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Tekken 7: Sete coisas que queremos ver

A nova louca jornada de Harada.

É impossível não gostar de Katsuhiro Harada. Principalmente se forem fãs de videojogos de luta e de Tekken, claro. O homem da Bandai Namco é das mais intrigantes e carismáticas figuras que esta indústria conhece. Começando no seu fantástico twitter e passando pelos seus fantásticos vídeos promocionais, Harada é uma das figuras mais excêntricas que temos, não tivesse ele frequentado a universidade de Waseda com Tomunobu Itagaki de Dead or Alive ou Ninja Gaiden. É das pessoas nesta indústria que nos colocam um sorriso na face com a maior das facilidades e depois de o ter conhecido pessoalmente, acredito que é das pessoas mais apaixonadas pelo seu trabalho.

Enquanto fã de Tekken, não poderia estar mais feliz com o anúncio de Tekken 7 pois sei que será fruto de uma equipa devota e apaixonada a este série. Tudo o que faz é propositado, desde o mais sério confronto dentro da família Mishima ao silly que existe em praticamente tudo o que é Tekken, cangurus e dinossauros? Acredito que apesar de não ser o seu único projeto, Harada está empenhado e focado neste jogo, acredito que o caminho até ao lançamento será dos mais divertidos e interessantes de acompanhar portanto nada me impede de começar já a sonhar.

Harada esteve presente no EVO 2014 para anunciar um jogo, possivelmente ainda por revelar, mas a fuga de informações forçou a equipa a confirmar o desenvolvimento de Tekken 7, com a ajuda do motor Unreal Engine 4 da Epic Games. Harada disse mesmo que o teaser que conhecemos, que está presente nesta página, foi editado à pressa e que não representa o que queriam mostrar portanto teremos mais novidades na Comic-Con de San Diego. Por enquanto ponderamos o que Tekken 7 vai ter e mais ainda, dizemos o que queremos que tenha, ao mesmo tempo elegemos os elementos que considerarmos serem a essência de Tekken.

PERSONAGENS NOVOS:

Desde 1997 que acompanho a série Tekken, quando o segundo jogo foi lançado, e de jogo para jogo estou habituado a ver personagens loucos que não lembram a ninguém. Aquela mistura entre sensação de realismo e surreal quando vemos uma espécie de imitação de Bruce Lee a combater um Tiger Jackson todo cheio de capoeira funk deixa-nos alegres, perante algo único. O mais recente, Tekken Tag Tournament 2, foi lançado em 2012 e não apresentou personagens novos portanto ficamos à espera que este vá mais longe que Tekken 6, que até conseguiu bastante neste aspecto.

O sexto jogo apresentou personagens como Lars, Alisa, Miguel, Zafina, Bob e Leo. Todos eles surgiram com estilos de luta completamente diferentes, novos na série, introduziram mais do que frescura no gameplay, introduziram também novas linhas de história e potencial para futuros jogos. Lars e Alisa foram dois dos maiores destaques e têm sido destacados em filmes e outros produtos como Street Fighter x Tekken.

Novos estilos de luta, muito mais do que descendentes de outros personagens e novas linhas de história é o que podemos pedir pois Tekken já nos habituou a alguns padrões que adoramos portanto não podem falhar. Enquanto assistimos ao desenrolar da luta entre Heihachi e Kazumi, esperamos ver mais personalidades a conquistar terreno.

Kazumi parece estar confirmada mas queremos mais personagens.

CENÁRIOS DE ARRASAR:

Quem não fica admirado e pasmado a olhar para os cenários de qualquer Tekken? Isto é algo que não posso simplesmente perdoar qualquer desleixo à equipa de desenvolvimento. Tenho ainda na memória os espantosos cenários de Tekken Tag Tournament, especialmente a floresta de Yoshimitsu repleta de neve ou templo da família Mishima, passando pelo aeroporto e distrito comercial de Tekken 4. Isto sem falar em Tekken Tag 2 que é um dos meus favoritos e levou este aspecto a série a níveis fantásticos.

Tekken 5 apresentou alguns cenários interessantes mas se tivesse que escolher destacaria os dois jogos Tag como os expoentes da loucura a que Harada e equipa podem ir quando querem espantar. Repletos de pequenos detalhes que ficam com o jogador, os cenários de Tekken contribuem muito para a alma da série e para a sua personalidade. De forma alguma irei permitir que ousem fugir à regra.

Tekken 6 deixou igualmente boas impressões mas não tão memoráveis quanto os outros jogos da série. Tekken 5 com o seu Moonlit Wilderness e outros foram claros destaques, combater no espaço em Tekken 4 também foi um toque diferente. Mesmo recuando até Tekken e Tekken 2 conseguimos perceber que existe uma grande ligação entre os personagens e os seus cenários. Tudo funciona em conjunto para servir melhor a experiência.

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MODO ONLINE EXTENSIVO:

Algo que Street Fighter IV, Street Fighter x Tekken, BlazBlue e SoulCalibur IV me ensinaram é que a comunidade pode consagrar ou estragar um videojogo. Em todos estes jogos confesso que aprendi a jogar ao aceder aos modos online e a apaixonar-me pela sua personalização, comunicação ou pela forma como permitiam ao jogador conhecer pessoas de todo o mundo com as suas diferentes formas de utilizar os demais personagens. Tekken 6 e Tag 2 mostraram que a série sabe usar o online mas espero que Tekken 7 vá um pouco mais além.

A possibilidade de gravar combates para colocar em sites como o YouTube, rever combates gravados e até ferramentas de análise ao comportamento dos jogadores são alguns dos condimentos essenciais para Tekken 7 na sua vertente online. Consolas como a Xbox One e a PlayStation 4 vão permitir que Tekken 7 se torne muito mais social e imediato do que alguma vez pensamos que poderia ser portanto acredito que o modo online se torne num dos modos que mais beneficiam das possibilidades da nova geração.

Desafios globais, troca de itens, acesso a novas formas de personalização de personagens (uma vertente tão louca e vasta na série Tekken) modos específicos em Tag e até o modo missão de Tekken 6, tudo serve para dar vida e vigor a este lado da experiência da Bandai Namco.

BOSS FINAL MENOS "CHEAP":

Jinpachi era amigo, pelo menos comparado a Azazel, mas nada se comparou a Ogre ou a Devil, de Tekken 2 e Tekken 3 respetivamente. Se existe algo que Street Fighter IV ensinou é que um boss final cheap pode ser um sério risco para um jogo. Espero que Harada esteja a ponderar bem na sua próxima invenção para cruzar ali aquele delicado equilíbrio entre aceitável e tresloucado sem a momento algum nos fazer perder a cabeça, mandando o comando a voar.

Unknown em Tekken Tag 2 é um bom ponto de referência e poderá servir como o molde perfeito para um boss de Tekken. Um personagem com poderes misteriosos mas com uma forma mais humana. De qualquer jeito, encontramos meios de os derrotar mas é muito mais satisfatório quando sentimos que temos as ferramentas para os vencer ao invés de sentirmos que é fruto de tentativa/erro, ou de um qualquer processo frustrante que nos incute picos de dificuldade.

No teaser vemos Jinpachi e Devil Jin, sugerindo que vão marcar presença, mas como a rivalidade entre Kazuya e Heihachi parece regressar ao centro, poderemos ter qualquer um dos dois como boss final. Podemos ainda ter Kazumi nesse papel porque a dado momento ela refere ter poderes similares aos de Heihachi. Ficamos à espera de novidades sobre este ponto do principal modo de Tekken.

Harada pode ainda procurar inspiração em Street Fighter e inserir segmentos ainda mais personalizados, na medida em que cada personagem terá um boss final específico contextualizado na sua história. Isto ao invés de enfrentarem sempre o mesmo inimigo comum, até porque nem todos defendem os mesmos ideias e valores.

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HISTÓRIA SURREAL CHEIA DE CG:

As sequências FMV de Tekken são quase icónicas, não ao ponto de Final Fantasy, mas bem conhecidas dos seus dedicados fãs. Neste caso confesso que Tekken 5 foi um dos expoentes para mim, principalmente na introdução de Asuka e dos demais estreantes desse ano. É normal que tenham pensado num filme CG, tal a qualidade das que temos no jogo, e não se poderia esperar outra coisa para este Tekken 7, um jogo repleto de CG de alta qualidade.

O que pretendia para o novo jogo é uma maior presença na forma dos finais individuais mais prolongados e introduções à história em igual tratamento. A história de Tekken é tão louca que provavelmente a grande maioria já perdeu o fio à meada há muito mas ainda assim é motivador ver os finais e conhecer os perfis de cada personagem. Quem não se lembra de Paul a gritar com os pequenos extra-terrestres?

Para o futuro fica o pedido de um trabalho tão competente e fascinante quanto no passado mas uma utilização mais ampla deste elemento. Tal como a delicada profundidade presente no gameplay que nos motiva a aprender e a dominar os lutadores de Tekken, para rir nas concentrações de amigos, descobrir os finais para ver as CG que nos esperam no final de cada percurso é um dos maiores desejos. Sem esquecer que quero o regresso do desbloqueio de personagens ao chegar ao final com outros.

Muita da ligação que é estabelecida com o jogador é feita através destes momentos. Jogamos com os personagens até sentirmos que gostamos do seu estilo de combate e da forma como o utilizamos mas quando vemos as cutscenes loucas para conhecer a sua história, ficamos um pouco mais próximos, ou distantes, dos loucos protagonistas de Tekken.

"Como diria Sebastian, a vida de mordomo é dura!"

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MÚSICA LOUCA:

É impossível ter um Tekken sem ter música da boa. Sanodg e a equipa de som da Bandai Namco vai voltar à carga e tal como em Ridge Racer, a banda sonora é uma parte muito importante da alma da série e dos seus jogos. Além de combinarem na perfeição a sensação dos personagens com os cenários, são componentes que ficam com o jogador e que acabará guardar consigo. Tekken Tag e Tag 2 voltam a ser dois dos meus expoentes pessoais mas Tekken 4, Tekken 5 e Tekken 6 foram também bastante competentes nesta vertente.

A loucura da banda sonora em Tekken não pode ser subestimada portanto estejam atentos e se possível comprem um bom sistema de som que este jogo certamente vai merecer. É impossível jogar Tekken e não ouvir as músicas que vão saindo das colunas enquanto pinguins passeiam pelo gelado cenário, ou enquanto turistas se movimentam numa piscina repleta de gente. Isto claro, sem contar com os temas dedicados a personagens específicos e a rivalidades icónicas.

Tekken tem temas repletos de impacto consoante as colunas explodem com um baixo agressivo, tem violinos que incutem melodia e tem sons de todo o mundo, tal como os seus personagens. Tekken conquistou muitos jogadores com a firme e coesa ligação entre os seus vários elementos, tal peço a Tekken 7. Para muitos jogadores, os jogos chegaram para serem jogados até à exaustão sendo depois substituídos pelos mais recentes mas jamais as suas bandas sonoras ficaram esquecidas.

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MUITOS MODOS DE JOGO E MINI-JOGOS:

Arcade, Story, Survival, Time Trial, Bowling, Mission, Tutorial, Training, TAG, Card, Mech Kart, Mishima Winter Sports, seja lá o que for que a mente louca de Harada esteja a planear, eu quero. Até ao momento, só mesmo o modo principal de Tekken 6 desiludiu, ao ser implementado como modo principal, portanto não esquecemos o Tekken Ball e Bowling de Tekken 3 e Tekken Tag respetivamente. Um modo survival é algo essencial e quase básico a qualquer fighter da Bandai Namco, dos meus favoritos, e o modo Arcade é a forma mais imediata de colocar o que aprendemos no Training à prova.

Um modo Story com fusão de elementos diferentes que o diferenciem do Arcade, quem sabe a inclusão de elementos RPG como um mapa de progressão com acesso a loja de itens e segredos nos quais usamos moedas obtidas nos combates em todos os modos. Imaginem uma espécie de mapa da cidade, ao estilo de Soulcalibur, mas com ramificações e caminhos a escolher para seguirmos ou lutarmos com alguma variedade. O modo à lá Streets of Rage pode ficar numa coisa à parte mas também o queremos ver, desde que acompanhado das devidas melhorias.

Passear por Tóquio livremente num mapa "mundo" e ser alvo de encontros aleatórios que nos transportam para a arena de combate é outra das formas que imagino Tekken 7 a conseguir surpreender. Percorrer o ecrã com uma versão chibi do personagem para depois entrar em combates seria brutal mas provavelmente já estou a imaginar um Persona 4: Tekken. Confesso que este delírio deriva de Racing Lagoon da Squaresoft, provavelmente o meu maior clássico de culto de todos os tempos.

Acredito que muitos fãs da série nem sequer querem pensar em jogar Tekken num smartphone, pelo menos no seu formato tradicional, mas não recusam jogar Tekken Card Battle ou Tekken Bowling. Já temos uma mente preparada e desejosa de mini-jogos e excêntricos modos de jogo que não vemos em mais nenhum lado. Por outro lado, Tekken Revolution poderá vir a ter algum impacto na forma como progredimos e ganhamos itens ou personagens portanto teremos que esperar para ver como os modos de jogo serão implementados.

Existem muitas mais coisas que queremos ver mas temos a certeza que Harada vai dar conta do recado mas não lhe poderemos perdoar se nos faltar com isto. Tekken é Tekken desde que cumpra com os requisitos que tornou sinónimo da sua qualidade e que vá mais além na sua procura por melhorias. Por outro lado será o primeiro Tekken para uma nova geração de consolas com todas as suas novas potencialidades. Desde torneios online ainda mais imediatos e acessíveis, partilha de vídeos com lutas de forma instantânea, tudo em Tekken 7 deixa-nos a sorrir, especialmente devido ao brilhante passado da série. Para a despedida fica aqui um belo tema de Tekken 5:

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