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Tomb Raider - Antevisão

O renascer de um ícone.

Existem muitos motivos possíveis para um "reboot" de uma série. Ou porque já não há muito para desenvolver em termos narrativos, ou porque a série começa a cansar, ou talvez até porque algo correu mal ao longo do caminho e é necessário um recomeço para voltar às luzes de outrora.

Neste caso, voltar às origens de uma série tão aclamada, e principalmente uma protagonista tão adorada como é Lara Croft tem um risco particular. Nunca que nós "gamers" soubemos exatamente como Lara desenvolveu as aptidões que já evidenciava no primeiro jogo, como se tornara a caçadora de tesouros que é, um exemplo de coragem e perseverança que marcou para sempre a história das personagens nos videojogos.

Sinceramente na altura também não julgávamos necessário, Lara era Lara, e a sua motivação pela descoberta era tudo o que precisávamos para "vestir" a sua pele, e mergulhar nas maiores aventuras. A questão é que hoje vivemos em tempos diferentes, e uma personagem como Lara exige uma maior caracterização, mais background, e mais profundidade.

Este é exatamente o objetivo principal deste "reboot", explicar ao mundo dos "gamers", como a personalidade de uma jovem e bela rapariga se desenvolveu até ao ponto de se tornar o ícone que todos conhecemos. Durante a minha curta experiência no stand da Square Enix na E3, tive a possibilidade de ver uma demonstração do jogo com explicações dos produtores, e depois estive à conversa com Noah Hughes, responsável pela direção criativa deste novo projeto, e que deixou bem clara a vontade de abordar Tomb Raider de uma forma fresca, e adaptada aos tempos modernos.

"Antes sequer de decidirmos fazer um Reboot completo à série, sabíamos que era necessária uma abordagem fresca ao jogo, de forma a captar a atenção dos fãs e faze-los ver que este era um Tomb Raider para uma geração moderna. Então começar por contar a forma como Lara se tornou numa "Tomb Raider" era uma ótima forma de fazer isso mesmo."

A demonstração no stand da E3 não era muito extensa, e conseguiu em poucos minutos me surpreender, mas também me dececionar um pouco, ainda que admita que a minha expectativa estivesse mais alta do que normalmente acontece, estamos a falar de Tomb Raider afinal. Mas vamos por partes.

A primeira vantagem de retratar o "ano zero" de uma série ou de uma personagem é o aumento imediato da sua abrangência. Torna-se imediatamente nostálgico para os fãs tradicionais que querem conhecer as origens da sua heroína, e torna-se mais acessível para os novos jogadores, que inclusive terão uma vontade natural de conhecer os outros jogos da série no caso de gostarem deste.

Lara espalhou charme e furor em Los Angeles.

Vemos assim ao mesmo tempo uma Lara que continua familiar, mas que ao mesmo tempo aparenta umas fragilidades que nunca antes vimos nela. Durante a demonstração, houve um segmento onde depois de uma cena onde ela escapa ferida, a vemos respirar de forma ofegante, perto mesmo das lágrimas e do desespero, transmitindo emoção de uma forma fantástica, uma Lara débil e instável que nunca julguei ver um dia.

Mas claro, esta Lara jovem e inexperiente tem já algo dentro de si que a faz andar em frente com a tal perseverança que comecei por falar, existe já dentro dela a força e a coragem que farão dela uma lenda. Depois de várias quedas, depois de apanhada por uma armadilha que lhe lacera uma perna e depois mesmo de se ver perto da morte às mãos de semelhantes cuja identidade não convém revelar, ela continua como se nada fosse.