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Thor: God of Thunder

Martelo de S. João.

As personagens mantêm-se inexpressivas, pouco trabalhadas em aspecto e dimensão, reduzidas a um mínimo de actos, mais parecendo marionetas, movimentando-se de forma previsível. Desprovidas de carisma tal como os cenários e arenas de combate. Vazios que se sucedem de forma constante, sem nenhum interesse.

Assim e perante isto, quando se pensava que o esquema de jogabilidade poderia salvar o dia, eis que uma nova martelada afasta quaisquer esperanças. Os segmentos iniciais pretendem estabelecer uma imediata adaptação às combinações e poderes específicos da personagem. No entanto e não obstante a satisfatória quantidade de golpes em presença – muitos desbloqueáveis à medida que evoluem e descobrem objectos que aumentam a capacidade de saúde e de efeitos especiais – certo é que a execução é por vezes meramente impossível de atingir, sobretudo as longas complicadas combinações em virtude da péssima movimentação e "timming" da personagem.

Para piorar, por vezes é inexistente a sensação de se atingir devidamente o adversário, com movimentações escusadas da câmara automática que só dificultam a observação para o terreno de combate. Por outro lado os golpes especiais detêm animações fracas e não há aquela sensação de poder e capacidade devastadoras como são conhecidas noutras propostas, momentos que tendem a funcionar como um equilíbrio de forças nos combates contra criaturas de grandes dimensões e que aqui não alcançam um mínimo satisfatório desse efeito.

Existe uma hipótese para conjugar as tradicionais combinações com poderes especiais formados a partir de uma série de elementos que podem ser objecto de evolução e alteração em qualquer momento de combate, mas com uma execução e realização que está longe de surpreender. No final, esta ausência de espectacularidade significa que os adversários podem ser derrotados da mesma forma, sem qualquer compromisso entre domínio dos golpes tradicionais e estocadas finais.

Thor: God of Thunder é um jogo a evitar. A única utilidade que se lhe pode apontar será mais um firme para contributo para a tese sobejamente conhecida de que jogos fabricados a partir de filmes acabam mal. Apesar da renovação constante do argumento, os editores continuam convencidos (e talvez validados pela incúria de certos jogadores) que basta pôr um nome de um filme na capa de um jogo para vender alguma coisa. O resultado é este: um jogo sem qualquer identidade, mal realizado, pobre em argumento e sem novidade nas soluções em termos de jogabilidade.

3 / 10

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