TNA Impact!
Músculos suados, quedas aparatosas na madeira mole e festival ao redor. O impacto da luta livre!
Contudo, há um senão que teima em persistir nos combates mais disputados e que pode deitar tudo a perder de forma frustrante. São pequenas falhas na animação que nos levam por exemplo a dar um soco no ar quando o adversário está no seguimento. Acontece ainda que o lutador está na ponta do palco e ao preparar um golpe de ataque ou queda sobre o adversário, incompreensivelmente, foge do estrado por ser utilizado o mesmo botão da evasão. São algumas falhas que prejudicam a jogabilidade e apesar de terem menos impacto nos combates em rede, prejudicam a sério no desenrolar do modo história quando chegam os confrontos onde a margem para falha é escassíssima.
Entre as principais técnicas de ataque estão as submissions, técnicas que fogem à vulgaridade dos combos e levam o jogador a pressionar uma correcta sequência de botões antes do adversário de modo a afectar a resistência dos braços, tronco e pernas. Mas completar um combate à beira do fim é o apogeu. Assim que o medidor impact estiver preenchido o lutador deverá recorrer com urgência a um movimento final, do tipo Mortal Kombat, para deixar o adversário praticamente desfalecido, sem reacção. Este tipo de acções adequa-se ao género, principalmente os ataques finais, acompanhados por uma pausa na acção e perspectiva cinematográfica numa tentativa de surpreender o momento. Infelizmente os movimentos são limitados e tendem a repetir-se na forma de liquidar o adversário.
O modo história representa um dos pratos fortes do jogo mercê a amplitude do editor de personagem que nos permite criar um atleta de todas as formas, mais ou menos vestido, gordo ou musculado, com ou sem barba e com os típicos acessórios ao pescoço, braços e pernas. Sem grandes concessões, o modo história leva-nos a acompanhar o périplo de um lutador chamado Suicide, que por não pactuar com malta severa num combate que deveria perder, desancaram-lhe tanto que teve de ser reconstruído facialmente numa clínica algures no México. Daqui para a frente o objectivo é começar por baixo, passeando por cidades e palcos menos cotados até atingir o pico da TNA para vingar e humilhar os lutadores que o deixaram esvaído em sangue e às portas da morte. Cumpre-se satisfatoriamente o périplo mas depois da surpresa inicial há uma elevada repetição nos combates, e os ataques que vamos adicionando à personagem já são conhecidos do modo Exhibition.
No entanto há mais modos de jogo para descobrir e um deles com particular função é o Ultimate X, um desafio que obriga os jogadores a treparem por umas cordas superiores até chegarem ao meio e arrancarem um grande símbolo X. Em baixo os adversários mordem como jacarés pelo que convém erguer as pernas para escapar às investidas e depois pressionar no tempo certo o botão para agarrar.
Mas é na presença de mais amigos ou ligado à rede que os combates proporcionam outro divertimento. Desde os típicos um contra um até ao tag team, alternativas para explorar em conjunto não faltam. Há ainda o King of the Mountain e os jogos Fatal Four Way, que tendem a destacar mais confusão no palco, mistura de movimentos e reviravoltas no resultado. Mesmo assim tendem a aparecer combates com apreciável lag. Por várias vezes um golpe mais que certo era interrompido pelo adversário não havendo forma de lhe causar dano.
TNA chega ao mercado como um jogo de luta livre preparado para ombrear com os melhores do género. Os lutadores exibem uma modelização soberba, com grandes destaques e pormenores que denotam um elevado realismo enquanto que a luta em palco é fluida e sem quebras na animação. Porém as maiores falham residem na jogabilidade com alguns defeitos na execução dos movimentos que deixam muitas partidas à beira da frustração. O modo história, apesar de levar o jogador a combater por diversos ringues e espaços do planeta, com recurso a uma personagem totalmente editada não chega a cativar pela surpresa e pode até tornar-se esgotante “cumprir calendário”. O melhor radica nos combates multiplayer, com amigos ou em rede, desfrutando do conjunto de jogos e variedade de desafios que estão à disposição.
E lutadores para controlar são às dezenas, mais de 25. Desde Kurt Angle, Homicide, Jay Lethal, Samoa Joe e A. J. Styles, é só escolher. E com estes homens musculados adaptados a formato videojogo não tenho a certeza se os movimentos radicais são só para a galhofa. A pancadaria é mesmo violenta e mais que dar gosto vê-la em modo festivaleiro, tem piada dar um golpe de cotovelo, depois de um voo picado, em cheio no lombo de um adversário atordoado. Partiu-o todo! He,he!