Twisted Metal - Análise
O regresso das batalhas de metal.
Vai demorar algum tempo até conhecerem as especificidades de cada arma e de cada veículo. A aprender a utilizar o escudo e o choque paralisante na altura certa. A dominar o boost e a técnica de disparar para trás. A conhecer a localização dos "power ups" especiais nos níveis e como os apanhar, enfim, o nível de entrada aparenta ser acessível, mas o jogo torna-se exigente bastante rápido e pode levar a alguma frustração até nos habituarmos. Adicionalmente a enorme quantidade de opções ao nosso dispor não combina da melhor forma com o ritmo frenético das batalhas, e acabamos por fazer tudo mais por instinto do que propriamente por escolha.
Dentro dos níveis existe bastante variedade, tanto em relação aos mapas como aos objetivos propostos. A maioria funciona ao estilo deathmatch, mas temos níveis em que precisamos aniquilar um determinado número de adversários, vencer um tipo de corrida onde existe um botão na meta que manda pelos ares todos os outros concorrentes, ou até "cage matches", onde temos que nos manter numa zona limitada no mapa, caso contrário vamos perdendo energia. No final de cada capítulo existe sempre uma "boss fight", gigantes monster trucks ou um Robot gigante da Dollface são apenas dois exemplos.
A maioria dos elementos nos níveis são destruíveis apenas chocando com eles, no entanto, o veículo vai sofrendo danos com os impactos. Temos uma garagem onde podemos trocar de veículo e que vai reparando os danos nos carros lá estacionados. As características dos carros estão divididas entre o poder das armas, a velocidade e a resistência da armadura. Os veículos rápidos como o Kamikaze ou o Crimson Fury são mais sensíveis, enquanto os mais lentos são mais resistentes, e com estes, dominar as técnicas estilo Destruction Derby é tão importante como acertarmos num adversário com um míssil ou um bombardeamento de napalm.
Vários veículos célebres da série estão de volta nesta versão renovada de Twisted Metal, mas o jogo também teve direito a novas entradas, que incluem um helicóptero (Talon) que levanta os adversários no ar, só para depois os largar em pleno ar, de preferência na direção de num precipício qualquer. Como referi existem armas para todos os gostos, mas trocar de arma na altura certa pode ser uma tarefa complicada. Um míssil guiado não é grande problema, mas existem outras armas como minas, ou metralhadores que requerem um posicionamento particular, difícil tendo em conta a confusão com que se desenrolam as batalhas.
"Os níveis em Twisted Metal foram propositadamente desenhados para premiar o risco e promover o caos."
Os níveis em Twisted Metal foram propositadamente desenhados para premiar o risco e promover o caos. Os melhores power ups estão disponíveis depois de saltos difíceis, existem pistas de gelo onde é impossível acelerar e até zonas com lava. Claro que contra a IA isto não representa grande coisa, mas nos jogos em modo multijogador controlar estes recursos assume uma importância completamente diferente. É possível jogar a campanha com um amigo, mas a verdadeira diversão está em enviar os nossos pares pelos ares em batalhas online, LAN, ou em ecrã dividido.
Maioritariamente são "arena matches" entre veículos com acesso a uma infinidade de poder de fogo, e isso é impossível não ser divertido. Seja em modo Deathmatch, Last Man Standing ou no característico Hunted que funciona um pouco com um jogo de "apanhada", é aqui que está a verdadeira longevidade de Twisted Metal. Não existe grande profundidade nas batalhas ao longo dos oito cenários gigantes disponíveis, e é tudo sempre algo caótico e aleatório, ainda assim, é tremendamente divertido enviar os outros jogadores pelos ares das formas mais macabras que consigam imaginar.
Ainda me lembro dos tempos em que Twisted Metal era um jogo de brutal simplicidade. Os produtores quiseram acrescentar profundidade às mecânicas, e acabaram por sobre complicar a experiência no global. O background narrativo apesar de destoar um pouco da ação vem dar um ar mais negro, chocante até a Twisted Metal. Para resumir, este tipo de confronto entre veículos é sempre bem-vindo, não tem o mesmo charme de há 17 anos atrás, mas é certamente uma alternativa interessante aos "shooters" que vemos todos os anos a entupir o mercado.