Transformers: Dark of the moon
Autobots, Transform!
A aventura no modo campanha começa com Bumblubee, o famoso Transformer amarelo que deixem-me dizer-vos, tinha muita mais classe quando era um carocha. Este modo está dividido em sete capítulos, cada um deles dedicado a um Transformer diferente. Existem capítulos dedicados a transformers de ambas as facões, Autobots e Decepticons. Este facto apesar de ser engraçado, a ideia de jogar com Megatron é certamente apelativa, não ajuda a que o jogador encontre um propósito global nas suas ações, já que a linha narrativa não o coloca de um lado bem definido da disputa.
Não existe muito a dizer em relação à ação, é bastante linear e consiste em ir do ponto A para o ponto B enquanto rebentamos com séries de transformers inimigos e seguimos em frente. Existem algumas alturas em que precisamos de acelerar de uma zona para outra a grande velocidade (estilo time trial), e ainda temos uma sessão onde controlamos o Estrela-estridente (Starscream) na sua forma de jato. De uma forma geral a ação não é má, mas também não apresenta nada de particularmente interessante, não existem grandes surpresas, nem momentos memoráveis.
A juntar a isto a campanha é demasiado curta, cerca de seis horas em modo de dificuldade normal, e o final não traz nenhum esclarecimento, apenas prepara os eventos que se desenrolam no filme. Mais uma indicação de que se trata mais de uma extensão comercial do filme, do que um videojogo no seu próprio direito. Felizmente existe alguma variedade entre cada um dos Transformers, cada um tendo acesso a habilidades únicas, a nossa preferida sendo a possibilidade de Megatron drenar a energia dos robots inimigos.
Visualmente Transformers: Dark of the moon tem alguns cenários bem conseguidos, sendo o maior exemplo disso, o cenário passado nos destroços do que costumava ser a cidade de Detroit. Ainda assim, nota-se um cuidado consideravelmente menor com o polimento final, em comparação com o que vimos por exemplo em War for Cybertron. O contraste entre algumas texturas de baixa resolução com outras de resolução elevada é notório nas zonas em que existem muitos objetos e obstáculos, e ainda pior quando nos movimentamos a grande velocidade.
Em termos estéticos ainda assim o jogo oferece alguma variedade, desde cavernas, florestas, templos, cidades, ou pequenas vilas. No entanto, todas estas zonas parecem demasiado estáticas, sem ambiente envolvente, nem tensão incluída, e por isso passam despercebidas. No capítulo dos sons, nada de particularmente interessante a referir, digamos que as músicas e os sons das batalhas são suficientemente competentes, e claro, é sempre ótimo ouvir a voz autoritária de Optimus Prime, interpretada por Peter Cullen.
Para compensar os jogadores pela falta de um modo cooperativo, Dark of the moon traz um modo multiplayer claramente retirado de War for Cybertron, com as mesmas quatro classes e a possibilidade de subir de nível, mas nem de perto a mesma quantidade de conteúdo e possibilidades de personalização. Existem três modos de jogo diferentes, Deathmatch, team Deathmatch, e Conquest, vamos ganhando experiência à medida em que participamos em batalhas, e desbloqueando alguns extras como habilidades novas ou perks específicos. É possível desbloquear os extras para todas as classes relativamente rápido, apenas algumas horas são suficientes. As batalhas são algo caóticas, com uma confusão de robots a disparar mísseis em todas as direções, numa das cinco arenas disponíveis para o combate multiplayer. De uma forma geral este modo consegue ser divertido, mas falta-lhe a profundidade para convencer os jogadores a investirem tempo nestes confrontos. O mais provável é que depois de desbloqueado todo o conteúdo, nunca mais voltem para mais ação.
A minha expectativa para este título não era a maior, há muito que desisti de esperar por um jogo que capte a verdadeira magia da série, o facto da equipa da High Moon Studios ter tido cerca de um ano para o desenvolvimento de Dark of the moon merece alguma valorização, já que conseguiu proporcionar uma experiência sólida e agradável num espaço de tempo muitíssimo curto. Agora o que os fãs mereciam mesmo, era um jogo da série desenvolvido pelo mesmo estúdio, mas desligado completamente dos filmes em termos narrativos, estéticos, e principalmente comerciais.