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The Godfather II

Don't ask about my business Kay!

Com The Godfather: The Game a Electronic Arts serviu-se de uma das trilogias mais famosas do cinema para explorar nos videojogos um título que acabou por se perder na analogia com GTA em vez de desenvolver os seus próprios atributos. A licença oficial do Padrinho está toda lá, mas o jogo acabou apressado e demasiado preso aos combates, pelo que o resultado final deixou um amargo de boca. Aproveitando a Games Convention em Leipzig, a Electronic Arts incluiu no cabaz de jogos a apresentar, a sequela do primeiro jogo, levando-nos a supor que pelo menos estará em equação uma terceira edição para acompanhar a trilogia.

Antes disso, porém, The Godfather II é o jogo que se segue (ainda em estado pré-alfa) e propõe-se seguir de perto vários pontos do filme rodado por Francis Ford Coppola em 1974, refazendo a narrativa à medida da progressão motivada pelo jogador. Joel Wade, produtor sénior de Godfahter II, lembrou-nos: “não quisemos contar a narrativa do filme, mas a própria que o jogador desenvolve”. O jogo vai principiar com um encontro de chefes em Havana, Cuba, numa fase em que a resistência se apressava para derrubar o poder, e que contou com a presença de Michael Corleone, naturalmente.

Algo correu mal e no tiroteio da revolta que se gerou um dos chefes foi fatalmente atingido, deixando o seu cargo e título de Don a um dos mais próximos e fiéis soldados, Dominic, que será a personagem a quem o jogador emprestará energia até ao fim do jogo em muito sustentado na realização de negócios, jogadas de xadrez, decapitação de outros chefes, traições e ajustes de contas, tudo cenas da máfia.

Joel Wade, produtor de Godfather II

Ao invés de arrancar o jogo na pele de um soldado e ascender até ao domínio dos negócios, qual Don Vito Corleone em Nova Iorque, Dominic é um Don, um chefe que tem a sua própria família e conjunto de soldados (vulgo capangas), mas cuja actividade obscura e ilícita é desenvolvida em prol da família Corleone com quem Dominic quer manter uma relação proveitosa, de expansão dos negócios por cidades como Florida, Cuba e Nova Iorque. Para Joel Wade fez mais sentido criar três cidades mais densas, num apelo a maior variedade de arquitecturas e elementos culturais, em detrimento de uma única cidade que obrigaria o jogador a viajar constantemente de automóvel entre as áreas de tarefas.

The Godfather II apresenta um sistema de jogo de liberdade de acção e exploração ao jeito de jogos como GTA, mas para este título Joel Wade revelou-nos que há uma componente estratégica assente na Don’s View, um mapa tridimensional de cada cidade que permite identificar por onde se estendem os negócios das famílias e que tipo de esquemas “rackets” são alimentados; se casinos, bancos, contrafacções, construção, entre outros. Dependendo da natureza dos negócios e da quantidade de dinheiro envolvido será variável o número de guardas postos a defender os edifícios, muitas vezes com o chefão resguardado no interior.

A Don’s View é o mapa gestão, onde se planeiam os ataques e decapitações de alguns chefes. É uma grande inovação face ao episódio anterior, que possibilita desde logo uma liberdade maior de escolha e decisão; se queremos patrocinar um ataque ao casino instalado na cidade e entrar numa guerra com a família que coordena esse esquema, ou resguardar posições de negócios proveitosos, isco para algumas famílias rivais. Dominic é um chefe e tem uma família para defender, sendo essencial garantir soldados que o acompanhem em missões específicas de assassinato, extorsão e retaliação.