Trine
Um reino de fantasia.
Trine é daqueles jogos que nos cativa desde o primeiro frame. É o que eu costumo chamar de love at first frame. Por um lado, isto é algo positivo, mas por outro a empatia criada de forma imediata pode ser desculpa para fechar os olhos a certas coisas menos boas.
Trine leva-nos para um reino de fantasia, onde impera um ambiente de conto de fadas, desde o design dos níveis, a sonoplastia, o desenho das personagens, bem como o típico enredo que se esperaria de um ambiente destes. No fundo tudo é pretexto para criar não um ambiente único, mas simplesmente belo. Perante todo este apanágio seria de esperar que a Frozenbyte, produtora do jogo, se focasse em elevar aos céus toda a beleza gráfica que foi empregue em Trine. Mas não é este o caso, pois de acordo com as próprias palavras da produtora, Trine é um jogo de acção que se centra em regras físicas, onde três personagens se irão ajudar mutuamente na resolução de puzzles e enigmas perigosos. Ou seja, toda beleza gráfica é só para enfeitar. Gostei....
Como referi, Trine, em termos de enredo não foge da linha do típico conto de fadas, de reinos muito... muito longe. Estava este reino sossegado nos seus que-fazeres, o rei morre, e sem descendente para render o trono, o reino cai num caos e o mal começa a tomar conta do que outrora foi um local idílico. É neste ponto que aparecem as três personagens de Trine, uma ladra de nome Zoya, um feiticeiro de nome Amadeus, e o Pontius, o cavaleiro. Após o reino ter sido tomado pela escuridão cada um dos três vai em busca de um artefacto antigo, mágico, cada um pelas suas razões. Fama, fortuna ou conhecimento. O artefacto chama-se Trine, e após a chegada de cada personagem a ele, todos ficam presos fundindo-se entre si. É neste ponto que começa a nossa aventura.
Como já devem imaginar, cada personagem tem as suas características e é imperativo que usemos cada uma das suas habilidade para progredir no jogo. A progressão é em side-scroll, onde iremos alternando de personagem, bastando para isso em qualquer momento carregar no números 1,2 e 3. Só podemos utilizar uma personagem de cada vez, por isso a análise cuidada de cada zona, bem como de cada puzzle, requer alguma compreensão das suas habilidades. Cada personagem tem dois tipo de acção, sendo uma de ataque e outra de efeito, sendo apenas necessário carregar no botão esquerdo do rato para o ataque e direito para a acção. Quando controlamos a ladra, temos um arco de flechas para atacar e um gancho para nos agarrarmos com uma corda e balouçar, tornado acessível zonas que com outro personagem não poderíamos aceder. Esta também é a personagem mais ágil. O feiticeiro, usa a sua varinha mágica para criar objectos e levitar rochas, caixotes, e mexer com roldanas. A única criação possível de se fazer na demo, é um cubo que podemos usar para subir ou mesmo efectuar contrapesos. O cavaleiro, usa a sua força e espada como arma e um escudo como protecção.
A nível gráfico é um jogo belo, com lindos efeitos de luz, e com texturas de alta qualidade. Os níveis estão bem construídos e muito diversificados, com pequenos pormenores de decoração e efeitos que tornam a experiência nada monótona. Brilhantes são os efeitos em comunhão da água, do seu design, reflexos e som. Simplesmente um regalo para a vista.
Os níveis disponíveis na demo são de fácil resolução, bastando para isso saltar de um sítio para o outro, puxar determinado caixote ou roldanas e não será difícil podermos ultrapassar. Achei um pouco frustrante a jogabilidade, com falta de precisão e destreza, havendo ainda imensos conflitos de objectos com a personagem, bem como glitches. A física é algo que a Frozenbyte eleva como uma das principais características do jogo, por isso acho que para a versão final ainda existe coisas a melhorar. Para além disso, os inimigos resumem-se a esqueletos, e mais esqueletos, julgando e espero que na versão final existam quer mais inimigos, bem como secções de bosses.
Trine irá sair dia 02 para PC e PSN no dia 09 de Julho. Aguardem brevemente a analise.