The Last of Us - Antevisão
Joel e Ellie a caminho da sobrevivência.
Outra caraterística de The Last of Us é a opção de jogarmos em modo Stealth. Carregando no R2, ficamos agachados o conseguimos ver através das paredes, como se tivéssemos um aparelho de raio-X. Este modo é importante para os ataques por trás e poder delinear a estratégia de ataque. O armamento é escasso e cada confronto pode ser decisivo. Por isso temos que pensar bem antes de atacarmos, se não quisermos estar sempre a reiniciar o jogo.
Neste modo toda a panóplia de cores do jogo muda para tons mais escuros, acinzentados, recriando quase como um vácuo dentro do jogo, onde tudo parece mais lento e sem som. Se estiverem a pensar que é algo muito tech para o jogo, podemos dizer que parece muito natural. Joel usa o som dos inimigos para os detetar. Ou seja, a representação visual é o resultado de ouvirmos e sabermos onde estão os inimigos. Se eles atacarem de forma lenta e sem qualquer ruído, deixamos de os ver.
Os humanos que sobreviveram à infeção e não estão dentro da zona de quarentena tornaram-se reclusos da sociedade, agindo em grupos como salteadores, ou solitários que apenas querem sobreviver. Estes primeiros são extremamente perigosos e não perdoarão nenhuma falha. As lutas entre Joel e estes potenciais ex-companheiros são muitas vezes extremamente reais. As lutas são contextualizadas e adaptam-se ao local onde somos abordados.
Os salteadores não irão perdoar nada, pois neste mundo é a lei do mais forte para a sobrevivência. Não existe lamento, conforme é demonstrado pela pilha de corpos queimados de pessoas que simplesmente se colocaram à frente dos salteadores. É um vislumbre bastante pesado de uma humanidade repleta de ódio entre si, onde os "zombies" são apenas parte da equação.
A Banda Sonora:
A banda sonora de The Last of Us é um dos pontos altos do jogo. Poderá haver certamente jogadores que pouco ou nada lhes diz a música de Gustavo Santaolalla, mas certo é que encaixa na perfeição no jogo. É interessante ver que filmes tais como a trilogia da morte de Alejandro González Iñárritu e Guillermo Arriaga (Amor Cão, 21 Gramas e Babel) levam e vivem da sua música, crescendo de forma sustentada de filme para filme. Aqui o ambiente deixa de ser de um drama humano e desencontros, pessoalmente ligando a um colectivo desconhecido, para um mundo após uma pandemia mundial, jogado para o que de mais baixo poderá haver na humanidade.
Poderão ver parte da banda sonora no vídeo em baixo, onde se destaca os acordes profundos, melancólicos e solitários de Santaolalla. No jogo em si estes acordes têm um acompanhamento constante, como se fosse uma camada de fundo a sussurrar aos nossos ouvidos. Mas nem só de Santaolalla vive The Last of Us, pois é quebrado por uma orquestra magnifica, apesar de ter sido também gerida por ele. Por outro lado temos obras magnificas nas cut-scenes de outras lendas da música, como Hank Williams e o seu "Alone and Forsaken". Este último caso é aplicado ao trailer "Truck Ambush", onde somos apanhados numa cilada por um grupo de salteadores, seguido de uma cut-scene non-stop até ao confronto.
"É um vislumbre bastante pesado de uma humanidade repleta de ódio entre si, onde os 'zombies' são apenas parte da equação."
A nível gráfico é aquilo que todos estamos à espera. Animações fantásticas, fluídas e naturais. É incrível o nível de detalhe que cada cena traz consigo. Por diversas vezes pensei no trabalho que os artistas tiveram para recriar ruas inteiras e casas destruídas apenas para passarmos lá 10 segundos. É um trabalho digno de nota e que poderá fechar com chave de outro a prestação do estúdio na PS3.
The Last of Us tem certamente muito mais para contar, pelo menos assim esperamos. Não é um jogo que se possa pegar rapidamente e entrar em ação. Apesar da demo já nos ter dado algo sobre o jogo, ainda queremos mais, principalmente a nível do enredo e na forma como as personagens irão evoluir.
Esperamos muito em breve poder jogar a versão final e aí sim dar o nosso veredicto final ao jogo. The Last of Us será lançado em exclusivo na PlayStation 3 no dia 14 de junho.