Tour de France 2020 - Review - 21 dias de prova
Chegar aos Elísios de amarela.
Não há duvida de que por estes dias de pós-confinamento e de aproximação ao verão, o uso de uma bicicleta prima por inúmeras vantagens. Não só nos permite viajar ao ar livre e desfrutar de ambientes fora de casa como pode ser uma solução para recuperar a forma muscular. E enquanto a competição oficial aguarda por melhores dias neste tempo de vírus à solta, o Tour de France edição 2020 esta aí para os fanáticos das duas rodas. Com a prova oficial reagendada para o final de Agosto e meados de Setembro, nada melhor que reviver uma experiência próxima daquela que é a prova do ciclismo que mais atenções concentra.
O Tour é uma prova que dispensa apresentações. Imortalizou ciclistas, nela consagraram-se verdadeiras lendas e deixou outros nomes à sombra do doping. A Cyanide regressa com mais uma edição anual, disposta a replicar na medida do possível as dificuldades e a progressão da prova que é uma das mais duras e exigentes. Claro que não têm aqui que suar o corpo, são os dedos e a mente que puxam a bicicleta até ao topo e controlam o ciclista nas descidas vertiginosas.
Replicar uma prova desta dimensão é um feito assinalável, ainda que estejamos perante um jogo com orçamento modesto. Não se pode dizer que a ambição também seja limitada. Pelo contrário, há uma tentativa de melhorar este jogo ano após ano, melhorando o seu conceito, numa tentativa de se afastar de um presuntivo jogo de gestão em direcção a um mais desejável realismo. Sem outras alternativas igualmente viáveis, Tour de France 2020 é competidor único. Poder-se pensar que isso leva a algum abrandamento, mas não é o caso.
A edição 2020 não modifica o conceito, antes adiciona algumas alterações. A jogabilidade continua a oferecer um misto de realismo e gestão. O controlo do ciclista obedece a uma série de parâmetros a ter em conta, nomeadamente o desgaste rápido e a manutenção dentro de uma velocidade suficiente que lhe permita chegar ao final nas melhores condições para vencer a etapa. De resto, toda a composição da prova corresponde à prova real, com etapas idênticas, sempre com muita montanha e passagens ao sprint, ao longo de três semanas, com dois dias para descanso e os contra-relógios, momentos de competição que também permitem encontrar diferenças nos tempos.
Comandar uma equipa
Mesmo que tenham um ciclista à disposição, toda a equipa cumpre um papel relevante nas ordens que podem ser dadas, desde comandar o pelotão, até lançar um ataque aos fugitivos e eventualmente programar fugas. É um jogo onde cabe muito daquilo que acontece num Tour a sério e por isso pode-se dizer que há uma grande equiparação à simulação, embora não seja o mais adequado. Conveniente, desde o começo, a aprendizagem às abordagens permitidas e estratégias, através de um "tutorial" bastante claro. Se não jogaram uma das edições anteriores, é a melhor forma para começar a jogar.
Podendo jogar as etapas isoladamente e participar em objectivos de índole preparatória para a grande prova, é nos 21 dias de Tour que reside o desafio maior. A selecção da equipa é o primeiro passo a dar, podendo personalizar o equipamento e até os ciclistas, mudando as cores das camisolas. Durante as etapas podem controlar diferentes ciclistas em momentos distintos, nem estão cingidos a um. Há sempre vários pontos a ter em conta na gestão de uma etapa: as altimetrias, o ritmo da equipa, a velocidade e o desgaste dos ciclistas. Para ter melhores resultados, há que perceber quais são os ciclistas mais preparados para as diferentes tarefas. Um montanhista nunca terá as mesmas qualidades de um sprinter e um rolador dificilmente poderá subir a montanha na frente, embora possa auxiliar um trepador.
Dada a extensão das etapas, a qualquer altura e numa fase "morta" poderão passar adiante através de um "fast-forward", retomando o controlo da equipa nos momentos cruciais. É interessante observar a maioria dos equipamentos oficiais e rostos relativamente aproximados dos ciclistas de renome, e aqui destacamos os habituais candidatos ao primeiro lugar.
Embora o tratamento visual seja aceitável, está longe de garantir o melhor realismo fotográfico. A sensação de fidelidade é significativa, assim como as montanhas, os picos e ambientes são apresentados com algum detalhe, mas sempre numa proporção de escala com as devidas diferenças. A perspectiva na primeira pessoa também oferece mais dinâmica e um sentido maior de imersão. Tour de France 2020 é um jogo interessante para os fãs do ciclismo. Traz melhorias face às edições passadas, a aproximação à prova ainda é o seu maior trunfo, com todos os elementos de estratégia e controlo dos ciclistas representados.
Prós: | Contras: |
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