Viva Piñata: Trouble in Paradise
Problemas só no subtítulo.
A Rare sempre primou por uma direcção artística muito própria. Fale-se de quando criou uma franquia própria (Banjo) ou olhando para o mais recente Kameo, existe uma linha comum entre os personagens contidos nos jogos do estúdio, reforçado pela excelência gráfica dos títulos. Um primeiro olhar para Banjo-Kazooie: Nuts & Bolts confirma que a tradição se mantém.
Mas se existe jogo que extravasa esta tendência da Rare para personagens fora do normal e gráficos muito trabalhados, Viva Pinata é o claro vencedor. Além dos “estranhos” personagens, as diferentes Piñatas são impressionantes. Apesar de claramente inspiradas em diferentes animais, o seu aspecto de “Piñata” - nalguns casos relembra papel machê, noutros é de realçar a pelagem – é suportado pela excelente animação dos diferentes elementos.
A história é simples, pessoas (ou lá o que eles são) de índole reprovável eliminaram toda a informação existente acerca das piñatas e cabe ao jogador a tarefa de organizar um jardim que apele aos animais (se é que podem ser apelidados disso) para poder voltar a compilar essa informação.
Viva Piñata é uma reinterpretação do típico jogo de gestão de recursos, focando-se no jardim que devemos organizar e ajustar de forma a agradar às diferentes Piñatas, que lá habitam (ou são forçadas a habitar), começando com o simples Bispotti (que relembra uma joaninha) até à – muito maior – Piñata inspirada num gorila.
Muitas das Piñatas não aparecem por vontade própria no jardim, existindo a possibilidade de nos deslocarmos até outros locais distantes, onde podemos capturá-las no seu habitat natural. Nomeadamente no deserto ou na floresta profunda. Zonas pouco inspiradas mas apropriadas para aquilo que servem, visto que o seu propósito é apenas permitir capturar as Piñatas “exóticas”.
Gerir o jardim implica também comprar sementes, plantas e objectos decorativos, que podem ser acedidos rapidamente através de menus próprios que não requerem tempos de carregamento ou mudanças de ecrã. Sendo Piñatas, devem estar extremamente alegres (doces) para poderem ser despachadas para as várias festas que ocorrem em todo o mundo, e é essa uma das grandes motivações do jogo; capturar, deixar alegres e despachar as diferentes Piñatas conforme a requisição da missão em particular. Claro que isto permite avançar a missão de recuperar a informação acerca das Piñatas, o verdadeiro objectivo, mas os diversos desafios trazem uma direcção ao jogo, sendo, em último caso, uma indicação do próximo passo a tomar.
Todas as acções trazem consigo alguma experiência que se vai acumulando. Sempre que sobem de nível, novos objectos ficam disponíveis ou, por exemplo, algumas Piñatas passarão a mostrar interesse no local. Esta constante progressão assegura que exista sempre algo novo para ver (ou organizar). Além deste modo, existe uma experiência para um jogador vocacionada para a “diversão”, dando asas a quem se queira dedicar apenas à organização do jardim. Aqui quase todas as vertentes do jogo estão já desbloqueadas.
Vários mini-jogos trazem alguma variedade e a interacção com a Câmara Xbox Vision permite obter novos itens e animais, mas o verdadeiro destaque vai para o modo cooperativo. Além de permitir que dois jogadores joguem numa mesma consola, é também possível que quatro jogadores se aventurem através do Xbox Live.
Apesar de mudar pouco em relação ao jogo anterior, as adições no que diz respeito aos controlos e um maior foco em dar objectivos ao jogador, juntamente com os novos itens e Piñatas justificam este título, mesmo para aqueles que já tenham tido contacto com o primeiro.