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Too Human

Ambição ou perdição dos deuses nórdicos?

Deuses nórdicos e tecnologia avançada não é propriamente a combinação que mais facilmente nos vem à cabeça, mas é aquilo que Too Human nos oferece. Um jogo que se deixou envolver em demasiada controvérsia, demais para o seu gosto, e que poderá pagar por isso mesmo uma factura elevada. Até porque os jogos não devem ser avaliados pela quantidade de noticias que conseguem criar na sua fase de desenvolvimento mas sim por aquilo que oferecem após o seu lançamento.

A demo de Too Human finalmente chegou, surge no dia em que a Microsoft deu a sua conferência na E3 e por grande coincidência, vai quase de encontro às palavras que Ben Mattes usou para falar sobre o facto de uma demo para Prince of Persia não estar planeada. Mattes comentou que por vezes uma demo faz mais mal do que bem a um jogo, e tal pode ser o caso de Too Human. Uma demo tem como função dar uma amostra de um jogo, e não é que esta não o faça, mas por vezes um pequeno segmento pode não ser o mais indicado face ao total potencial de um jogo. Até testar a versão completa de Too Human não poderemos saber até que ponto se encaixa nesta situação, mas por enquanto tal parece servir-lhe bem.

Too Human é um RPG de acção, com contornos de ficção científica, algo fortemente assinalado na sequência que dá início à demo. Longe dos deuses nórdicos que imaginamos, aqui as barbas são colocadas de lado dando lugar a engenhos revolucionários, armas tecnológicas de alto calibre e armaduras futuristas. Deuses envergando espadas e armas de fogo enfrentam monstros mecânicos para impedir que a humanidade seja destruída. Esta é a premissa de Too Human, jogo que por vezes se deixa envolver num belo tom cinematográfico mas que não parece ser o suficiente para completamente agradar.

Antes de iniciar a demo, temos ainda a possibilidade de visualizar as classes que irão estar disponíveis no jogo final, mas aqui apenas uma está desbloqueada. Cada classe terá os seus atributos específicos e cada uma irá desenvolver de forma diferente. O desenvolvimento das personagens parece ser uma das características das quais a Silicon Knights mais se orgulha mas na demo apenas podemos ter uma pequena percepção de como irá funcionar.

Após a introdução, tomamos controlo de Baldur e será imediatamente aqui que as opinião se irão dividir. O esquema de controlos é bastante diferente do habitual num jogo deste género, e se bem que implementado, existe uma característica que não irá agradar a todos. Para atacar é usado o analógico direito, enquanto que o esquerdo movimenta a personagem, e devemos mover o analógico na direcção pretendida para que Baldur ataque o inimigo. Longe de serem maus, os comandos conseguem dividir entre uma boa sensação de dinamismo e um certo desconforto. Talvez com mais prática tal seja resolvido mas por entre animações duras e algo mecânicas, o sistema de combate fica desde logo marcado como uma das suas principais características, quer se goste quer não.