goodbye Galaxy Games é uma delas. Tappingo é a sua mais recente produção que por enquanto é um exclusivo Nintendo 3DS. O lado mais visível deste jogo que pode ser comprado pela eShop é precisamente o seu design a fazer lembrar Picross e Pullblox, embora a grelha disponível no ecrã táctil e o seu método particular de interacção sejam mais Picross.

Tappingo é um quebra-cabeças que apresenta um design muito simples, minimalista mas cujo valor se patenteia nos desafios de resolução relativamente breve. Não é um jogo vibrante ou estimulante em termos visuais, mas consegue criar aquele efeito de sedução imediata mesmo que a sua mecânica seja algo simples. Aliás, é pela clara simplicidade que pretende chegar imediatamente ao jogador e levá-lo a perceber rapidamente as regras.

No jogo existem perto de cem grelhas e cada uma delas terá de ser preenchida com diferentes cores até o desenho ganhar forma no ecrã 3D. Alguns quadrados encontram-se pré-preenchidos mas outros, pintados com diferentes cores, têm sobre si um número que representa os quadrados livres que podem ser pintados com aquela cor, se arrastarem a stylus para os espaços em vago. À medida que preenchem os espaços com diferentes cores, o objecto ganha dimensão, ao mesmo tempo que os efeitos estereoscópicos do ecrã conferem alguma profundidade quanto ao 3D.

Embora não sejam muito perceptíveis existem efeitos 3D no ecrã superior.

Os primeiros quebra-cabeças resolvem-se com grande facilidade. As grelhas são pequenas e a ordenação dos espaços a preencher é básica. No entanto, ao fim de uma dezena de quebra-cabeças resolvidos passam a ter que preencher grelhas de grande dimensão, nas quais é necessário perder mais algum tempo ao contar bem os espaços. Uma das regras fundamentais do jogo é que se tiverem mais do que os espaços necessários para preencher, a cor estende-se pela coluna por inteiro. Terão por isso que começar a preencher o desenho nos espaços onde não haja margem de erro, possibilitando que os espaços seguintes a preencher se encontrem limitados.

Enquanto que a progressão corre bem não existem incómodos, mas se falharem uma coluna ou não encontrarem o espaço livre necessário, apagar alguns quadrados é a solução a seguir, podendo nesse processo apagar até mais espaços do que queriam. A interacção com a stylus é boa e a sensação de chegar ao fim da grelha com o desenho colorido dá satisfação. Mas rapidamente nos damos conta que isto é tudo o que o jogo tem para oferecer. O único desafio é tentar acabar o mais depressa possível, numa luta contra o tempo que guardamos apenas para nosso consolo, com um resultado que não podemos partilhar

E embora os desenhos sejam agradáveis, nem todos são suficientemente atractivos, exceptuando algumas grelhas alusivas à Nintendo, como um GameBoy e mais outros objectos nostálgicos, entre os quais se encontra uma disquete. No melhor Tappingo é um daqueles jogos que não paramos de jogar enquanto não completarmos mais uma grelha. No entanto, esperávamos encontrar um desafio mais profundo e que nos obrigasse a reflectir um pouco mais sobre as soluções. Sem opções para vários jogadores e com uma estética algo simples, Tappingo satisfaz por curtos períodos de tempo, ideal para jogar naqueles intervalos breves.

5 / 10

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