The Amazing Spider-Man 2 - Análise
Potencial desperdiçado.
A história é um suceder de aparições antagónicas, quase sempre desligadas dos eventos do filme, aliás, é difícil compreender porque partilham o nome, para lá do óbvio aproveitar de hype que uma estreia do cinema proporciona.
Vemos vários vilões, casos de Kraven o Caçador, Kingpin, Shocker ou o Carnificina, mas as suas motivações são sempre muito forçadas. Preferia que colocassem alguns deles simplesmente soltos a espalhar o caos pela cidade, e ficaria à nossa responsabilidade enfrentar ou não o “problema”.
Para lá da parte principal, existem missões secundárias que requerem salvar pessoas de um incêndio, andar à paulada com criminosos, perseguições de carros ou claro, tirar fotografias específicas. Estas são uma inclusão obrigatória tratando-se de um mundo aberto, mas impõem demasiada repetição, tornando-se aborrecidas.
Também não são propriamente opcionais, o vilão Wilson Fisk, ou Kingpin para os amigos, aliou-se a Harry Osborn para criar uma força policial conhecida como Task Force, que entre outros brinquedos, usa o planador característico do Duende Verde para nos atazanar a vida se formos encarados como uma ameaça para a cidade.
"Passava o tempo todo entretido com a “vida de um super-herói” se o sistema justificasse maior investimento"
Para evitá-los, podemos cometer actos heróicos completando as tais missões secundárias que descrevi, e assim fazer subir o nosso nível de simpatia com o público. É um sistema engraçado, que merecia muito maior profundidade, passava o tempo todo entretido com a “vida de um super-herói” se o sistema justificasse maior investimento.
O combate é uma amostra do sistema que conhecemos dos jogos da série Arkham, mas francamente longe da profundidade deste. Chega a ser um pouco “anticlímax” voar de teia em teia de modo espectacular até ao local da pancada, só para cair e iniciar um segmento de combate aborrecido, com pouca ligação aos movimentos característicos do aracnídeo.
Depois de acumulados uns combos, é possível realizar um movimento “signature”, uma espécie de ampliar de acção mais próximo dos golpes do super-herói, mas que mesmo assim não chega para tornar estes momentos verdadeiramente espectaculares.
Os coleccionáveis envolvem livros de banda desenhada, estatuetas ou fatos alternativos. Não há grandes motivos para procurar os primeiros, a não ser que sejam obcecados por ver a prateleira da loja de comics cheia. Quanto aos fatos, são do mais interessante no jogo, sempre tive um fascínio pela fatiota de Homem-Aranha 2099.
Para resumir, The Amazing Spider-Man 2 é uma pena. É uma pena porque o potencial está lá, aliás, está lá há já dez anos. Não percebo porque não podem tratar o super-herói com mais respeito, não sei porque têm sempre que esperar por um filme para forçar um sistema simplista na “awesomeness” que é passear de teia em teia por Nova Iorque. Se calhar é porque chega, é porque vende sempre bem, e nisso, a culpa é nossa.