The Crew - Análise
Ainda está cru.
Como se não bastasse, há colisões vergonhosas que precisavam de ser trabalhadas. O que acontece diversas vezes nas colisões frontais é o nosso carro ser desviado para o lado e continuar em frente, como se nada tivesse acontecido. É como se o outro carro ou o nosso possuísse algum tipo de escudo. Mais uma vez, isto é um erro que não pode acontecer num jogo de corridas.
Mas nem tudo é mau em The Crew. Um dos momentos que mais gostei foi da exploração sem limites do mapa, e de atravessar o país desde Miami, passando por Las Vegas, até Los Angeles. Deu para perceber que o mapa não está recriado à escala real, mas ainda assim a quantidade de terreno que existe para percorrer é imensa. Mas há consequências pelo mapa assumir estas dimensões: a qualidade gráfica teve que ser muito reduzida e a quantidade de aliasing e pop-ups no horizonte até aleija os olhos. Mas ainda, há locais do mapa pobres e genéricos.
Como o mapa é tão grande, a maioria das vezes terão que percorrer um longo caminho até chegarem ao sítio desejado. Felizmente existe uma opção de "Fast Travel", que nos transporta imediatamente para o local que queremos (desde que já tenham passado por aquele sítio anteriormente). Ou seja, a grandiosidade do mapa acaba por ser um impedimento à exploração entre corridas.
Não me entendam mal, o tamanho do mapa é sem dúvida um dos pontos fortes do jogo, mas olhando para os prós e contras, acredito que seria preferível reduzir o tamanho e aumentar a qualidade visual. Às vezes menos é mais.
Para quem gosta de dar o seu toque pessoal aos carros, há várias opções de personalização que permitem alterar a pintura, jantes, pára-choques frontal e traseiro, saias, retrovisores, material e cor do interior do carro, e vinyls para colocar em cima da pintura. No que toca à disposição de vinyls, não há uma liberdade tão grande quanto Forza Motorsport, mas com o devido esforço, podem criar carros com um visual único.
"A Ubisoft promoveu o jogo com a camaradagem e jogar na companhia de amigos, mas na maioria das vezes acabei por jogar sozinho"
A subida de nível em The Crew é recompensada com o acesso a novas corridas e pontos para desbloquear Perks, que pouco ou nada influenciam a jogabilidade. Um exemplo da insignificância dos Perks existentes é "o teu carro trava 1 porcento melhor". Os pontos podem ser gastos até cinco vezes nas várias categorias de Perks, e no caso do exemplo dado, poderia investir pontos até aos 5 porcento, mas ainda assim, parece um esforço em vão.
The Crew é um jogo que ultimamente falha no seu objectivo. A Ubisoft promoveu o jogo com a camaradagem e jogar na companhia de amigos, mas na maioria das vezes acabei por jogar sozinho porque as funcionalidades de modo cooperativo falhavam na maioria das vezes. A maior parte das corridas conta com a opção de jogar com companhia (opção essa que surge em primeiro), mas fui forçado a optar quase sempre pelo modo a solo.
Para terminar, volto a rematar: The Crew é uma oportunidade desperdiçada. O conceito tem asas para mais e poderia ter sido um jogo com impacto no género, mas tem demasiadas falhas, algumas das quais bem graves tendo em conta o seu propósito. É curioso que no passado fim-de-semana a EA tenha oferecido Need For Speed Most Wanted para a PS Vita. Descarreguei o jogo e logo de imediato deu-me mais diversão do que The Crew, apesar de ser mais antigo e com um mapa muito menor. A diferença é que um está acabado, o outro parece que ainda não saiu da beta.