Too Human
Deuses nórdicos versão ficção científica.
Too Human é um RPG de acção que usa o analógico direito para os ataques. Este esquema pode parecer confuso inicialmente, especialmente aliado à camera, mas com o hábito ficam perante um esquema que substitui o martelar frenético do mesmo botão, que poderia tornar o jogo numa espécie de hack and slash, e que se torna tanto agradável quanto intuitivo. Existem vários golpes a aplicar e basta pressionar o analógico na direcção do inimigo que Baldur avança na sua direcção e ataca-o. Isto faz com que as batalhas decorram a grande ritmo e quando estão a atacar um inimigo, podem carregar na direcção de outro que o personagem move-se rapidamente e ataca-o. Funciona muito melhor do que inicialmente deixa transpor.
Como estes deuses não são propriamente aqueles que tantas vezes se fala, Baldur pode usar armas de fogo, bastante úteis para ataques a longo alcance. Bastante fáceis de usar, servem na perfeição para encadearem alguns combos que resultam de bela forma.
Uma vez que estamos perante um RPG, não podiam faltar os tradicionais melhoramentos de personagem que nos permitem melhorar diversos atributos. Logo no inicio do jogo vão poder optar entre várias classes diferentes, cada uma com os seus pontos fortes e pontos fracos. Ao subir de nível podemos atribuir os pontos obtidos a uma habilidade, que após atingir o nível necessário desbloqueia novas habilidades. A árvore de habilidades, local onde atribuímos os pontos ganhos, apresenta diferentes opções consoante as classes e oferece 3 linhas diferentes. Muito para ocupar o tempo de quem gosta de testar ao pormenor todas as possibilidades.
Para além destas habilidades, temos ainda a opção de criar armas e armaduras, graças aos blueprints que apanhamos no decorrer do jogo. Também podemos comprar ou obter runes que melhoram os nossos atributos, basta adicionar a uma arma ou armadura e ainda temos as charm quests.
Equipando um charm, precisamos de realizar a tarefa pedida, como matar certo número de inimigos, e após preenchidos com as devidas runes, o charm fica completo e mais poderoso. Capaz de oferecer boas habilidade de suporte. Existem várias tarefas adicionais relacionadas com os charms e até conseguirem os mais poderosos vão precisar de jogar muito.
Tudo isto perante um jogo que leva cerca de 12 a 14 horas a terminar. Pouco para um RPG é certo mas se decidirem explorar mais e tentarem obter tudo o que podem obter, Too Human pode facilmente ultrapassar as 40 horas de jogo e mesmo assim, não se admirem se passado este tempo ainda não tiverem desbloqueado todas as conquistas de jogador. Para os mais decididos, nem sequer 100 horas vão ser suficientes para adquirir os items e armas mais poderosos mas se paciência vai existir para cumprir tal, isso já dependerá de cada um.
Facilmente Too Human conseguiu apresentar argumentos que me levaram a manter o gosto até ao final e mesmo após completarem a história, a sensação não é a de que terminamos mas sim a de que ainda há muito para fazer. O jogo tem bom valor de repetição e só temos pena que o jogo seja quase obrigado a pedir que gostemos dele quando poderia ser de outra forma.
Em último caso, o benefício da dúvida deve ser dado à Silicon Knights e devemos respeitar as suas decisões que os levaram a tentar algo diferente. Pesando na balança todos os problemas que não conseguiram evitar e que impedem o jogo de ser ainda melhor, Too Human consegue aguentar-se e poderá até mesmo surpreender alguns.