Total War Battles: Kingdom - O jogo que me levará de volta à estratégia?
Com cross-platform poderá tornar-se viciante.
Durante o dia de hoje tive a oportunidade de poder voltar a um gênero de jogo que abandonei há alguns anos, os jogos de estratégia em tempo real. Sempre fui viciado em jogos como The Settlers. Por esta razão, foi com um enorme prazer que peguei em Total War Battles: Kingdom, o novo jogo de estratégia em tempo real dos estúdios Creative Assembly. A apresentação do jogo teve lugar no British Museum, em Londres, que permitiu criar o ambiente perfeito e transportar-nos para o décimo século, em Inglaterra.
Durante o evento, onde também já se falou da comemoração dos 15 anos da série Total War, que se cumprirão no próximo ano, estiveram presentes mais alguns jogos do estúdio, nomeadamente o já anunciado Total War: Attila, a expansão Wrath of Sparta para Total War: Rome II, bem como Total War Arena. Ainda houve uma surpresa no final, mas sobre isso apenas podemos falar em maio 2015. Acreditem, um segredo muito bem guardado, mas que muitos ficarão super contentes com o que aí vem.
Total War Battles: Kingdom está a ser produzido por uma equipa mais pequena, separada das restantes, que evoluiu desde a criação do primeiro jogo Battles Shogun. Agora são 20 funcionários em força para poder entregar um dos primeiros jogos em tempo real, num universo persistente, do estúdio. Este Battles será cross-platform, o que significa que iremos poder jogar no PC, Mac, sistemas iOS e Android. Esta é a funcionalidade que mais me cativou, e que o poderá levar para um patamar de excelência no seu gênero.
O jogo está construído tendo em mente o cross-platform, pois diversas ações visam podermos aceder ao jogo horas depois de termos iniciado algo, como uma construção, ou quando colocamos um trabalhador em busca de minério. Ou seja, cada ação leva diversas horas a ser completada. Imaginem que poderão ir em busca de ouro, mas apenas daqui a oito horas é que está terminado o trabalho. Agora já estamos fora de casa, no nosso emprego real, e precisamos desse ouro para construir algo. Então basta irmos a um tablet ou smartphone, aceder ao jogo e voltar a jogar, pois tudo acontece de forma persistente.
"Kingdom será muito dinâmico, onde as estações pintam os cenários com os seus ambientes específicos."
O mesmo se passa com os ciclos de dia e noite, estações e até crescimento de árvores, bem como acontecimentos meteorográficos. Imaginem que o reino que constroem está à beira de um rio. Se não tivermos cuidado em construir proteções, como diques, se chover muito a cidade poderá ficar inundada e destruir propriedades, como casas e plantações. Assim, temos que ter cuidado na forma como construímos o nosso reino, podendo pelo caminho elevar e baixar o terreno à nossa volta. Com esta ferramenta de criação e edição podemos descer o terreno para criar rios e baias, que serão depois usadas para a pesca ou como bloqueio geológico. Não esquecer que todo este trabalho dura horas para completar, e requer sempre determinado número de minério, prata, madeira, etc.
Diferente de um Total War mais clássico, Kingdom recria um cenário de jogo mais pautado, mais próximo dos acontecimentos e com um design onde as construções são mais parecidas com jogos como o já referido The Settlers. Aqui os edifícios são mais "gordos", detalhados e poderão sofrer upgrades técnicos e estéticos. Gostei particularmente da opção de construir muros ou muralhas em volta de cada edifício.
Kingdom joga-se como qualquer outro jogo do gênero. Temos que cortar árvores para obter a preciosa madeira para construções, bem como podemos adquirir ouro, prata e claro comida, vinda das quintas. Sendo um free-to-play, basear-se-á nas microtransações, nomeadamente na compra de ouro virtual, que é a principal moeda de troca. Por exemplo, se tivermos muito ouro, podemos dentro do jogo trocar por prata, sendo esta também usada para construções.
A evolução do nosso reino é feita de forma persistente, em conjunto com todos os reinos existentes no servidor que estamos a jogar. Por essa razão o jogo será muito dinâmico, onde as estações pintam os cenários com os seus ambientes específicos. No inverno os rios poderão congelar, abrindo uma nova linha de entrada para o reino. Como podemos replantar árvores o reino será sempre aquilo que quisermos em termos estéticos.
Podemos criar o nosso próprio reino, e evoluímos de forma persistente perante outros jogadores. As batalhas, chamadas de Rapid Fire PvP Battles, com outros reinos serão muito rápidas, algo como 3 minutos na sua maioria, chegando, talvez, a 6 minutos. Aqui temos um papel direto na ação e por isso são batalhas rápidas, podendo ser travadas em qualquer dos dispositivos que temos acesso ao jogo.
Em termos de personalização de cada reino as opções ainda são poucas. Podemos escolher apenas se somos homem ou mulher e o emblema ou estandarte que iremos ostentar. Os servidores serão globais, sendo que na Europa teremos para já um, dois nos EUA e um para o mercado asiático.
Total War Battles: Kingdom deverá entrar em breve em beta fechada, por isso se quiserem já começar a construir o vosso reino poderão aceder ao site oficial e candidatarem-se a um lugar.
As primeiras impressões foram bastante positivas, trazendo o conceito Battles de Total War para um mercado de massas, piscando o olho a sucessos tais como Clash of Clans, que têm dominado os formatos mobile.
O Eurogamer Portugal viajou a convite da SEGA, a qual suportou os custos com viagem e estadia.