Terminator Salvation
Humanos VS máquinas.
Todos nós sabemos o que se diz em relação às adaptações de filmes para o mundo dos videojogos. Geralmente são obras caracterizadas pela fraca qualidade, ou porque as produtoras não têm tempo para desenvolver o jogo a tempo de acompanhar o lançamento da licença, ou porque não são permitidas alterações à estrutura da aventura devido aos direitos sobre o produto em questão. A verdade é que Terminator Salvation é mais um desses títulos, que devido a alguns problemas e falta de opções não consegue vingar no mundo dos “shooters”.
A nossa preocupação começou logo no menu principal, quando observámos que apenas existe o modo campanha e cooperativo. No entanto, partimos para o jogo com a esperança de que este se revelasse uma boa surpresa, mas, passado alguns minutos, esta ideia desvaneceu e percebemos que Terminator Salvation não passava de mais um título medíocre.
Tal como o filme homónimo, na pele de John Connor, numa Los Angeles pós-apocalíptica, é necessário travar uma luta entre humanos e máquinas. Mas o jogo não segue propriamente os passos da película, servindo mais como um complemento, já que este se passa dois anos antes dos eventos do filme.
Mas mais importante que a história em si neste tipo de jogos é a jogabilidade, e é principalmente neste ponto que Terminator desilude. É-nos apenas apresentada uma mão-cheia de armas o que por si só é sinal de pouca diversidade. Mas o pior dos problemas reside na jogabilidade, já que esta se resume a apontar e disparar. Não existem opções para fazer upgrade das armas e a forma como a nossa personagem as manuseia não dá a sensação de poder que é possível encontrar em outros jogos deste estilo.
Uma das boas surpresas reside no sistema de cobertura. Como alguns materiais não são completamente resistentes às balas e se vão degradando com a força bélica, é necessário alternar entre os objectos. Para isso basta rodar o analógico para a direcção que pretendemos ir, e, depois de aparecer um semicírculo no topo do ecrã com pequenas riscas, que correspondem à ordem das protecções, escolhemos para qual queremos ir e a personagem assume essa posição rapidamente. Fácil e eficaz.
É evidente que a GRIN, produtora, tentou adicionar alguns pormenores de forma a tornar a experiência de jogo mais realística, como é o caso do comportamento da câmara quando mexemos o nosso herói. Esta fica um pouco à direita do corpo da personagem, e treme enquanto andamos, ao estilo de Gears of War.
Um dos aspectos que não nos agradou é o facto de os cenários estarem fortemente condicionados. Apesar de estes serem relativamente pequenos, houve um esforço de os tornar maiores fazendo-nos percorrer caminhos pré-definidos estilo labirintos, o que não é propriamente bom. Por exemplo, quando tencionamos matar um inimigo que só pode ser destruído baleando-o por trás, e existe um carro entre nós e ele, temos de dar a volta, fazendo o percurso proposta pela produtora, o que, além de ser irritante, faz com que sejamos atingidos por balas que podiam ser evitadas. E vocês perguntam: “porque é que não saltam por cima dos obstáculos?”, mas a resposta a esta pergunta resume-se ao facto desta opção se encontrar indisponível. Algumas áreas estão tão condicionadas que até é impossível passar por pequenas fendas existentes no solo.