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The Rogue Prince of Persia The Second Act review - um passo na direção certa

A Ubisoft transformou o jogo por completo.

Crédito da imagem: Ubisoft | Evil Empire
A Ubisoft/Evil Empire ouviram as críticas e revolucionaram por completo The Rogue Prince of Persia, introduzindo uma série de novos conteúdos que tornam o jogo mais envolvente e estimulante.

The Rogue Prince of Persia, que tive o prazer de analisar em junho deste ano, é uma reviravolta curiosa à fórmula tradicional da saga, acrescentando um elemento roguelite que muito se adequa a este universo. Todavia, na altura em que escrevi a análise, apelidei o jogo de “esboço” e “demo glorificada”: o potencial estava lá, assim como os ingredientes fundamentais para um jogo Prince of Persia, mas a falta de conteúdos em muito denegriu a experiência, enfatizando ainda mais o seu fator repetitivo.

A Ubisoft e a Evil Empire parecem ter ouvido estas críticas por parte da comunidade e lançaram uma atualização que revitaliza por completo o jogo, incluindo o próprio grafismo, e introduz muitos conteúdos que tornam a experiência mais agradável.

The Rogue Prince of Persia 2.0

Admito que, numa fase inicial, apenas reparei nas alterações do design do príncipe: de um tom de pele cor-de-rosa e um look reminiscente a um desenho animado, passámos a um design mais realista que vai mais de encontro aos príncipes de jogos prévios. Mas as alterações estendem-se aos próprios cenários, que apresentam agora um nível de detalhe superior comparativamente à versão original do jogo. Esta camada extra de objetos e fundos parece conferir-lhe vida extra, sem nunca descartar o seu estilo visual peculiar com cores vivas e apelativas.

Basta conferires o vídeo abaixo para veres as diferenças visuais de The Rogue Prince of Persia por ti mesmo. Apesar do carácter subjetivo, é inegável que a Evil Empire usou estes meses extra para aprimorar os ambientes, com um nível de animação adicional que não estava de todo presente aquando da minha primeira análise.

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Se a versão de junho era apenas um esqueleto do jogo, esta já apresenta alguns músculos extra. A base é a mesma, claro: iremos percorrer vários ambientes, ultrapassar armadilhas, derrotar inimigos e enfrentar bosses à medida que tentamos salvar a Pérsia de uma invasão dos Huns. De cada vez que morremos, regressaremos ao Oasis (que funciona como uma espécie de hub) e teremos de recomeçar a nossa jornada.

Desta feita, no entanto, a Evil Empire adicionou uma vasta fornada de novos conteúdos que tornam a experiência muito mais prazerosa, imprevisível e estimulante. Por várias vezes dei por mim a questionar-me “Isto não estava no jogo original, pois não?”, e era exatamente isso que o jogo precisava.

De todas as vezes que morri – e foram várias, como se pode imaginar – e recomeçava tudo do zero, algo de novo acontecia: podia ser uma interação com uma personagem nova, um encontro com um boss, um novo bioma, diálogo, entre muitos outros. Num desses loops, ao percorrer o mapa, vi uma espécie de ritual macabro onde os Huns estavam a fazer experiências hediondas nos seus soldados; noutro, uma criança é raptada por uma criatura estranha; ou então deparas-te com alguém numa jaula e cabe-te a ti libertá-lo.

Nenhuma tentativa será igual à anterior

Não me recordo destes eventos no jogo original, mas uma coisa é certa: nenhuma “run” é igual à anterior, existe sempre algo entusiasmante a acontecer, e isso é imperativo num jogo como este, dando motivação extra para prosseguirmos. O jogo ostenta agora 9 biomas, 20 armas principais, seis ferramentas secundárias, quatro encontros com bosses, 50 medalhões e 24 desafios de travessia exclusivos.

Relativamente ao combate, este continua fluido como sempre, assim como a capacidade de trepar ou correr por paredes. Essas mecânicas já estavam muito bem-conseguidas no lançamento original do jogo, pelo que não necessitavam de grandes reformulações. Mesmo assim, era impossível não mencioná-las uma vez que se tratam de um dos pilares fundamentais que, apesar de simples e de serem facilmente compreensíveis, oferecem uma vasta gama de estratégias aos jogadores.

Novas adições entusiasmantes

Uma das maiores adições ao jogo é Vayu's Breath, uma mecânica que permite aos jogadores preencher um medidor (logo abaixo do da saúde) ao executar combos de wall-runs, esquivas e ataques. Quando o medidor estiver cheio, concede automaticamente ao príncipe uma explosão de velocidade (e, com os medalhões certos, dano melhorado) e, embora se esgote rapidamente, continuará a recarregar enquanto mantiveres o fluxo.

Por fim, resta-me mencionar Nyamtur, um novo NPC que pode ser encontrado na parte esquerda do mapa do Oasis. Esta é uma adição totalmente nova ao jogo e tem um objetivo muito específico: motivar-te a eliminar o máximo de inimigos possíveis.

Image credit: Ubisoft | Evil Empire

Existe uma grande variedade de Huns espalhados pelos diversos mapas, cada um deles com habilidades distintas: alguns possuem machados, outros disparam flechas, atiram bombas ou teletransportam-se para a tua posição. Através do Book of Heads, Nyamtur faz a contagem dos inimigos que mataste de cada espécie e, ao atingires certos valores, serás recompensado com itens importantes, incluindo Soul Cinders (a valiosa moeda do jogo).

Volto a frisar a banda sonora do jogo, à qual dei grande destaque na minha primeira análise; misturando sons orientais com batidas modernas fortes, ela é memorável, eletrizante e de tal maneira boa que imagino-me a ouvi-la no Spotify de forma regular. Criada por ASADI, confere Ravine's Sovereignity no vídeo abaixo, um dos temas principais do projeto.

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Conclusão

Este novo The Rogue Prince of Persia funciona como uma versão 2.0: pegando na base do jogo, aprimora tudo aquilo que foi já feito e adiciona uma vasta quantidade de novos conteúdos, diminuindo de forma considerável o fator repetitivo que está associado ao género roguelite. Tudo isto, aliado ao gameplay já de si viciante, torna a experiência muito mais consistente, e este foi um passo dado pela Evil Empire na direção certa. Espero que o jogo não fique por aqui e que o estúdio continue a apoiá-lo!

Prós: Contras:
  • O jogo ficou ainda mais belo
  • Mais bosses, biomas e mecânicas
  • Fator repetitivo diminuído
  • Combate simples mas desafiante
  • Banda-sonora divinal
  • Podia ter (ainda) mais conteúdo!

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