The Wonderful 101 - Análise
Mão cheia de ação!
As secções a bordo de veículos funcionam como alternativa à progressão terrestre e oferecem grandes momentos de combate e intensidade visual. Haverá muitos inimigos para combater, mísseis para desviar, quase sempre em sequências alucinantes de grande ritmo visual e fortes efeitos de luz e cor.
A equipa de Kamiya não esqueceu o conceito de jogabilidade assimétrica. Em certas passagens da campanha, o grupo de super heróis terá que entrar para zonas interiores. Nesse momento o ecrã do televisor pede para que sigam a acção a partir do ecrã montado no ecrã táctil do GamePad. Comandar o grupo a partir do interior de um espaço montado num estádio de baseball é assim uma novidade e uma função da jogabilidade que penetra já no capítulo dos muitos puzzles que povoam a experiência. Entre as mecânicas solicitadas terão que, por exemplo, unir a equipa para uma pistola e acertar em específicos alvos para que as portas se abram. Outra vez estarão dentro de um labirinto, tendo um tempo limite para derrotar os adversários e ainda haverá um mini-jogo estilo black-jack. A jogabilidade não é tão precisa, nestes eventos, como acontece em campo aberto, mais ainda assim denota cuidado e intenção dos produtores em aproveitarem, de forma inteligente, a interface do GamePad para acrescentar mais diversidade aos puzzles. Mérito por isso.
Embora não sendo tão explícitas como aconteceu em Bayonetta relativamente à Sega, também encontramos algumas sequências que podemos considerar como homenagem a clássicos da Nintendo, especialmente os jogos Super Mario. Há uma parte onde terão que saltar sobre plataformas que caem imediatamente assim que as pisámos, lembrando algumas grelhas deslizantes de Super Mario Galaxy e também há uma batalha contra uma criatura robótica gigante onde nos encontramos sobre o que parece ser um cogumelo, sendo visíveis algumas semelhanças com a batalha final de Bowser em Super Mario Galaxy 2.
Como modo alternativo à campanha individual, até 5 jogadores podem participar nas Wonderful Missions, missões que funcionam como multiplayer local. Um jogador comanda através do GamePad e os restantes quatro comandam os seus grupos a partir dos comandos Wii U Pro Controller (não é possível usar os Wii remote). Nestas missões os jogadores competem de forma cooperativa visando a melhor pontuação, derrotando os inimigos que chegam em vagas. O número máximo de super heróis em presença é de 100, o que significa que se jogarem cinco jogadores, o número total de personagens divide-se em 5 grupos de 20. A dificuldade é maior ou menor de acordo com o número de jogadores ligados. É um modo que vale sobretudo pela estrutura multiplayer. Focando-se no "score atack", funciona bem como alternativa à campanha, cumprindo bem o seu propósito de diversão em colectivo.
A banda sonora de dimensão orquestral (ainda que sintética e não ao vivo) favorece a dimensão épica e o forte ritmo de jogo, ajustando-se bem ao ritmo de eventos. Nalguns momentos é notória a repetição de certos temas, mas de um modo geral proporciona uma boa sensação auditiva, conciliando-se bem com a acção constante e frenética, especialmente durante as boss fights, quando os sub woofers mais estremecem e os ritmos são mais variados.
É impossível não pensar em Bayonetta enquanto jogamos The Wonderful 101, especialmente nas sequencias épicas e bombardeamentos constantes de inimigos e criaturas desafiantes. Mas é no seu design e conceito de 100 super heróis em actuação conjunta que encontramos o ponto de partida para uma experiência diferente e que melhora a partir do GamePad, com mecânicas altamente exclusivas. Independentemente de ter sido desenvolvida a pensar no ecrã táctil ou não, a experiência que daqui resulta mantém o foco na acção e em sequências de grande destreza técnica. Dos 100 super heróis que vão encontrar, sete podem merecer a figura de cabeças de cartaz, mas só o grupo, unido, pode atingir as condições ideais para salvar a terra deste massivo ataque lançado pelos alienígenas Geathjerk. Se lograrem o objectivo, ficam com o jogo para a vida.