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Until Dawn Remake review - um clássico revitalizado

Sérios problemas técnicos retiram-lhe o brilho

Until Dawn é um remake que moderniza o original, com uma reconstrução visual que intensifica a ligação emocional com as personagens. Embora tenha problemas técnicos, como quedas de fotogramas, a dinâmica das escolhas mantém o jogador mergulhado na história.

Until Dawn é um daqueles títulos que sempre esteve na minha lista, mas ao qual nunca me senti inclinado a dedicar tempo. Não sei bem porquê, mas nunca me vi preparado para embarcar numa aventura de terror em que passamos grande parte do tempo como meros espectadores, fazendo apenas pequenas intervenções. A ideia de uma experiência em que a nossa principal tarefa é assistir sempre me desanimou de certa forma.

Agora que o remake chegou à PlayStation 5 e ao PC, encontrei finalmente a desculpa perfeita para experimentar Until Dawn, e ainda bem que o fiz. Esta análise, no entanto, vem de alguém que apenas jogou uma fração do título original, principalmente com o objetivo de fazer comparações visuais e avaliar as escolhas de realização feitas neste remake. Naturalmente, esta experiência limitada com o seu predecessor influencia a minha perceção do que é apresentado nesta nova versão para 2024, tanto em termos de modernização gráfica como das decisões criativas que o moldam.

Antes de prosseguir, recomendo a leitura da nossa análise original a Until Dawn para a PlayStation 4, uma vez que as observações feitas permanecem completamente válidas para esta nova versão. Este remake é essencialmente uma adaptação destinada a um novo público, com alguns ajustes pontuais na realização que conferem à experiência uma maior profundidade visual. A possibilidade de elevar a qualidade gráfica é particularmente importante, pois os gráficos desempenham um papel determinante na criação de ambientes que se aproximam o mais possível do realismo, intensificando assim a perspetiva e a atmosfera do jogo.

Remake e modernização

Posso dizer-vos que gostei deste remake de Until Dawn. Consegue transmitir um sentido de inteligência na construção da narrativa, cativando o jogador e incentivando-o a descobrir o que vai acontecer às personagens, e principalmente que nos preocupemos realmente com o seu destino. O mais fascinante é que as nossas escolhas moldam de facto o curso da história e determinam o destino de cada um deles. Esta dinâmica é claramente percetível e, a cada decisão tomada, torna-se evidente a forma meticulosa como o enredo se desenrola. A construção dos acontecimentos é, de facto, muito bem elaborada, mantém-nos ansiosos por explorar todas as possibilidades.

A ideia de que somos meros espectadores no jogo é, na verdade, um pouco ilusória. A nossa participação é fundamental, pois é necessário prestar atenção não só aos diálogos, mas também a quick time events repentinos, que podem influenciar escolhas futuras e até levar a consequências fatais para determinadas personagens. Esta necessidade de vigilância constante transforma a experiência em algo mais ativo e estimulante, onde cada decisão pode ter repercussões significativas na narrativa, desafiando-nos a estar sempre atentos e conscientes das implicações das nossas ações.

A construção do ambiente que suporta a narrativa é efetuada de forma robusta, agora reforçada pelas novas possibilidades visuais. Cada cenário é construído de forma meticulosa, permitindo-nos situar cada acontecimento em sintonia com o conhecimento das personagens em profundidade, e compreender as suas motivações mais íntimas. Esta atenção ao pormenor é fundamental ao longo do jogo, pois cria em nós uma preocupação genuína com o destino de cada uma delas. Para além disso, esta envolvência emocional pode até despertar um certo ódio por algumas personagens, levando-nos a tomar partido de acordo com as nossas próprias perceções. Esta ligação intensa com a narrativa é extremamente gratificante e representa uma verdadeira vitória para os produtores originais.

No que respeita ao desenvolvimento do jogo em si, não há alterações substanciais em relação ao original. Algumas cenas foram adaptadas para proporcionar uma visão ainda mais cinematográfica, com ajustes nos ângulos das câmaras e a construção de ambientes mais detalhados. Esta melhoria visual eleva Until Dawn, permitindo aos jogadores uma experiência mais gratificante. No entanto, é importante referir que existem vários problemas técnicos, que põem em causa a possibilidade de alcançar uma grande vitória final. Estes aspetos técnicos, embora não ofusquem a qualidade da narrativa e a imersão proporcionada, podem frustrar a experiência e impedir que esta nova versão atinja todo o seu potencial.

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Problemas técnicos

Na PlayStation 5, onde joguei, encontrei alguns defeitos visuais na qualidade da imagem, que nem sempre são óbvios, mas que se tornam particularmente visíveis no cabelo das personagens. Além disso, reparei numa variação bastante acentuada na taxa de fotogramas, mesmo com o jogo limitado a 30fps na consola da Sony. Em vários momentos, havia quedas abruptas da taxa de fotogramas que dificultavam as minhas ações, especialmente em momentos críticos, onde era necessário reagir rapidamente. Estas estranhas flutuações na taxa de fotogramas são preocupantes e, na minha opinião, deveriam ter sido corrigidas antes do lançamento, pois comprometem a fluidez da experiência e podem afetar negativamente.

Também lamento a falta de um modo de desempenho específico, apesar de reconhecer o facto de se tratar de um título que assume uma dinâmica mais pausada e que não requer uma elevada taxa de fotogramas por segundo para proporcionar uma experiência cinematográfica de qualidade. No entanto, em momentos de maior intensidade, a fluidez extra seria muito valorizada, tornando a jogabilidade mais suave, algo que contribuiria significativamente para o conforto visual e a resposta imediata de quem joga.

Conclusão

Este remake é uma boa reinterpretação do jogo original, mas é prejudicado por graves imperfeições técnicas na versão PlayStation 5, a plataforma em que tive a oportunidade de o jogar. Ainda assim, recomendo o jogo, principalmente para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de experimentar a versão original. Para os jogadores da PlayStation em particular, será uma boa ideia darem uma vista de olhos ao vosso catálogo, pois a versão de 2015 foi disponibilizada no PlayStation Plus há algum tempo, pelo que poderão tê-la resgatado na altura.

Prós: Contras:
  • Melhoria visual considerável, permitindo uma maior envolvência
  • Cativante construção de personagens
  • Sentimos que somos nós a dar forma à narrativa
  • Quick time events mantêm o jogador atento e ativo na ação
  • Graves problemas técnicos
  • Poderia ir mais longe e incluir novos elementos
  • Por vezes, a jogabilidade é algo desajeitada
  • Ausência de um modo de desempenho

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