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Transformers: Revenge of the Fallen

Heavy Metal.

Deste ponto de vista os índices de acção são bastante elevados e a mesma cumpre-se com bastante satisfação, exigindo uma permanente disponibilidade, superando os obstáculos das arenas e tomando as melhores opções para derrubar as criaturas (algumas de dificuldade simples para facilitar o aparecimento dos super poderes indispensáveis para afastar os grandes chefes, nomeadamente o Devastator e o Demolishor. Não é que fique vedada a possibilidade de circular à volta das criaturas utilizando a metralhadora permanentemente. Agora experimentem aplicar os diferentes golpes e combinações de poderes nos momentos mais empolgantes e terão um desafio bem mais dinâmico e cativante, até porque as transformações e selecção de poderes está muito bem concretizada.

E convém que sejam expeditos na execução das manobras. Quão rápidos forem na limpeza da área melhor pontuação terão. Além disso há um tempo limite para cada missão estando previstas medalhas de ouro, prata e bronze em função do tempo gasto. Alcancem uma rodela e passarão à etapa seguinte, mas fora do tempo máximo dos doze minutos não serão contabilizados os pontos ganhos em função de energia retirada aos inimigos. Este pecúlio é essencial para incrementar os poderes já definidos e até alargá-los como sejam a duração do tempo de disparo, do turbo no veículo, capacidade para golpes corporais, etc. Isto para relevar que não terão mais movimentos do que os disponibilizados de início, simplesmente é-vos dada a possibilidade de fortalecer as capacidades declaradas no começo do jogo.

Depois, não é possível deixar de salientar a enorme firmeza e vitalidade da animação. Muito estável e sem pingo de abrandamento o ritmo é sempre frenético e propício grandes explosões e muita chapa amolgada. A transformação é suave e instantânea como é desejável e a percepção e locomoção das pesadas criaturas faz-se com uma ligeireza assinalável.

Apoiar a empreitada dos Decepticons tem destas versatilidades; incinerar os Autobots.

Contudo e para lá desta componente bem suprida, faltou ambição e (muito seguramente) tempo para tornar a obra ainda mais marcante. Desde logo os objectivos das missões tendem a ser muito repetitivos e idênticos. Escoltar um camião de transporte de uma pesada bomba, eliminar um ninho de inimigos, quebrar as fontes de comunicação adversárias, levar umas personagens do ponto A para o local B, são uma constante ao fim de algumas horas. Funcionam como pequenos pretextos para mais uma dose de acção.

Por outro lado a variedade das áreas e respectiva geografia é escassa. Da costa asiática, passando pelos limites oeste e este dos Estados Unidos, (Shangai) ao Cairo, a secção da emboscada aos porta-aviões integra a única missão que providencia um certo toque distintivo, não só pela abordagem do tipo “sniper” ainda que tal se deva às características do Transformer destacado para a empreitada.

A construção dos cenários não foge à mediocridade, quase sempre pouco caracterizados e sem o pânico nas ruas que seria de esperar quando grandes criaturas de metal travam autênticos e avassaladores combates no meio de estradas, escalando edifícios, abrindo crateras e trocando doses apreciáveis de materiais explosivos. As zonas citadinas mais parecem abandonadas, vazias, ainda que por vezes, uma e mais outra pessoa entrem em fuga e percam o controlo dos veículos, assustadas.

O ritmo da narrativa não é servido da melhor forma. Sem cenas prévias animadas os pequenos espaços dedicados ao argumento fazem-se por intermédio de um escasso briefing, projectado sob uma espécie de concílio entre os Autobots ou Decepticons consoante a vossa escolha no começo do jogo.

As opções respeitantes aos combates para múltiplos jogadores não fogem à regra com alguns mapas interessantes e tipos de jogo usuais. Porém, o aspecto mais sedutor para a componente on-line passa pela dimensão estratégica que as equipas podem motivar em função das habilidades e características dos Transformers. Entre Autobots e Decepticons o equilíbrio é uma nota a ter em conta pois os golpes de ataque e recuperação de energia são bastante similares, sem que com isso fiquem prejudicadas diferentes possibilidades de actuar em grupo.

Como jogo que acompanha um filme a estrear nas salas de cinema, Revenge of the Fallen não conseguiu dar a volta a alguns desafios. Não que a Luxoflux tenha feito um mau trabalho, até pelo contrário. Este é seguramente o primeiro Transformers que vos deixará satisfeitos no controlo e manuseamento das soberbas criaturas de metal em pleno combate. E mesmo que demore algum tempo até assimilar as diferentes possibilidades de uso, a componente estratégica está assegurada. Mas daí por diante a experiência deixa de apresentar novos argumentos, limitando-se a reproduzir constantemente o mesmo conceito.

6 / 10

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