Wanted: Weapons of Fate
Procurado por pouco tempo.
Para os adeptos do cinema de acção de Hollywod, o nome Wanted será certamente familiar, nem que seja por Angelina Jolie. Como tantos outros, o filme deu lugar a videojogo mas como poucos outros, Weapons of Fate não é uma adaptação videojogável directa do filme com que partilha o nome principal, mas sim uma sequela do mesmo. Desenvolvido pela GRIN, familiar aos fãs de Bionic Commando, este videojogo de acção na terceira pessoa coloca-nos no seio de um conflito numa fraternidade de assassinos e para fazer justiça à fonte e para se manter actual enquanto videojogo, Wanted coloca-nos face a esquemas e a elementos que por esta altura são já bem familiares dos adeptos do género.
Wesley Gibson era um pacato empregado de um supermercado que de um momento para o outro descobre que estava destinado geneticamente a tornar-se num grande assassino. Se no filme assistimos à transformação de Gibson num assassino completamente treinado e preparado para aplicar todas as capacidades que herdou geneticamente, no jogo vamos continuar a sua demanda pela descoberta da verdade e pela sua própria protecção, pois aos olhos da fraternidade ele é uma abominação. As sequências espectaculares de acção que caracterizam o filme e as habilidades que tornam no personagem principal num assassino superior são alguns dos elementos base do videojogo que influenciam a jogabilidade e definem a experiência.
Wanted é um jogo de acção na terceira pessoa no qual o sistema de cobertura que tão bem conhecido se tornou nesta geração é um dos elementos mais fortes na jogabilidade. Para levar o sistema enquanto elemento definidor da jogabilidade ao encontro do visto no filme, aqui temos o que pode ser considerado como um sistema de cobertura que pode ser encadeado. Isto porque sempre que estamos em cobertura podemos passar para outro ponto de cobertura com um simples pressionar do botão na direcção indicada. Usar os diversos pontos de cobertura encadeados é uma das formas a que os jogo nos apela a aplicar para progredir.
Gibson também invocar todo o estilo de Hollywood e aplicar algumas habilidades especiais onde todo o irreal que representam não importa pois o que conta é a diversão e a espectacularidade. Gibson pode curvar balas, alterar a trajectórias à sua vontade, e este é outro dos principais elementos da jogabilidade. Assim que possível, podemos colocar a respectiva mira no alvo e temos que definir a trajectória para eliminar inimigos mesmo que estejam escondidos atrás de paredes e sem qualquer possibilidade de serem atingidos. Esta é a principal habilidade que vamos ter ao nosso dispor e a que mais frequente vamos usar e com o decorrer do jogo torna-se tão natural e intuitiva quanto correr ou procurar cobertura.
Com o decorrer do jogo, Gibson ganha ainda acesso a uma nova habilidade durante a qual o tempo parece ficar mais lento e com a imagem a ficar a preto e branco para diferenciar, podemos eliminar não só inimigos que parecem estáticos como também balas que disparam. Esta habilidade tem direito a sequências próprias que mais do que espectáculo Hollywoodesco servem para incutir alguma frustração caso percam a meio e sejam forçados a repetir tudo de novo. Esta habilidade também pode está ligada ao sistema de cobertura e caso queiram, podem transitar de ponto de cobertura activando esta opção e Gibson alterna de cobertura podendo disparar para os inimigos com toda a acção mais lenta.
Tecnicamente Wanted é um jogo que se deixa ficar pelo competente e raramente surpreendente. Graficamente o trabalho da Grin cumpre com o necessário e para além de personagens com agradável nível de detalhe, temos um resultado que não vai surpreender ninguém. Alguns momentos relacionados com as habilidades especiais podem agradar de início mas rapidamente se tornar repetitivos e perdem o brio. Os níveis são extremamente lineares e para manter o foco na acção e o ritmo elevado, não existem quaisquer alternativa sendo a progressão sempre em frente e sem qualquer alternativa. Algumas das vozes emprestadas pelos mesmos actores do filme resultam num bom trabalho aplicado aos diálogos e à narrativa de pouco qualquer interesse e sem qualquer motivo para captar a nossa atenção. A banda sonora cumpre a sua função mas dificilmente algum tema vos irá cativar ou chamar a atenção.
Onde Wanted falha especialmente, sendo o seu principal problema, é na sua longevidade e no valor que oferece ao jogador para continuar com o disco dentro da consola. Se o esquema de cobertura e a repetição constante dos mesmos actos sem dificuldade de maior a fortificar a experiência não vos cansar, podem então começar a tomar partido do jogo e a divertirem-se mas tão rápido quanto se começam a divertir, o jogo acaba. Os níveis são na sua maioria bastante curtos, à excepção do último capítulo, e no seu todo Wanted pode ser terminado em menos de cinco horas, sem qualquer pressas. Um jogo curto não deveria ser o suficiente para o invalidar quando é divertido e apesar de Wanted ser um desses casos, o certo é que não oferece qualquer atractivo para ser jogado de novo e mesmo a dificuldade superior desbloqueada não é um desafio digno de nota. A simples inclusão de modos de jogo diferentes poderiam ser o suficiente para elevar a nota de Wanted mas tal não se verifica e à excepção dos “caçadores” de conquistas de jogador/troféus, poucos são os que vão investir uma segunda vez no jogo.
Wanted: Weapons of Fate é uma experiência que apesar de divertida não pode ser recomendável sem alguns pontos em conta primeiro. Entretêm enquanto dura mas tão rápido quanto se começa a divertir com o jogo, ele acaba. Sem qualquer valor de repetição e extremamente curto, o jogo pode ainda tornar-se repetitivo a médio prazo e desinteressante. O potencial está presente mas podia ter sido muito mais.