Tetris - Análise
Tetriminos a três dimensões.
Tetris é dotado de uma fórmula intocável, tendo sido ao longo dos tempos revisto e reeditado em inúmeras versões para as mais diversas consolas, portáteis ou não. Se a cópia é a melhor forma de elogio, então Tetris foi elogiado recorrentemente, servindo de inspiração na criação de alguns dos melhores jogos de puzzles que marcaram as diversas gerações de consolas. É por isso inegável a sua qualidade. Dizer que sobreviveu ao teste do tempo parece chamar velho a um jogo que ainda hoje continua fresco como da primeira vez. As obras intemporais têm disso.
Inserções no género foram das mais variadas ao longo dos tempos, mas ultimamente o estilo de puzzles tem andado de mãos dadas com o festim visual e sonoro que caracteriza séries como Lumines ou Mercury. Não será por isso surpresa se disser que este novo Tetris procura aproximar-se desse estilo tão em voga, como aliás já havia feito anteriormente, mas nunca de forma tão cerne. Tetris chega assim à 3DS com o aspeto mais animado e revolucionário que já terão visto na série, num pacote repleto de variantes do jogo base e cheio de opções que agradarão a qualquer fanático da série.
Aquilo que realmente surpreende aqui é a quantidade de modos de jogo, mas se o que procuram é jogar o velho Tetris de sempre, então nem será necessário sair do ecrã introdutório - assim que entram poderão começar logo a jogar. Seja como for, uma vez diante do menu principal existem uma série de modos de jogos organizados em várias secções. Para começar têm os modos principais, que englobam o clássico Marathon, no qual jogam de forma a limpar o maior número de linhas enquanto a dificuldade cresce, o modo Fever que coloca o jogador a criar linhas no máximo de um minuto como forma de obter uma pontuação máxima e o modo Survival, praticamente igual ao primeiro, mas com linhas a aparecer constantemente por baixo.
Depois existe ainda o modo batalha, por si só suficientemente distinto dos demais, no qual dois jogadores poderão defrontar-se, contando ainda com uma série de Power Ups para dar um toque de imprevisibilidade à ação. Estes poderão ir desde a usual possibilidade de trocar de jogo com o oponente, criar peças extra ou ainda criar nevoeiro no ecrã que apenas pode ser limpo soprando. É possível jogar com amigos, online ou ainda contra o CPU, batalhando uma série de 10 versões do Bomberman controladas pela IA.
Em alternativa, poderão contar com os modos Party , num total de 9 jogos oriundos da linha de mesmo nome, com títulos lançados anteriormente para DS e Wii. Todos eles são excelentes adições para um jogo de bolso, sendo que muitos são aqui completamente revistos, com visuais bem apelativos que fazem um bom dueto com o 3D da consola. Nessa onda existe desde logo o Tower Climber que coloca o jogador a criar uma ponte através de blocos de Tetris para que um stickman a suba, de forma a alcançar grandes alturas. Um jogo a fazer lembrar a apresentação de jogos como Wii Party.
Existem muitas e diferentes ideias aqui aplicadas, desde variações de jogos onde têm que criar formas através de blocos até à realização de puzzles à moda antiga, criando imagens completas, peça a peça. Outros exemplos são o modo de corridas em pistas, tudo feito com tetriminos, ou o modo Sprint para criar 40 linhas em tempo Record. Como é óbvio nem todos são divertidos ou, sequer, apelativos. Valem maioritariamente pela experiência. Um que me chamou particularmente a atenção tira partido do efeito 3D, sendo uma boa edição ao catálogo de jogos. Coloca blocos semi-preenchidos a aproximarem-se do ecrã, enquanto o jogador deve colocar as peças que faltam. São muitos os jogos que aqui vão encontrar, maioritariamente vocacionados para jogar com amigos, mas que dão boas, se bem que curtas, experiências a solo.