The Elder Scrolls V: Skyrim - Dragonborn - Análise
Como montar um dragão.
Já não pegava em Skyrim desde novembro do ano passado. Pouco tempo depois de terminar a análise, o jogo teve que sair da consola para dar lugar a outros e nunca mais voltou a entrar, não que o jogo não fosse do meu agrado, simplesmente porque este trabalho é uma bênção e uma maldição, novos jogos chegam às nossas mãos todos os dias e aqueles com os quais gostaríamos de passar mais tempo têm que ser abandonados.
Dragonborn foi a única forma de regressar às montanhas e planícies geladas de Skyrim, e passado mais de um ano já me tinha esquecido do seu tamanho gigantesco e das horas que roubava a explorar masmorra atrás de masmorra e gruta atrás de gruta. Este novo conteúdo adicional, que é também o maior dos três, é precisamente isto: Mais Skyrim. É uma nova área para explorar, com segredos para descobrir e para recompensar os mais exploradores, e um enredo que encaixa com o original.
Antes de mais, e se ainda não compraram Dragonborn, convém dizer que depois do download a área de Solstheim (a ilha de Skyrim onde decorre Dragonborn) não é adicionada de imediato ao mapa. Há que esperar que sejam abordados por um culto que vos pergunta se vocês são o verdadeiro Dragonborn. Não importa se terminaram o jogo ou não, o conteúdo adicional pode ser iniciado de qualquer forma.
A ilha de Solstheim pertence a Skyrim, mas está perto da fronteira de Morrowind, a região onde decorreu o terceiro The Elder Scrolls, não é de estranhar que existam algumas influências como as casas em cogumelos gigantes. Mas Solstheim é essencialmente Skyrim, e o que vão encontrar maioritariamente são montanhas, neve e gelo, e aleatoriamente, dragões.
Sem querer aprofundar a estória de Dragonborn, para não arruinar nenhum surpresa a ninguém, o enredo, pelo menos o enredo principal, porque tal como em Skyrim as quests secundárias são abundantes, anda em torno de um livro negro com conhecimento escondido e um outro Dragonborn. Quando lemos o livro ficamos envolvidos nuns tentáculos negros e somos transportados para um mundo misterioso onde temos que atravessar os vários capítulos para adquirir o seu “conhecimento”.
Surpreendentemente, para um conteúdo adicional chamado “Dragonborn” não há um grande envolvimento de Dragões, a não ser na luta contra o boss final. O chamariz de Dragonborn é o poder de dominar os dragões e conseguir montá-los. Isto foi tornado possível através de um novo Shout chamado “Bend Will”, que funciona em outras criaturas para além dos dragões, como animais e até homens.
Montar um dragão não só é espetacular, é também útil e algo que pode ser usado fora da região de Solstheim. Os dragões podem ser usados para viajar e para chegar a locais difíceis, como o cimo das montanhas, se bem que depois para aterrar seja complicado. Os dragões são grandes e necessitam de uma espaço largo para aterrar. O combate também é possível, podemos ordenar a besta dominada para cuspir fogo e tostar quaisquer inimigos que vos façam frente.
Outro novo Shout é o “Dragon Aspect”, que cria uma armadura especial em vosso redor e garante uma maior força aos vossos shouts, ataques e invoca o espírito de um antigo Dragonborn para lutar ao vosso lado. Com o poder tão enorme como este o jogo tornar-se-ia bastante fácil, por isso é que este Shout apenas pode ser ativado uma vez por dia.
"Montar um dragão não só é espetacular, é também útil e algo que pode ser usado fora da região de Solstheim"
A ilha de Solstheim também é habitada por novos inimigos. Aos lobisomens e vampiros juntam-se os “Werebears”, que são homens com a habilidade de se transformarem num urso. Depois há os “Ash Spawns”, criaturas que nascem das cinzas, e os monstros esquisitos que habitam o mundo dentro dos livros negros que encontramos em Solstheim. Dragonborn é especialmente recomendado para quem já explorou tudo ou quase tudo de Skyrim e anseia por mais.
Para aqueles que estão a nível 81 (não estou sequer perto disso), a Bethesda criou o Ebony Warrior, um inimigo poderosíssimo e que é um osso duro de roer, mesmo que a vossa personagem tenha atingido o pico das várias árvores de evolução. Para um conteúdo adicional, e tendo em conta que vivemos numa época em que simples fatos ou armas são vendidos como um conteúdo adicional, Dragonborn é gigante. Só a quest principal roubou-se quinze horas, e ainda restou uma grande parte da ilha para explorar. Pelo preço que a Bethesda pede - 1600 pontos Microsoft - menos não seria de esperar.
Para esclarecer quaisquer dúvidas que possam ter, Dragonborn é um conteúdo adicional recomendado para qualquer um que se tenha deixado perder no mundo de Skyrim e oferece um bom valor pelo preço pedido. Mais quests, mais armaduras, mais armas, mais shouts novos inimigos, uma nova área para explorar e mais de 20 horas extra de longevidade é o que está incluído no pacote. A quest principal diferente daquela que encontram no jogo e as secundárias, ao bom estilo de Elder Scrolls, dão-nos a conhecer pormenores curiosos sobre o universo que nos rodeia.