The Wizards Enhanced Edition - Análise - Poder nas tuas mãos
Uma jornada repleta de fantasia.
Se sempre sonhaste em ser feiticeiro e ter a capacidade de conjurar uma série de poderes usando as tuas mãos, então The Wizards: Enhanced Edition para a realidade virtual é um título que deverás, então, experimentar.
Tal como o nome indica, irás interpretar o papel de um feiticeiro - uma espécie de Merlim, ao invés de um Harry Potter - e percorrer os mais diversos locais de um mundo fantástico repleto de monstros, combates, segredos, passagens secretas e até mesmo alguns puzzles em determinados pontos da história.
O verdadeiro foco de The Wizards está no gameplay do jogo, mais propriamente nos diferentes feitiços que vais aprendendo ao longo do caminho fazendo gestos específicos com as tuas mãos: podes criar um escudo, uma bola de fogo, um arco e flecha, lançar raios eléctricos, criar uma bola explosiva de energia ou ainda produzir e lançar uma série de cristais contra os teus inimigos. Podem parecer poucos feitiços mas garanto-te que são mais do que o suficiente: no meu caso, ganhei um gosto especial pelas bolas de fogo pelo simples facto de serem práticas e rápidas, usando os outros com menos frequência.
O verdadeiro foco de The Wizards está no gameplay do jogo.
De qualquer das formas, é realmente divertido executar todos estes poderes e lançá-los contra os teus inimigos ou peças do cenário - já pode parecer um pouco redundante e cliché por esta altura, mas com os comandos Move e a vibração que os mesmos produzem, ficas mesmo com a sensação de que tens um qualquer poder mágico a residir dentro de ti.
No entanto, isto também trás ao de cima a minha maior problemática com o jogo - nomeadamente, o tracking nem sempre funcional dos movimentos das tuas mãos, algo que detectei com uma frequência particularmente superior nos momentos de mais acção do título.
Por exemplo, activas o arco e flecha fazendo um movimento com os braços em que cruzas os comandos à tua frente. Até aqui, nada a apontar. No entanto, quando tentas depois mirar, o arco parece ganhar vida própria, recusando-se a comportar da forma como pretendes e de acordo com os teus movimentos.
Algo semelhante aconteceu-me também com bastante frequência numa parte posterior do jogo onde terás de usar umas lanças mágicas que te permitem eliminar uns detestáveis inimigos voadores. Activar a lança é simples mas lançá-la é um verdadeiro bico-de-obra. Tentei fazê-lo devagar, tentei fazê-lo com força, tentei executar movimentos mais longos ou mais curtos com o meu braço, obtendo resultados mistos: ora funcionava, ora não funcionava.
Pelo que me apercebi, o tracking é especialmente pior quando não estás directamente voltado para a câmara do Playstation VR - no entanto, devido à própria natureza do jogo, isso nem sempre é possível, especialmente quando estás a ser atacado por inimigos por todos os lados e precisas de te virar.
Este foi o meu grande problema com o jogo já que, em muitos outros aspectos, o mesmo faz um trabalho exemplar e verdadeiramente fenomenal. Tomemos os gráficos como exemplo: irás percorrer fabulosas florestas, montanhas desérticas, castelos em ruínas, catacumbas assustadoras, minas claustrofóbicas, catedrais imponentes e uma série de outros locais.
Existe, realmente, uma grande variedade de locais cuja imersão é palpante.
Existe, realmente, uma grande variedade de locais cuja imersão é palpante e dei por mim em mais do que um caso a olhar em meu redor para observar toda a arquitectura do jogo. É realmente um dos jogos mais belos que pude experimentar - e, felizmente, o jogo cria constantemente novas situações / desafios / mecânicas que amenizam um pouco o seu factor repetitivo: chegar a uma arena, derrotar os inimigos, prosseguir e repetir.
Tens, por exemplo, uns simples mas interessantes puzzles que envolvem uma série de portas; uma secção deveras interessante onde tens de levar uma arma eléctrica ao longo de uns carris à medida que vais combatendo uma série de inimigos, tendo sempre cuidado para não a deixar descair; e ainda boss fights estranhamente criativas - existe uma particularmente divertida onde zonas específicas do chão ficam em chamas, obrigando-te a fugir constantemente de um lado para o outro.
Estamos perante uma aventura que te faz sentir como se fosses a pessoa mais poderosa deste mundo.
É evidente que muito esforço e dedicação foi depositado em The Wizards, tornando-o numa das experiências mais interessantes que joguei nos últimos tempos na realidade virtual. O jogo não é propriamente grande e poderás completá-lo em meia dúzia de horas (mediante a tua preocupação em conseguir uma maior pontuação ou em encontrar Fairy Shards escondidas em todos os níveis) mas, para equilibrar o panorama, o jogo compensa em personalidade e carisma, em grande parte pela actuação fabulosa e hilariante do narrador do jogo. Caso estejas a achar o jogo demasiado fácil ou difícil, podes também manipular a dificuldade do mesmo activando umas cartas no hub principal.
Tal como disse anteriormente, aquilo que pode demover os jogadores são os controlos por vezes desajeitados e frequentemente não responsivos. É absolutamente insatisfatório veres inimigos a aproximarem-te de ti para o escudo te falhar no momento que mais precisavas, deixando-te completamente vulnerável a ataques. Colocando isso de parte, estamos perante uma aventura imensamente divertida que, por momentos, te faz sentir como se fosses a pessoa mais poderosa deste mundo. A meu ver, se um jogo consegue fazer-te sentir isso, então é porque está a fazer alguma coisa da forma correcta.
Os controlos são por vezes desajeitados e frequentemente não responsivos.
Existe realmente muito para apreciar neste título e considero The Wizards uma aquisição muito bem-vinda ao catálogo do PSVR, diferente de tudo aquilo que o dispositivo tem para oferecer neste momento. Se gostas de mundos fantásticos, repletos de magia e pura fantasia, então este é um título que te aconselho vivamente a experimentar.
Prós: | Contras: |
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