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The King of Fighters - Round 5: Final Round

A entrada na alta definição e o último jogo desenhado à mão.

Neste final e último round da série principal King of Fighters revisitamos as 3 últimas produções em 2D. Arte pixelizada, desenhada à mão, que mereceu particular ênfase nas edições XII e XIII. Abandonando o anterior modelo de produção anual, a SNK Playmore abrandou no ritmo, produzindo em sete anos apenas 2 jogos. Contando com "spin offs" e remasterizações de clássicos, foram publicados mais produtos, mas desde 2011, o lançamento de KoF XIII para as consolas, só em 2016 a SNK voltou a publicar um novo jogo. São outros tempos que trazem consigo novos desafios e King of Fighters XIV é também um novo desafio. Se alguma vez a SNK voltará a produzir em 2D, como fez com o belíssimo KoF XIII só noutra altura saberemos. Agora oferece-nos fechar a história de um magnífico trajecto no género dos "fighting games". O último round é tempo para seguir de perto o 2D em alta definição.

Todos os anteriores rounds

Round 1

Round 2

Round 3

Round 4

The King of Fighters XI - o primeiro com numeração romana

Este é o décimo primeiro jogo da série. Seria KoF 05 se tivesse existido uma edição em 04, o que não aconteceu por força do abandono das plataformas NEO GEO, substituídas pela plataforma arcade Atomiswave. Pondo de parte os lançamentos anuais, a SNK Playmore quebrou o jejum de um ano e voltou ao bom velho estilo 2D, depois de algumas experiências no 3D, ao mesmo tempo que inscreveu na capa do jogo a numeração romana correspondente à edição em curso.

Imensas personagens, entre regressos. A versão consolas superiorizou-se à congénere arcade nos conteúdos.

Depois de algumas edições remasterizadas dos clássicos para as consolas (KoF 94 e KoF 98: Ultimate Match) e de KoF Maximum Impact (uma edição em 3D), o novo jogo retoma os combates em sistema 3 vs 3, modo tag team. O quadro de selecção de personagens foi completamente redesenhado, ganhando contornos diferentes e mais plausíveis.

Cenários em alta.

A jogabilidade sofreu alterações. Os produtores introduziram um sistema de "tag combo", outro para efectuar "cancel" e um outro para efectuar "counter". Com os "quick shift", "saving shift" e "dream cancels", os fãs tiveram muito para redescobrir e aprender. Estando ausentes personagens como Mai e Leona, a manutenção do sistema por equipas permitiu a formação de um roster muito impressionante, à altura, especialmente a versão PS2 que contou com um grande número de lutadores, entre os quais personagens importadas de jogos de Kizuna Encounter e Buriki One.

A jogabilidade envolveu novas soluções como os cancel.

Lançado nas arcadas e na PlayStation 2, o jogo apresentou cenários de alta resolução, enquanto que os "sprites" das personagens permaneceram em baixa, o que resultou numa jogabilidade rápida mas com algum desgaste visual. Isto foi o resultado do desenvolvimento com base no motor gráfico. Apesar disso o grafismo 2D permaneceu como um destaque sólido deste episódio especialmente nos cenários, muito bonitos, repletos de cor e detalhes. KoF XI é ainda hoje uma boa opção para se jogar na PS2. O largo roster de personagens impressiona e o sistema de combate possui imensas opções para jogadores dedicados explorarem a fundo. Foi o último jogo a ser desenvolvido para a Atomiswave.

The King of Fighters XII - 2D desenhado à mão entra no HD

Com a nova geração de consolas e arcadas na alta definição e após o anuncio de Street Fighter IV, um regresso muito saudado por legiões de fãs espalhadas pelo mundo, a SNK Playmore desenvolveu o décimo segundo jogo da série KoF para a placa Type X2 da Taito. Desta forma a editora obteve uma alteração drástica nas suas produções 2D, atingindo um aspecto mais apurado e detalhado, uma evolução óbvia desde o primeiro instante.

The King of Fighters XII demorou mais algum tempo no desenvolvimento. A componente gráfica é quase toda feita à mão, daí a redução no número de personagens.

KoF XII foi lançado nas consolas PS3 e Xbox 360, e arcadas, em 2009, praticamente quatro anos depois da anterior edição. Os produtores lograram "sprites" em alta definição, desenhados manualmente, o que conferiu um aspecto belíssimo aos combos das personagens, com efeitos de luz, contrastes e um colorido realmente impressionantes. É quase como estar diante de uma animação japonesa. O mesmo aconteceu com os cenários, visualmente atraentes, com imensas coisas e pormenores em fundo, como se o entusiasmo não terminasse.

Infelizmente, o jogo revelou-se parco em conteúdos. Embora razoável para explorar numa arcade, nas consolas a ausência de modos de jogo tornou-se gritante, assim como o número de personagens limitado a 22, um retrocesso abissal quando comparado à edição anterior, para não ir mais longe. Além disso, a versão "domestica" apresentou-se com um modo "online" pouco personalizável e com os servidores bloqueados, o que resultou numa experiência frustrante.

Visualmente KOF XII é muito bonito.

A jogabilidade foi redesenhada, o ritmo aliviado, o que permitiu a novos jogadores aproximarem-se da edição. Mas seguindo a tradição, é tipicamente KoF, ainda que muitas personagens tenham sido reajustadas, alguns golpes afastados e outros redesenhados, visando um certo equilíbrio. Felizmente, diante de outros jogos como Street Fighter IV ou BlazBlue, KoF XII apresentou-se sólido. Faltaram as opções de jogo, mais cenários e um modo arcade que pudesse seguir para lá de 5 imediatos combates. Apesar das limitações, visualmente é um dos jogos mais belíssimos (todo desenhado à mão, o que levou o seu tempo), num trabalho artístico dos mais impressionantes. Esse esforço foi levado ao extremo na edição seguinte, que para lá de colmatar as lacunas desta edição alcançou um resultado relevante no patamar dos jogos eleitos nos torneios.

The King of Fighters XIII - pixel art 2D em HD

Enquanto que KoF XII foi lançado quatro anos depois da anterior edição, não foi preciso aguardar muito tempo pela sequela. Em Julho de 2010 a SNK Playmore fez chegar às arcadas a décima terceira edição, que em quase tudo melhorou a anterior, entregando versões para consolas (PS3 e Xbox 360) no ano seguinte. Dando sequência à narrativa centrada em Ash Crimson, a produtora foi capaz de melhorar certos aspectos. Regressou o formato por equipas, o "boss" final trouxe mais dificuldade e a história recebeu sequências entre os combates, o que aproximou o jogo de outras produções relevantes.

The King of Fighters XIII saiu um ano depois, com mais personagens. A versão consolas demorou mais um ano e trouxe novos conteúdos.

Em 2012 KoF XII integra o famoso torneio mundial EVO, tornando-se na segunda competição mais acompanhada ao longo do evento. Esse foi o primeiro passo consolidado e de maior abertura ao público que rapidamente fez chegar o jogo a mais torneios, sendo ainda hoje popular em certos segmentos competitivos, mesmo que a sua audiência de sempre seja menor por comparação com o apoio recebido por outras franquias.

A jogabilidade de KoF XIII é suficientemente complexa e intricada mas gratificante quando explorada a fundo. As versões para consolas receberam um enorme "upgrade" em termos de conteúdos. As críticas da anterior edição mereceram atenção dos produtores, que disponibilizaram missões em forma de guia de aprendizagem, uma história mais apurada, com diálogos e um modo online autêntico, entre outras opções personalizáveis. Regressam novas personagens como Vice, Takuma, Mai, Yuri e o sempre temível K'. Ao todo encontram-se representadas 30 personagens, todas desenhadas à mão.

Destaque para as missões em modo tutorial.

Voltando a servir-se da placa Type X2 da Taito, a produtora foi capaz de melhorar a qualidade visual, dos "sprites", animações das personagens e cenários, agora com um vasto conjunto capaz de assegurar mais diversidade. KoF XIII é muito bonito e um dos mais impressionantes trabalhos artísticos em 2D. Entre a nova geração, esta edição é uma das melhores, a todos os níveis, mas por ser difícil desenhar tudo à mão, a SNK tomou a decisão de mudar de agulhas para a edição XIV, apresentando o primeiro KoF da linha principal em 3D sob a perspectiva tradicionalmente 2D. Resta saber se alguma vez voltarão ao bom velho 2D ou se KoF XIII permanecerá como o último num glorioso 2D em alta definição.

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