The Last of Us Part I PC review - Remake intrigante que não estava nos planos
À espera de atualizações.
A quarta versão de The Last of Us acabou de aterrar na plataforma mais poderosa de todas, o PC claro. Trata-se obviamente do remake lançado em setembro de 2022 para a PlayStation 5, denominado por The Last of Us Part I, que reconstruiu de raiz o extraordinário jogo da Naughty Dog, lançado originalmente em junho de 2013 para a longínqua PlayStation 3. Entre o original PS3 e a versão PS5, tivemos uma versão melhorada para a PlayStation 4 designada por Remastered, que introduziu algumas melhorias a nível visual e desempenho. São muitas versões do mesmo título, que para muitos é um exagero enquanto para outros é sempre um contentamento experimentar uma versão aprimorada de um dos melhores videojogos de todos os tempos.
Jornada arrebatadora
Certo que esta é uma das mais aclamadas franquias no ramo dos videojogos, transportada recentemente para série de televisão pelas mãos da HBO. The Last of Us HBO foi um sucesso instantâneo, muito devido à linha seguida pelos realizadores, respeitaram o material original, fazendo apenas os ajustes que lhes pareceram indicados para o meio de entretenimento em questão. É principalmente da narrativa que vive The Last of Us, uma jornada arrebatadora e marcante de duas pessoas que nada tinham em comum, que foram conhecendo-se ao longo do caminho.
Já fizemos inúmeras análises a este trabalho da Naughty Dog, sendo a mais recente ao Remake para a PlayStation 5. Todas as análises são válidas à sua maneira, vale sempre a pena as consultar novamente, principalmente para quem ainda é desconhecedor deste universo. Não vou abordar grande parte do que este jogo oferece, já o fiz anteriormente na minha análise à versão PS5, apenas me dedicarei a compreender o que foi feito nesta conversão para PC, obviamente em termos técnicos, seja nos visuais, desempenho e até a várias opções vindas da máquina da Sony, como a inclusão das funcionalidades do DualSense e até do Áudio 3D.
Intrigante Remake
Os lançamentos no PC dos grandes títulos do universo PlayStation já são muitos, e todos eles com boa aceitação da parte dos jogadores desta plataforma tão específica. Estas conversões têm sido levadas a cargo por estúdios com a capacidade de entregarem uma excelente experiência, tirando sempre proveito das capacidades quase ilimitadas do hardware desta plataforma. Agora temos a chegada de The Last of Us Parte I que vem desmentir todo o trabalho de gabarito feito até então. É de certa forma intrigante verificar que este Remake não condiz em nada com os padrões de qualidade da Sony, sendo até incompreensível o estado em que se encontra o jogo no seu lançamento, com graves problemas de desempenho e exigências a nível de hardware um tanto irrealistas. No momento desta análise, só quem possuir uma máquina muito poderosa o poderá correr com mínimos problemas, mas mesmo assim nada é garantido.
Tenho más notícias para quem joga de rato e teclado, pois existe um problema evidente com a movimentação da câmara quando é utilizado o rato, mais concretamente com os micro-stutters existentes sempre que rodamos a câmara, causa severos problemas nos olhos e chega a um ponto que não consigo jogar dessa forma. Quem possuir um comando, principalmente o DualSense com as suas funcionalidades únicas, é a melhor solução para jogar este The Last of Us Part I.
Em determinadas zonas o desempenho é bastante bom, mas por vezes este sofre quedas repentinas sem motivos aparentes.
A parte mais problemática neste momento com esta apresentação é de facto o desempenho e os vários erros que os jogadores estão a encontrar. No nosso PC, felizmente não me deparei com muitos dos bugs de imagem ou crashes relatados, mas sim com oscilações severas a nível do desempenho. Em determinadas zonas o desempenho é bastante bom, mas por vezes este sofre quedas repentinas sem motivos aparentes. Detetei que há uma enorme sobrecarga a nível da CPU, que tem uma utilização enorme para um jogo single player, seria mais aceitável este tipo de utilização da CPU num jogo em mundo aberto.
De referir também, a compilação de shaders que é feita na primeira vez que se joga, ou quando existe uma troca de GPU ou drivers. É inaceitável que demore tanto tempo, no nosso PC demorou quase 1 hora, e temos relatos a referir que tiveram de esperar 2 horas, é mesmo uma espera angustiante. Outro pormenor evidente, são os tempos de carregamento mais demorados, muito superiores à versão PS5. Demora quase 1 minuto a carregar uma gravação a partir do menu inicial, coisa que na PS5 demora apenas 15 segundos. Algo não está bem com esta conversão para PC de The Last of Us Part I, e a própria Naughty Dog já sabe disso, estão a trabalhar para corrigir os problemas através de atualizações.
Funcionalidades DualSense e áudio 3D
Mas nem tudo é mau aqui, temos muitas das funcionalidades do original para a PlayStation 5, como todas as do DualSense e o áudio 3D de elevada qualidade a permitirem uma excelente imersão. Também temos a inclusão de tecnologias de redimensionamento de imagem, como FSR da AMD e DLSS da NVIDIA, que permitem extrair mais fotogramas em troca de uma pequena perda de qualidade de imagem, modo speedrun e morte permanente, e até os óbvios fotogramas desbloqueados. Uma nota positiva para as opções de configuração dos visuais, são variadíssimas e podemos adaptar o jogo da melhor forma às capacidades da nossa máquina.
A parte visual faz-me esquecer por momentos as diversas problemáticas a nível técnico aqui presentes. É verdadeiramente um trabalho fenomenal de se ver, muitas das cenas mais parecem retiradas de um filme. O que estava já impressionante na PlayStation 5 consegue agora patamares de qualidade de alto gabarito, está fenomenal mesmo. Pensava que a versão PS5 era a derradeira a nível visual, mas aqui no PC, a fasquia e colocada no topo da pirâmide. The Last of Us Part I PC é uma obra extraordinária a nível de qualidade visual, quando tudo funciona como deve ser.
À espera de atualizações
Pena mesmo os problemas técnicos relatados, esta conversão merecia um lançamento bem diferente, deveria ser o culminar da franquia e uma rampa de lançamento para o seu terceiro capítulo. É um tanto estranho que tenha sido lançado neste estado, chega a ser curioso saber o que terá acontecido. Retirando este grande entrave, The Last of Us Part I PC continua a ser uma obra obrigatória para quem nunca jogou o original e até para que ainda não deu o salto para este remake. Mas neste momento, recomendo a espera pelas atualizações prometidas pela Naughty Dog.
Prós: | Contras: |
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