The Conduit
Com um pé no Portal.
The Conduit é um daqueles jogos que me dá vontade de bater com a cabeça na parede. Promissor quanto baste, a High Voltage conseguiu desenvolver um jogo que tem indubitavelmente muito por onde se gostar. O problema é que também tem muito por onde se detestar. Ao longo de toda a aventura é difícil não ficar com uma enorme sensação de dualidade perante toda a concepção do jogo. Mas mesmo quando grande parte dos seus principais atractivos são tiros ao lado, não será difícil encontrarem aqui uma natural satisfação que vos faça continuar a jogar, nem que seja para ver o que acontece a seguir.
O jogador controla Michael Ford, um homem envolvido numa conspiração que dá azo a toda a façanha do jogo. A aventura começa in media res, numa altura em que Ford já vai adiantado no seu objectivo, levando o jogador a ter um primeiro contacto com as derradeiras mecânicas de jogo numa forma de tutorial. Terminada esta primeira missão, dá-se a analepse que leva o jogador até ao verdadeiro começo da aventura. Toda a cadeia de incidentes que ocorrem desde então são apenas pistas que levam o jogador até ao desfecho final da aventura. Com umas poucas surpresas à mistura, é-nos concedido um fato especial e um Gadget raro de nome ASE (All Seeing Eye) – O olho que tudo vê – praticamente no início da aventura. Estes serão supostamente fulcrais para o despoletar da acção, mas só na teoria.
Fiquei extremamente desiludido com a utilização do ASE, um Gadget cheio de potenciais não aproveitado no jogo. As suas utilizações são básicas e de interesse quase nulo. Ora para rebentar explosivos invisíveis a curto alcance, Hackar computadores ou com utilizações mínimas em combate. O seu verdadeiro potencial, no que toca a realmente mostrar realidades ocultas ou verdadeiras conspirações, prende-se por meras mensagens inscritas nas paredes ou ocasionais puzzles para descobrir armas invulgares e ligeiramente mais potentes.
Com o fato especial acontece exactamente o mesmo. É-nos dito que o seu potencial só a longo prazo será desvendado, mas nada para além da possibilidade de recuperar energia ou saltar mais alto é adicionado. Um sistema de recompensas que melhorasse o fato em troca de algo seria definitivamente bem-vindo. Sempre podem encontrar alguns discos escondidos e desbloquear artworks. Existem também uma série de Achievements para desbloquear no jogo, ao estilo do que acontece na Playstation 3 e Xbox 360, mas nem consigo perceber bem a sua utilidade.
Uma coisa é certa, por mérito próprio, é provável que uma das causas que vos fará continuar a jogar seja a sua simples e intuitiva jogabilidade. Não é novidade nenhuma, disparar a matar sobre Androids à queima-roupa ou a longas distâncias. É uma aposta acertada, existindo uma série de opções de personalização capazes de criar um jogo ao gosto de todos. Existe uma quantidade razoável de armas, sejam humanas ou alienígenas, com uma também razoável quantidade de funções. Estas conseguem imprimir uma constante variedade ao jogo, oferecendo novas formas de matar os inimigos. Existe uma arma particularmente divertida, que permite controlar os disparos a longas distâncias com o WiiMote. Granadas poderão ser utilizadas através do NunChuck.