The Sims Medieval
Um novo rumo.
A franquia Os Sims tem-nos brindado com muitas e múltiplas entregas, mantendo os fãs sempre ocupados e satisfeitos com o trabalho realizado para os lados do The Sims Studio. Desta vez a equipa decidiu envergar por um caminho algo diferente e experimentar algumas modificações à mecânica de jogo que tem sido abraçada até então. Mas os pontos fundamentais desta série continuam intocáveis, havendo sim um adicionar de conceitos e de alguns mecanismos para melhor se adaptar a um jogo que foge um pouco aos seus antecessores.
Nesta nova entrega, The Sims Medieval, assumimos o papel de um Deus, que tem ao seu dispor Heróis para realizar os seus desígnios terrestres. Inicialmente controlamos um Monarca, que possui os seus súbditos, cabendo a nós controlar e expandir um Reino. Ao longo do jogo iremos ter novos Heróis, Mágicos, Espiões, Padres, Ferreiros, Médicos, Cavaleiros, Comerciantes, e até Poetas. O jogo roda em torno das já nossas conhecidas Ambições e também das Quests, ao bom estilo de um jogo RPG. Quando iniciamos um novo jogo temos que escolher uma ambição, e posteriormente completar as Quests que são escolhidas por nós antes de entrarmos para o terreno de jogo. Há que observar em que condições se encontra o nosso Reino, saber das suas necessidades, para escolher a Quest que irá melhorar o campo mais debilitado. O Reino assenta em quatro pilares, Bem-estar, Segurança, Cultura e Conhecimento, sendo estes pilares influenciados pela Quest que escolhemos completar.
Inicialmente temos apenas uma Ambição disponível, estão disponíveis treze que vão sendo desbloqueadas. A maneira como jogamos irá ditar quais serão as seguintes Ambições a serem desbloqueadas. Na primeira, que é uma introdução e tutorial ao jogo, temos que povoar o nosso Reino, desbloquear novos edifícios, e assim aumentar o número de súbditos. Ao longo do jogo/jornada são-nos atribuídas Quests que têm variadíssimas tarefas a serem cumpridas, para avançar na campanha. As Quests fazem com que vagueemos pelo Reino, temos que nos deslocar aos respectivos locais para cumprir o que nos é pedido. É na navegação pelo terreno de jogo que encontrei alguns problemas de controlo da câmara, não é a mais intuitiva possível, muitas vezes ficámos com objectos a tapar a visão, estes teimam em não ficar invisíveis, muito irritante.
É claro que no início temos a possibilidade de personalizar o nosso Monarca, e posteriormente os outros Heróis, seja a sua aparência física e também a sua vestimenta. O aspecto visual pode ser alterado ao longo do jogo, para tal basta dirigirmo-nos ao guarda-roupa e criar novos designs ao nosso gosto. É também aqui que escolhemos três traços para a personalidade do primeiro Sim, dois deles positivos e um negativo. Estes traços vão ditar o comportamento do personagem no jogo, sendo mais um parâmetro que condiciona o desenrolar dos acontecimentos. Por exemplo, se o nosso Sim sofrer de insónias, não irá dormir tantas horas seguidas, ficando mais cansado e até poderá adormecer quando menos esperamos.
O jogo distancia-se um pouco dos seus antecessores, sobretudo na sua mecânica, estratégia e critérios. Posso afirmar que está mais inclinado para uma jogabilidade ao estilo de um RPG, onde temos Quests e tarefas a completar, que posteriormente nos irão atribuir pontos de experiência. Após completarmos a Quest em questão, temos a possibilidade de utilizar os pontos adquiridos (Resources Points) na construção de novos edifícios. Muitos dos novos edifícios, como o Mercado, exigem a presença de um novo Herói, podemos escolher um com um aspecto visual ao nosso gosto ou colocar um já predefinido. Com a aparição de mais Heróis, surgem também determinadas Quests que apenas poderão ser completadas com o seu respectivo herói, dando assim ao jogo uma maior variedade na sua jogabilidade, não estamos cingidos em apenas controlar o Monarca. Notar que ao longo do jogo podemos jogar mais do que uma vez com um dos Heróis, depende sempre da Quest escolhida.
Em relação aos edifícios, também existem diferenças no que toca à sua personalização, desta vez não podemos alterar a sua estrutura básica, apenas podemos mudar a estética e disposição dos interiores, temos até a possibilidade de configurar ao nosso gosto muitos dos objectos, seja a sua cor, padrões, etc.. Nota-se que a limitação introduzida na estrutura dos edifícios é propositada, pois o jogo foca-se mais na expansão, exploração, e gestão do Reino, e menos nas tarefas mais básicas. É claro que continuamos a poder adquirir uma enorme quantidade de objectos, seja mobília, novas iluminações, e muito mais.
As pequenas tarefas diárias não desapareceram por completo, já que continuamos a ter que dormir, preparar uma refeição, tomar banho, socializar, etc.. Mas é claro, quando jogamos com o Monarca, temos empregados que atendem aos nossos pedidos, como prepararem-nos refeições ou dar-nos conselhos. Aliás, conforme vamos avançando no jogo, vamos constatando a importância dos nossos conselheiros, e dos restantes cidadãos do Reino, estes são cruciais para o cumprimento das tarefas e respectivas Quests.