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Jogámos The Last of Us Remastered, aqui estão as nossas impressões

A versão definitiva do melhor jogo da PS3?

The Last of Us foi considerado no final do ano passado como o melhor jogo aqui no Eurogamer, no seguimento, aliás, de uma aclamação mundial. Desde a construção e qualidade do argumento, até à jogabilidade, ambiente e trabalho dos actores que deram corpo e voz às personagens, com Ashley Johnson, a personagem Ellie no jogo, a ganhar um prémio Bafta, The Last of Us saltou imediatamente para o pináculo das melhores produções da PS3 e da geração anterior de plataformas.

The Last of Us foi provavelmente a última grande produção criada para a PS3, talvez seguida de perto por Gran Turismo 6, o jogo da Polyphony Digital, que tal como o da Naughty Dog, tirou todo o partido do sistema. Porém, à entrada para uma nova geração de plataformas e com a PS4 a proporcionar novos níveis de desenvolvimento, a Naughty Dog entendeu que este seria talvez o melhor momento para criar um The Last of Us definitivo, capaz de se ajustar à visão dos seus produtores, quer em termos gráficos, quer em termos de jogabilidade.

Daí o aparecimento desta versão remasterizada para a PS4, uma versão assente num novo motor e criada com base em ferramentas melhoradas. No entanto, esta transição e passo em frente em The Last of Us Remastered não se fez numa base de mera optimização, facilidade e aproveitamento do melhor que a PS4 pode oferecer. Esta versão remasterizada assentou num novo motor , com dificuldades em pôr a correr na nova plataforma um jogo da geração anterior. Dada a estrutura muito específica da PS3, os produtores encontraram dificuldades ao nível da iluminação, sombras, texturas, com muitos elementos completamente estragados. Foi necessário reescrever todas as cinemáticas e levar o grafismo aos 1080p a 60 fps.

A componente gráfica constitui a parte do jogo que mais foi modificada. A Naughty Dog optou por preservar a jogabilidade de modo não causar alterações na experiência deixada pelo jogo original, embora o DualShock da PS4 tenha permitido alguns ajustes, como o sistema de comandos, os "triggers", o altifalante instalado no comando, a luz para assinalar o estado de saúde da personagem e o "trackpad". Mas enquanto que a jogabilidade permanece muito semelhante ao original, o avanço gráfico trouxe também uma melhor fluidez. Uma vez que experimentamos apenas uma porção do jogo, falta saber se os 1080p e os 60 fps serão constantes ao longo da campanha e dos DLC's. A Naughty Dog já revelou que será possível jogar com as configurações do original, mas um comprador da versão PS4 do jogo pretende sobretudo desfrutar da melhor afinação.

A qualidade da nova imagem reflecte-se no aspecto geral do jogo, agora com mais produção e realismo. Mas também são os pequenos detalhes, que vamos descobrindo, a fazer a diferença. A água acumulada nas ruas revela pequenas ondas que se formam à passagem do vento. As chamas e labaredas nas explosões e fogos adquirem uma composição mais credível e a renderização desse apartado não dá sinais de abrandamento mesmo quando a acção assume um volume desproporcional.

"A qualidade da nova imagem reflecte-se no aspecto geral do jogo, agora com mais produção e realismo."

Os rostos das personagens, a pele, as suas roupas, as mochilas, os olhos, sobressaem imediatamente. As peles dos sofás e outros tecidos parecem reproduzidos ao mais pequeno detalhe. No interior de uma casa, destacamos uma estante com livros. Enquanto que anteriormente faltava alguma dimensão e o aspecto mais baço dava a sensação de que tudo se encontrava colado, como se fosse uma peça, agora é como se cada livro pudesse ser mexido e tocado, como se estivesse saliente. Em termos de iluminação e sombras, o jogo está impecável, sobretudo se nos encontramos num espaço recôndito com pouca luz artificial. Ainda assim, detectámos alguns pormenores que podiam estar melhor. Falta mais dimensão nalguns objectos e, numa longa fila de automóveis, as viaturas mais distantes oferecem um aspecto muito básico.

No final, só uma passagem pela campanha, pelo DLC Left Behind e outros modos de jogo disponibilizados gratuitamente nesta versão, nos permitirá aferir e obter uma impressão definitiva sobre a qualidade desta remasterização. Talvez esta seja uma produção que poderá dizer mais aos jogadores que ainda não experimentaram o original da PS3 e para aqueles que, mesmo tendo jogado, não compraram os conteúdos adicionais. Numa altura de menor movimento em termos de chegadas de jogos, The Last of Us Remastered ocupa aqui um papel importante, sobretudo enquanto produto capaz de gerar interesse, mas para uma companhia poderosa como a Naughty Dog, significa também uma aproximação mais rápida e acelerada para a sua base de trabalho para os próximos anos.

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