Virtua Tennis 4: World Tour Edition Análise
Mete as versões HD num bolso.
Virtua Tennis sempre foi a sobre a sua jogabilidade arcade imediata, os seus mini-jogos e os seus visuais coloridos. Estas foram as bases que conquistaram os jogadores aquando do lançamento do original e são a essência que deixa recordações mais de dez anos depois. Ao longo dos anos as suas características base foram crescendo e atualmente estão bem desenvolvidas em relação às formas primitivas que chegaram a assumir. No entanto, com todo o crescimento em redor da série, dois jogos deixaram a sua marca por razões bem similares, o primeiro pela sua estreia numa consola caseira, a Dreamcast, e World Tour na PSP por ter sido o primeiro da série a chegar a uma portátil. VT: WT foi mesmo um dos grandes títulos do lançamento da PSP e um dos que mais me divertiu nos primeiros meses.
A jogabilidade da série sempre foi extremamente acessível a qualquer um, permitindo a alguém começar a jogar e a divertir-se, mas tinha uma profundidade suficiente para permitir que só os que investiam tempo poderiam aceder a toda a gama de nuances que ela permitia. Este sempre foi um dos principais fatores para a distinção conquistada pela série e o conceito de um modo World Circuit que nos colocava na pele de um novato a entrar em jogos e torneios, a enfrentar estranhos mini-jogos, a competir contra estranhas personagens e a estrutura de dificuldade crescente a cada novo desafio fizerem com que fosse único e singular.
Virtua Tennis foi na maioria do seu percurso uma perspetiva casual e divertida sobre um desporto que muitos considerariam como demasiado sério e desprovido de emoção e entusiasmo. Uma perspetiva bizarra sobre o confronto entre duas pessoas que tentam recorrer ao máximo das suas forças e até ir a extremos competitivos. Virtua Tennis fez com que o desporto virasse moda na indústria videojogável e tornou-se "in" jogar a série da SEGA.
Nos tempos mais recentes Virtua Tennis estreou-se nas consolas de alta definição com VT3 em 2007 e depois regressou com a edição 2009. Entre essas duas versões ficou no ar uma sensação de estagnação e um produto altamente familiar que parecia não querer evoluir. Em 2011 a Sumo Digital devolveu os trabalhos principais do desenvolvimento à equipa AM3 da SEGA e tivemos Virtua Tennis 4 que está na origem desta nova versão World Tour Edition que chega à PlayStation Vita.
Enquanto nas consolas caseiras grande parte do destaque foi para os controlos por movimento, aqui na Vita Virtua Tennis 4 volta a colocar o foco totalmente nos controlos clássicos e desde logo se sente a força daquela jogabilidade arcade que conquistou os jogadores há mais de dez anos, aprimorada ao longo dos anos. Tudo é muito rápido, muito simples, e os jogos parecem nem sequer causar esforço aos jogadores que os protagonizam, um contraste com a realidade na qual cada mais vemos confrontos épicos e de enorme desgaste.
Mas Virtua Tennis é assim, é energético, veloz, incansável, intuitivo e até de certa forma traz algum bom humor na sua forma de interpretar o desporto. Na PlayStation Vita joga-se com enorme naturalidade e ao longo do grande período de tempo que o passei a jogar não senti qualquer tipo de incómodo. É uma gameplay clássica que surge na Vita completamente energética e dinâmica. Não são precisos mais do que cinco minutos para voltar a jogar VT na Vita e quando derem por ela estão face a um "queima baterias".
Ao longo dos anos a SEGA e os seus estúdios foram acrescentando elementos e ajustando outros permitindo à série dar crescimento e profundidade aos seus modos. Aqui nesta mais recente versão temos precisamente essa mesma forma de pensar e ainda uma devida homenagem às capacidades únicas da Vita, na forma de curiosos mini-jogos. Mas primeiro vamos ao modo principal do jogo, o World Tour.
Tal como já é tradição na série, desde que o original o celebrizou, este modo leva-nos a começar com um novato sem qualquer estatuto que percorre os diversos circuitos mundiais para conquistar triunfos, fama e dinheiro. Antes de chegar aos mais prestigiados torneios, que decorrem nos grandes palcos da modalidade, vamos começar em pequenos torneios com pouca assistência, entrar em eventos de promoção, descansar para recuperar as forças, aceder ao nosso clube para adquirir novas vestimentas e acessórios desbloqueados com a progressão, e ainda enfrentar os bizarros e curiosos mini-jogos que são uma das faces da série e cuja originalidade não deixa de surpreender.