Tendências para a nova geração
Desta E3 para o futuro.
A E3 2013 já lá vai e começa a expectativa para jogarmos as muitas novidades que vimos. As grande estrelas foram as consolas da nova geração mas também ao nível do design pudemos ver conceitos novos que prometem dar uma grande volta à indústria.
Estas são algumas das tendências em que reparei nesta E3 e com as quais vamos poder contar nos próximos anos.
Jogos sociais
Se na geração actual o jogo cooperativo foi promovido com bastante sucesso(até mesmo desnecessariamente, não é Dead Space 3?), na nova geração de consolas parecem ser os jogos sociais quem vai dominar. Vários estúdios talentosos vieram acabar com as concepções actuais de que jogos sociais e apresentaram-nos pérolas como Destiny, The Division ou The Crew.
Destiny é o novo jogo da Bungie, criadores de Halo, e parece ser Borderlands com esteroides. Adorei o que vi e mal posso esperar para lhe pôr as mãos em cima.
The Division, da Ubisoft, foi o Watch Dogs deste ano. Mais uma vez, a editora francesa voltou a afirmar-se como séria candidata ao lugar da EA ou Activision e teve a melhor conferência da E3 no que respeita a editoras, na minha opinião. Além de ter um aspecto soberbo, verdadeiramente impressionante para um MMO, a jogabilidade promete ser inovadora.
Também da Ubisoft vai-nos chegar The Crew, um jogo de corridas com elementos sociais que nos vai permitir percorrer um mapa enorme com localizações reais dos Estados Unidos.
Há uns meses atrás pedi uma grande evolução para a nova geração e parece que os jogos sociais vão ser isso mesmo. Vão deixar de ser pequenos jogos de telemóvel ou Facebook para passarem a ser títulos hardcore com uma escala enorme e um orçamento a condizer.
Sem dúvida a grande surpresa da E3.
Esqueçam o FarmVille; chegou um novo conceito de jogo social.Consolas centros de entretenimento
Desde que a PlayStation 2 foi lançada que as consolas se têm tentado impor como o centro de entretenimento lá de casa e parece que é nesta nova geração que isso vai acontecer de uma vez por todas. A apresentação da Xbox One foi claramente focada na televisão mas também a Sony abriu a sua conferencia da E3 a anunciar os planos de música e tv para o futuro, incluindo programação original. Também a Wii U há já algum tempo que tem o serviço TVii.
Goste-se ou não, televisão e consolas vão estar unidas por muito mais do que um cabo HDMI. Os conteúdos vão-se misturar e certamente muita gente que até aqui não jogava irá passar a fazê-lo.
Cloud
Uma das palavras mais ouvidas nos dias que correm é “cloud” e as novas consolas não são excepção. Seja através da “retro compatibilidade” do Gaikai ou do processamento na nuvem que a Microsoft tem em mente, parece não existir dúvidas de que “a nuvem” vai mesmo desempenhar um papel muito importante nos próximos anos.
É bastante provável que com o desenvolvimento da banda larga e da tecnologia, o cloud gaming eventualmente se torne a norma e, quem sabe, nunca iremos conhecer a PlayStation 5 ou a Xbox Two.
F2P
Os jogos free-to-play para consolas estiveram em força nesta E3. A geração actual ainda vai apanhar alguns títulos(World of Tanks, Dead or Alive 5 Ultimate, Tekken Revolution) mas parece que na próxima geração os F2P vão passar a ser um modelo de negócio sério. O regresso do clássico da Rare Killer Instinct foi a grande estrela da E3 no que aos F2P diz respeito mas também vêm aí Project Spark, Blacklight Retribution, Planetside 2, Warframe ou DC Universe Online, completamente grátis.
Quero dizer, mais ou menos grátis.
Apesar de na PlayStation 4 estes jogos serem realmente free-to-play, na Xbox One continuará a ser aplicada a política “fee-to-play”, uma vez que é preciso comprar ser assinante Gold até mesmo para jogar online o que é grátis.
"Pois é, pagar para jogar online deixa de ser a grande desvantagem da Xbox uma vez que agora também os utilizadores da PlayStation 4 serão obrigados a fazê-lo."
Online pago
Pois é, pagar para jogar online deixa de ser a grande desvantagem da Xbox uma vez que agora também os utilizadores da PlayStation 4 serão obrigados a fazê-lo. A Sony anunciou que o PlayStation Plus vai ser obrigatório para jogar online na sua nova consola e, apesar de todas as vantagens do serviço, não deixa de ser um ponto negativo, especialmente para pessoas com menos tempo para dedicar aos jogos mas que gostam de uma ou outra partida online quando o fazem. Se, por um lado, o jogador casual de FIFA ou Call of Duty vai passar a ter de desembolsar mais dinheiro para “manter o vício”, por outro vai também poder alargar os seus horizontes e aproveitar os vários jogos a que tem direito com o PlayStation Plus.
Estando os serviços da Sony e Microsoft em mais paridade do que nunca, resta saber como é que a Microsoft vai justificar o seu preço, especialmente fora dos Estados Unidos onde a maioria dos serviços não se encontram disponíveis. A empresa já anunciou que os subscritores do Xbox Live irão receber 2 jogos clássicos até Novembro mas depois acaba a oferta. Esperemos que isto seja apenas um cheirinho do que poderá vir aí.
Falta de exclusivos
Se na actual geração os exclusivos já escassearam, está visto que na nova serão uma raridade. Longe vão os tempos em que a PlyStation 2, a Xbox e a Gamecube tinham todas grandes exclusivos third party. Com a subida em flecha dos orçamentos dos videojogos, tornou-se incomportável desenvolver com apenas uma plataforma em mente e exclusivos só mesmo de estúdios first party ou com muito dinheiro adiantado, como nos casos de Bayonetta 2, Dead Rising 3 ou Titanfall.
A Sony parece estar a apostar mais em jogos third party com a PlayStation 4, uma estratégia que deu bons frutos com a Xbox 360 durante esta geração. Nem mesmo o novo Kingdom Hearts e antigo Final Fantasy Versus XIII, rebaptizado de XV, escaparam ao êxodo de exclusivos.
Já a Microsoft, não esteve para brincadeiras e anunciou um punhado de exclusivos de peso, entre os quais Ryse: Son of Rome e o fantástico Titanfall.
A Wii U é a consola que vai receber mais exclusivos(e esta, hein?), muitos deles campeões de vendas, tais como Mario Kart, Super Smash Bros., Mario 3D e Zelda.
Sony e Microsoft trocam de posições, Nintendo continua igual a si mesma
Parece que a empresa com maior sucesso numa geração entra cheia de arrogância na seguinte. Há uns anos atrás a Sony fez isso com a PlayStation 3, a sucessora da consola doméstica com maior sucesso de sempre. Custava €600 e serviu mais para promover uma tecnologia que muito pouca gente usa com frequência(blu-ray) do que para jogar jogos nos seus primeiros tempos de vida. A brincadeira acabou por custar à Sony vários anos de finanças negativas e a posição de liderança suprema que detinha no mercado das consolas.
A Sony levou uma lição de humildade e parece que com a PlayStation 4 não está a repetir os mesmos erros. Quem não parece ter aprendido com isso foi a Microsoft.
A 360 foi, certamente, a consola de maior sucesso durante esta geração; não por ter vendido mais unidades mas por ter feito mais dinheiro: “roubou” 50% dos jogadores à Sony, vendeu subscrições Live a metade deles, os multiplataforma, em regra, venderam mais na 360 e até o Kinect, de €150, vendeu mais de 20 milhões de unidades. A Microsoft não era praticamente nada há duas gerações atrás e tornou-se um gigante da indústria.
Infelizmente, parece que tanto sucesso lhes subiu à cabeça e a Xbox One está a ser um déja vu daquilo que vimos com a PlayStation 3: promoção de tecnologia com pouco apelo(Kinect 2) que resulta num preço exorbitante para o consumidor(€499, mais €100 do que a PlayStation 4). Ao contrário da PlayStation 3, parecem ter bons exclusivos mas serão o suficiente para aguentar as vendas da consola?
A minha previsão é que a Xbox One vai sofrer o que a PlayStation 3 sofreu durante os seus primeiros anos de vida. Pode ser que, tal como aconteceu com a Sony, isso obrigue a uma revisão completa da política da Microsoft e a Xbox One goze de um renascimento como o “It only does everything” da PlayStation 3.
A Nintendo continua na sua, sem ligar muito a críticas. Anunciou um punhado de grandes jogos que o público adora e vão vender muitas consolas neste natal se baixarem o preço da Wii U. €350 é perigosamente perto da PlayStation 4.
Vita continua ignorada
Mais uma vez, a Vita continuou a ser ignorada, tanto por third parties como pela própria Sony. O tempo dedicado à consola não passou de poucos minutos e contam-se pelos dedos de uma mão os exclusivos que a consola irá receber no próximo ano. Parece que o destino da consola vai ser mesmo o de acessório de luxo da PlayStation 4 e que esta geração de portáteis está mais que entregue à 3DS.
Para terminar, o meu top 10 de jogos desta E3:
- Watch Dogs
- The Witcher 3
- The Legendo of Zelda: The Wind Waker HD
- Metal Gear Solid V
- Super Smash Bros.
- Final Fantasy XV
- X
- The Division
- Destiny
- Titanfall
E ainda não foi desta que vimos o Fallout 4=(