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Tetris Ultimate - Análise

Uma maratona de linhas.

Criado em 1984 pelo russo Alexey Pajitnov, Tetris não precisou de muito tempo até obter reconhecimento mundial. Tido por muitos como um dos melhores jogos de sempre, o apelo universal continua a valer sucessivas reedições e formatos para todo o tipo de plataformas, mesmo quando já passaram 30 anos desde o seu aparecimento. Pode-se dizer com justiça: se a humanidade estivesse em risco de desaparecer de um momento para o outro e quisesse deixar no espaço ou nalgum ponto selado, videojogos para que criaturas de outros planetas pudessem conhecer, Tetris seria um deles, nomeadamente o cartucho para a Game Boy. Poucas fórmulas nascem assim: perfeitas, imediatas, gratificantes e interactivas.

Mas isso não significa que os recentes jogos lançados com base na licença possam todos conviver com a mesma escala de sucesso. Algumas novas experiências que modificam um pouco a fórmula perigam pelo efeito de contaminação de jogabilidade e ofuscam a luminosidade do original. Do mesmo modo que hoje olhámos para as novas produções como este Tetris Ultimate desenvolvido pela Ubisoft para a 3DS pelo que proporciona em termos de conteúdo. Estarmos diante de um jogo excelente no seu tempo não quer dizer que todas as versões lançadas posteriormente partilhem do mesmo sucesso. Reciclar uma fórmula sistematicamente eclipsa alguns dos méritos.

O Mii sempre visível.

Interessante esta edição Tetris Ultimate, a contar com um extenso conjunto de modos de jogo. Embora muitos deles não sejam propriamente novidade, continuam a figurar entre os mais estimulantes da fórmula, nomeadamente o modo maratona, que nos deixa fazer linhas até se tornar impossível continuar a encastelar as peças com sucesso. O conceito do jogo é universal: fazer linhas com peças que vão caindo. Mas rapidamente o jogo penetra numa dimensão desafiante pois as peças vão caindo com mais velocidade, dificultando as operações.

Outros modos dividem-se entre chegar ao nível 15 (cada subida de nível é conseguida com a realização de um número específico de linhas), fazer 40 linhas no menor tempo (é uma opção que nos tenta muitas vezes a criar quatro linhas simultâneas mas também perdemos mais tempo a fazer a base) e alcançar a pontuação máxima em três minutos. Alguns modos encontram-se bloqueados e só ficam disponíveis depois de cumpridas certas condições. Uma opção que desbloqueámos não nos deixa rodar as peças e temos que realizar o maior número de linhas possível. Outra opção não nos deixa ver a peça a cair.

Modo multijogador.

Muitas destas opções de jogo podem ser partilhadas com mais jogadores através da ligação online. As tabelas de liderança permitem verificar os resultados dos nossos amigos e dos utilizadores espalhados pelo mundo, pois podemos carregar a pontuação. Mas é no modo "batalha" que se encontra o grosso dos utilizadores do jogo. Neste modo ao criarem linhas atiram volume de peças para os adversários, dificultando o seu jogo. Infelizmente, das vezes que procuramos ligação à rede tardou até encontrarmos alguém com quem jogar. O ideal nestas situações é jogar através de ligação Lan, como se fazia com o cabo para dois Game Boy.

O design do jogo é competente, eficaz, com peças muito coloridas e um pouco similares à versão NES de Tetris, sem no entanto exibir efeitos visuais muito exuberantes, numa estética mais sóbria. No canto superior direito do ecrã é possível seguir mais do que uma peça na linha de lançamento o que nos dá mais alguma margem de manobra

Talvez Ultimate seja um termo algo generoso, apesar do bom volume de opções e do acabamento, mas não se pode dizer que seja uma versão mais evoluída que outras já lançadas. Um bom jogo para quem há muito não pega no clássico de Pajitnov. Se jogaram mais alguma versão recentemente, podem deixar Tetris Ultimate para outra ocasião.

6 / 10

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